terça-feira, 7 de junho de 2011

Só gostava de ser bem tratada

O Zé conheceu a lindinha num desses sites de relacionamento. Todo mundo sabe como é. Primeiro uns e-mails, depois e-mails com foto, intermináveis sessões de MSN, sessões obscenas de MSN com câmera (isso que ela jurou que JAMAIS se exibiria sexualmente), telefonemas cheios de cumplicidade... eram namorados, amantes, faltava o encontro.

Quando ele se propôs a visitar a linda (de busão, todo ferrado), ela inventou uma desculpa, que nunca ficava no mesmo endereço... Então ele propôs que ela viesse, ficar na CASA DELE. Foi aí que a coisa esquisitou. Ela sempre dizia que era bem sucedida, que trabalhava com reforma de casas, por isso viajava bastante. Porém começou a sugerir que ELE pagasse as passagens, e de avião. Ele estranhou, negociou um meio-a-meio, ela até fez de conta aceitar, mas acabou com uma desculpa de que o cartão DA MÃE (?) estava sem limite.

O Zé apertou, e ela veio com um discurso de que gostava de ganhar presentes, que gostava de ser mimada pelos homens. Inclusive, que já tinha ido assim pra Floripa (por isso a bandida não parou em Curitiba), Salvador, Brasília... Antes que ela terminasse a lista, o Zé tirou não se sabe daonde uma confiança que não tinha, e foi taxativo que estavam do mesmo lado da balança, que também tinha cacife para ganhar mimos e presentes.

Resultado? O Zé não arredou pé, ela broxou e a relação desandou. Na fossa, ele chegou às seguintes conclusões:
     1. Ela era gostoSINHA. Não dessas de comer um caminhão de merda por ela. Então que não viesse querer demais.
     2. Mulher (ainda mais uma defensora da Liberdade) pode dar pra quem quiser, pra todo mundo, isso não faz dela puta. Puta é a que cobra. Opa, pera lá, mas ela COBROU de mim!
     3. Pior, cobrou ANTES de dar.
     4. Não adianta tapar sol com peneira. Isso de ganhar presentes dos "amigos" significa que ela é puta. Só não constatou, AINDA.
     5. O absurdo é tanto que a vontade minguou. Agora nem se ela pagar a MINHA passagem eu vou.

Isso aí, Zé. Tem mulher que não se aperta. Deu um probleminha no orçamento, aciona os contatos e faz uma grana. E depois que faz a primeira vez, amigo, não para mais. Aliás, para quando fica velha e perde o viço. Aí ELA é que começa a pagar.

:: 07.06.2011 :: 

10 comentários:

Gustavo Martins disse...

Tem MUITA gente que vai se ver nesse conto. Nos dois lados da corda.

Maria disse...

me lembrei dos canivetinhos suíços.

M.M. disse...

"Ela praticava customer relationship marketing"

Fonte. De aprendizado.

Panul disse...

Dizem que no amor e na guerra vale tudo.
Digo que "no tesão" também,mas uma mulher que não se banca é o fim da picada, putinha fuleira que se mixa por vale transporte...
tsc-tsc-tsc,aí não tem jeito.

Valéria disse...

Sabe que ando me identificando com a Dita com frequência: é isso aí, mulher que não se banca é o fim da picada, dispensa consideração e maiores comentários.

Marco disse...

Puta Conto!

Puta e maravilhoso conto!

Sr. Apêndice disse...

Puta. Puta mesmo. E nem foi por ter tentado aplicar o golpe no Zé, mas por não ter ido ver o cara para a gente poder saber de mais um desfecho bizarro aqui no MCP!
Hahaha...

Ótimas teorias sobre os "porquês" da moça. Puta.

Abraço

P.S. Como é bom ler este blog. Fico um tempo afastado e não me satisfaço se não leio todos. Como fiz isso agora, espero ansioso pelo próximo post! :)

Anônimo disse...

"escapei da minha viúva negra
porque ela possuía machos demais
em sua rede
e enquanto ela abraçava um deles
e depois o outro e então ainda
outro
me libertei
retornei
ao lugar onde estava anteriormente."

"A escapada", Charles Bukukski

Gustavo Martins disse...

Ficou mais longo que de costuma, mas fazer o que, né? Merecia.

Chandall disse...

Maria...eu faço coleção de canivetes e escuto essa piada direto.rsss

Quanto ao texto, sei de muitas mulheres que se acostumam facil com esses "presentes" e infelizmente sei de homens que não sabem diferenciar quando uma mulher não curte "presentes" e perdem a chance de ficar quietos...