quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Confissão futebolística [microconto interativo]


Até com camisa do __________ eu te pegava. Aliás, acho que pegava mais gostoso!

:: 01.12.2008 :: no lugar do "_________" coloque seu time do coração

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Um ano de MCP

Pois é. Até os desajustados têm alguma coisa para comemorar.

E na passagem desse 23 de janeiro, quase meia-noite (como sempre no limite), mudamos a cara, voltamos ao preto lúgubre requintado que agradava mais às leitoras, e deixamos um textinho meio que de testamento (o post Droga rápida ali embaixo), de fazer pensar na razão de estarmos aqui.

Um ano de pu.taria e loucura na blogosfera.

E a razão disso tudo são vocês. Porque dinheiro isto de blog não dá mesmo.

Continuem por aqui que eu continuo fazendo bem direitinho, tá?

Droga rápida

Sou um vampiro que suga histórias. Diante da vida e de narradores incautos eu escuto calado, atendo a detalhes. Depois, na luz fraca e amarela, sem qualquer escrúpulo, revivo e escrevo os momentos experimentados por pessoas interessantes ou, no mínimo, com mais imaginação. Emoções compartilhadas enquanto minha ansiedade não dissipa agitam a ampulheta do conhecimento, na esperança de aumentar o fluxo de areia que, todos sabem, não se altera. Ao penetrar em sua mente desprotegida, sou o novo personagem de histórias de horror, o vampiro mais sanguinário, epidemia cruel de absorção rápida e violenta.

:: 20.05.2003 ::

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Feridas

Mais um conto da Sra. Yfy, a escritora aprisionada na vida doméstica. Mas ela gosta disso.

Quando você aparece ele percebe. Meu corpo, mais uma vez chicoteado, demarca, como num mapa, domínio e posse em vermelho. Ferida que nunca cicatriza e ainda sangra. É dele o ciúme, meu o amor, sua a indiferença.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Consorte

O fato de eu trabalhar como hostess nunca incomodou meu marido. Os clientes pagam bem só para conversar, e também recebo comissão pelas bebidas que eles consomem. A gente ganha presentes caros, já ganhei até um carro, mas sempre me comportei.

A idéia é que a relação com os clientes fique só no âmbito da fantasia, mas desde que conheci você tenho me saído uma safada. Vivo imaginando uma traição no estilo dois caras me possuindo. Antes, quando passavam a mão em mim no bar eu fazia cara feia e me afastava. Hoje abro as pernas. Até no ginecologista vou depiladinha, pois acho que ele vai gostar de olhar. Você fez um buraco na minha moral.

:: 13.06.2003 ::

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

A menina da praia - Reveillon 2008/2009

A menina da praia me encantava. A casa dela ficava na rua perto da minha. Naquele dia cheguei perto dela quando jovava vôlei na praia com uma turminha, mas não consegui me aproximar para participar nem abordar a menina. Cruzei com ela naqueles dias no calçadão, acho até que olhou para mim. Mas a cidade estava muito movimentada.

Véspera de ano novo. Interessante como em Santa Catarina o povo adora fogos de artifício. No dia 31 desde a madrugada ouvimos rojões. Isso dura o dia todo. Talvez o momento da passagem fosse perfeito para eu finalmente conhecer a menina linda.

Dei um jeito de escapar do meu pessoal no momento da virada e fiquei esperando para ver aonde ela iria. Em distância segura acompenhei-a até perto dos pescadores onde tem um posto de gasolina na beira do costão. Ali ela ficou com os amigos e a família (pelo que deduzi).

Logo após o espetáculo de fogos de artifício ela estava dançando sozinha. O momento perfeito para eu me aproximar, me apresentar e quem sabe conhecê-la. Ela dançando sozinha e eu cheguei perto, hesitei, mais um passo, ela deslumbrante dançando as várias músicas que tocavam ao mesmo tempo dos diversos carros. Muita gente, muitas garrafas balançando.

Mas dois passos eu estaria ao lado dela, tocaria em seu ombro e a chamaria delicadamente para conversar. Um estrondo de rojão meio próximo e num décimo de segundo ela caiu a meus pés, muito sangue na cabeça. A multidão se afastou, abaixei para ajudar mas alguém tomou minha frente. Mal consegui vê-la desacordada, vermelho e preto manchando seus cabelos. A menina linda sucumbiu num estouro de felicidade antes mesmo de me conhecer. Virou celebridade, o que, com minha timidez, impediu que eu a tivesse.

No próximo verão não haverá a menina da praia. Onde estará o imbecil que soltou o rojão na multidão?

:: 07.01.2009 ::