sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Cada surto que só acontece com o Zé - parte 1

Teste de paciência

Uma babá do condomínio do Zé começou a dar umas olhadas diferentes. Loira, alta, bonita mesmo! O porteiro (que como se sabe, "é a mãe") ajudou nos contatos e ele saiu com a gata. Ela tinha sotaque aberto típico do interior "polaco" do Paraná, era de lá, e por isso o Zé passou a chamá-la de ucraniana. E acabou rolando na primeira saída.

Vai saber os demônios da moça, mas ela ficou enfezada com isso, talvez culpa. Fique frizado que o Zé não prometeu nada, nem foi romântico.

Conversaram, então, de fazer alguma coisa outro dia, de o Zé chamar um amigo, dela chamar uma amiga, irem num barzinho socializar. Só que no dia em que tinham combinado o amigo do Zé pegou uma caganeira.
 
Ela topou de sairem os três, mas, antes, falou 32 vezes que a amiga era linda. Pior que acabaram caindo em um boteco cheio de bêbados, e o Zé com duas loiras monumentais. E a ucraniana foi ficando puta (nos dois sentidos) porque o Zé não estava de romance pra cima dela.

Quando voltou de uma das idas ao banheiro o Zé encontrou um cara babando em cima delas. Pediu educadamente para o bêbado inconveniente sair e sentou do outro lado da mesa. Conversaram bastante, e como o Zé entendeu as "32 vezes" como advertência, em tudo se dirigia a ambas para não gerar ciúme. Não adiantou. Enquanto a amiga continuava falante e simpática, a ucraniana se tornava carrancuda. Resolveram ir embora.

Passaram pelo corredor polonês dos bêbados mas sobreviveram. Quando entraram no carro a ucraniana emburrou de vez e começou a cantar a música da piriguete. Isso que o Zé mal olhou para a amiga — que a propósito, era bem boa de olhar.

(continua)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

MCPmate - Maria com escarificação

Ah, Maria, ficamos extremamente lisonjeados. Mas marcar assim essa pele tão bonita nos parece tão... PERVERSO.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

De primeira viagem

- Me dá mais vinho?
- Não, você vai passar mal.
- Ah, mas eu não quero que essa sensação acabe.
- Não vai acabar. E se você beber mais vai passar mal.
- Acabou o vinho e você não quer me dizer, né?
- Não acabou.
- Ah, então você não quer abrir mais uma garrafa.
- Posso abrir todas elas, mas não vou te dar mais. Agora vamos para a cama que eu quero te ensinar uma coisa.

:: 18.02.2011 ::

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Um dia não, outro também não

Ontem eu também precisava, mas não rolou. Tomei um banho perfumado, vesti uma camisola rosa com bolinhas pretas (só), bebi três taças de vinho, fiquei com calor, deitei com as janelas abertas, o vento balançava as cortinas. Li até altas horas esperando ele entrar no quarto, vontade de sair voando e bater asas em outro lugar.

:: 15.02.2011 ::

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Provocação

Dita Panul é uma dessas leitoras mais que interessantes que aparecem aqui no MCP. Fala três idiomas, adora fotografia — a foto que ilustra o conto é dela — e viagens, e no blog O diário secreto de uma mariposa ela fala das suas experiências e fantasias. Lá real e imaginário se misturam. Ela quer "aquecer" os leitores com as histórias que escreve, começando com vocês, no fechamento da V Semana da Contribuição MCP.

Já tinha ouvido falar de mulher difícil, mas homem difícil era a primeira vez. Ele era dificílimo, não queria ligações para o celular, mandava a secretária dizer que não estava no fixo, respondia aos e-mails quando lhe dava na telha, não retribuía um presente sequer, nem ligava no aniversário, muito menos na Páscoa, Natal ou Ano Novo, era um grande mal educado isso sim, deixava-a louca da vida, mas como ela desejava aquele homem!

Tentou de tudo, mas era impossível encontrá-lo casualmente, escrevia como amiga, como amante, como louca, como menina, como mulher, como puta, ele parecia ter nervos de aço... um dia enviou-lhe uma foto nua, ele estava num dia de baixa resistência, ficou louco, respondeu o que faria com ela, queria ver mais, ela mandou outra e outra e a conversa foi esquentando, seu coração saindo pela boca, queria tê-lo nos braços, nas pernas, dentro dela, queria apertá-lo, morde-lo, chupá-lo, queria vê-lo gemer de prazer e olhar nos seus olhos, dizer o que sentia, pedir que não fosse embora e quando tudo parecia acertado...

Ele recuou, voltou a ser frio, gélido e sem graça como lhe convinha.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O anão era o cara

O Luciano Pfeifer, d'O Gergelim, é freguês antigo aqui do blog. Vamos deixar o espaço dos comentários pra ele explicar o por quê do nome do blog dele. Continuamos firmes e, desta vez, disciplinados na V Semana da Contribuição MCP. Lembre sempre, amada perversette/caro leitor: aqui você se diverte e fica mais inteligente!

Início dos anos 80. Em uma boate suspeita, com nome de nave espacial, reuniam-se personalidades que seguidamente figuravam nas croniquetas pequeno-burguesas do jornal, de edição semanal, de Picapoca. Pois dizem que numa madrugada de sexta para sábado estavam na tal boate, junto à mesa mais entusiástica do lugar, um ex-prefeito, Dona Marly, a poderosa cafetina, três garotas da noite, um cara do ramo imobiliário, o garçom — aquele que tinha todas as manhas — e o Clóvis, mais conhecido por Clovinho, o anão. Clima de muita animação. No mesmo local, rolava um show de strip-tease brega, barulheira de copos, burburinho de outros frequentadores, muita fumaça e um cheiro empesteante de álcool no ar. Como se o próprio Demônio Algol tivesse passado pelo antro. Ah, sim, e vários cantinhos mal iluminados onde casais se esfregavam, sem pudores, antes de subirem em direção aos quartos que ficavam numa parte anexa do inferninho.

Aí que lá pelas tantas encresparam com o Clóvis e começaram a tirar o maior sarro dele. Aquelas coisas: piadinhas sobre anões, risadinhas cínicas e tal. Como diziam umas figuras da antiga, tiraram o baixinho pra cristo.
 
Quanto ao Clovinho, bom, o Clovinho só na dele, quieto. Mas a encheção foi tanta que começou a ficar constrangedor. O ex-prefeito, que já estava pra lá de Bagdá, em dado momento quis saber como é que o anão fazia pra cagar. O cara da imobiliária tirou o rosto que estava mergulhado entre os seios fartos de uma das garotas para responder que decerto o anão cagava em um penico com medo de cair e morrer afogado dentro da privada. Risadeira total. D. Marly chegou a se engasgar com um gole de Campari. E o teu pinto Clovinho? Precisa de uma lente pra encontrar o fiapo quando vai mijar? perguntou o garçom em tom sarcástico. Novo ataque de riso em todos. Uma barbaridade, aquilo não podia ficar assim. Pareciam um bando de bufões. Totalmente sem limites, completamente escrotos.

Foi daí que o nanico, sem falar nada, de maneira muito tranquila, subiu sobre a cadeira na qual estava sentado. Ficou com a cintura praticamente alinhada à altura da mesa. Abriu a braguilha da pequena calça e deixou que tombasse sobre o móvel um pênis descomunal, que mesmo em posição de repouso chegava perto dos 20 cm. Ficaram todos boquiabertos e de olhos arregalados.

Naquele final de madrugada, o Clovinho acabou levando duas das garotas para um dos quartos e depois de 50 minutos pediu que a terceira também subisse. Nunca mais serviu de chacota para os clientes da nave-mãe. Virou lenda.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Samba

A proposta do pessoal do Uma história várias mãos é escrever contos todos juntos pelo MSN. Isso mesmo. O mundo digital é uma grande sala sem paredes. Este que dá continuidade à V Semana da Contribuição MCP foi escrito por Caio Lima, Eduardo Passos, Grazielle Aleixo, Milena Soares e Stella Santos. O que poderia dar um samba do criolo doido resultou num continho bem interessante e coeso. Apreciem!

A roda de samba teve fim. Dois paradoxos. O primeiro porque imaginamos que tudo que é redondo não termina. O segundo foi o próprio término do sambão. O churrasco do Aldemar tinha cerveja de sobra. A festa rolou ao som de muita música e carne, às vezes bem, às vezes mal passadas. Nem todo mundo foi embora sabendo o que fez o samba morrer. Ciúmes.

Aldemar amava Rosa, que por fim também amava Aldemar. Mas vinha sentindo uma mudança. Não sabia se o clima, se o vento invertera a direção ou se a música tocava diferente ultimamente. Só se sabia estranha. Algo em seu corpo parecia o rejeitar subitamente, o que só amenizava com algumas cervejas. Ah, como vinha bebendo ultimamente! Naquele dia, ali, no samba, ela percebeu-se olhando para um dos músicos.

Era um moreno alto, esbelto, de olhos verdes e penetrantes. Tão penetrantes que pareciam invadir a alma de Rosa num simples golpe de vista. De certa forma, aquele olhar reunia nela um misto de vergonha, de medo e de tesão, sensações que há muito não sentia nos olhos frios e autoritários de Aldemar. Aliás, de Aldemar, nos últimos tempos, só tem recebido olhares de indiferença.

Rosa já tinha bebido um pouco a mais e, mesmo sabendo que Aldemar estava por lá, resolveu se engraçar com aquele moreno que lhe provocava arrepios. Chegou no meio da roda e sambou como nunca mais tinha sambado pro Aldemar. Logo ela recebeu olhares do Jair, que já cantava com mais sensualidade. Jair largou o microfone, levantou e os dois pareciam estar completamente sozinhos na roda, se sentindo.

Aldemar estava feliz. Seu corpo pulsava ao ritmo do samba. Ele sorria olhando os amigos e aquela linda morena a quem amava, a seu jeito. Rosa estava especial aquele dia. A morena dançava como nunca, rodopiante e sensual. Excitava-o tê-la ao lado. Seu corpo, sorriso, suor, seu olhar. De repente percebeu que Rosa também sorria. Um sorriso apontado noutra direção. Na outra ponta do olhar da Rosa, Aldemar viu um Jair e um cavaquinho.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Quando a engrenagem precisa de uma azeitada extra para funcionar

Ela pegou o gancho sugerido pelos episódios VII e VIII do Relatos de um Veraneio Praiano e contou este causinho lindo e perverso. Aproveitem para curtir agora, pois é possível que quando ela colocar no livro, ele esteja diferente. Coisas de quem busca perfeição e nunca está satisfeito com o que escreve. O título, nós tomamos a liberdade de pinchar. Curtam esta brilhante participação na V Semana da Contribuição MCP.

Uéliton era o típico nerd, solitário e inexperiente, dono de uma lojinha de conserto e venda de computadores num bairro tranquilo daqueles que parecem cidade do interior. Perdeu a inocência com uma mulher da vida, nunca namorou e suas companhias eram moças bonitas, “photoshopadas” e coloridas que ele escondia no banheiro da casa de seus pais. 

Jandira estava na faixa dos 35 - 40 anos. Era tão assanhada quanto judiada pelo tempo e mal comida pelo marido. Mas ainda tinha as peças nos devidos lugares. 

A relação deles se limitava a eventuais beijinhos. Até o dia em que Jandira entrou na loja, já no final do expediente, e pediu a Uéliton que abaixasse a porta de metal para que ficassem mais à vontade. Enquanto ele obedecia, ela foi ao pequeno banheiro/depósito que havia no fundo. Voltou já sem calcinha e demais “apetrechos”, só de vestidinho e salto alto. Empurrou Uéliton contra a parede e tascou-lhe beijos quentes. Foi tirando-lhe a roupa enquanto, como um animal no cio, lambia e cheirava cada pedacinho do corpo dele. Quando percebeu que ele estava quase no ponto, pediu que sentasse numa cadeira daquelas simples, sem braços e sem rodinhas, que ficava na entrada. Abriu as pernas, subiu um pouco o vestido e se encaixou. Ele sentiu aquela umidade quente o possuindo e enlouqueceu com o sobe e desce e o rebolar de Jandira. 

Estava tudo perfeito até a hora em que ela se levantou e se desprendeu. Ele se viu coberto de sangue. A mesma gosma avermelhada que escorria pelas pernas da Jandira. Assustado, não sabia o que pensar. Ela, percebendo o espanto, explicou que preferia transar menstruada. Além de não correr risco de engravidar, ficava mais excitada, corpo mais sensível ao toque e ainda contava com a ajuda de um lubrificante natural. Coisas da idade, dizia ela. O corpo funciona como uma máquina, mas sofre influência da natureza. Se não houver manutenção ou se o desgaste for precoce, o mar pode virar sertão, e a engrenagem acaba precisando de uma “azeitada” extra. 

Ele me contou esta história ainda afoito e com mais detalhes do que eu esperaria, justo ele, sempre tão tímido e reservado. O danado gostou da experiência e disse não se importar se era normal ou não. Confessou a vontade que sempre teve de desvirginar alguém só para ver o sangue no lençol. Agora não precisava nem se esforçar. Veria quanto sangue quisesse nas ansiadas visitas mensais de D. Jandira.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Amor de verão

Conforme combinado, a V Semanha da Contribuição MCP vai começar com o segundo presente que ela deixou pra gente. Faz questão de contibuar anônima, mas quem ronda a blogosfera vai saber de quem é, pelo estilo despojado e pela (des)concatenação de ideias. Nós gostamos muito, principalmente do final!

Aquela paixonite com gosto de maresia que não sobe a serra. Comigo obviamente SUBIU. Desde o nascimento minha vida mostrou que caminhos seriam tortos e que a facilidade é entediante. Meu terceiro casamento iniciou na areia, com a água batendo em minha zona erógena mais estimada pelos homens, aquele lugar onde o sol não bate, mas nesse dia o reflexo da lua penetrou.

Esse amor sobe e desce a serra até hoje. Talvez pela cumplicidade, mesma desenvoltura sexual e insensatez inofensiva necessária. Circunspecção é prejudicial á saúde.

No último verão a UTOPIA converteu-se em FATO CONSUMADO. Que homem não foi doutrinado desde cedo a desejar um MÉNAGE com duas mulheres?

Nem quarto, nem motel. A areia roçando a pele e a água salgada cobrindo os corpos nus traduz o momento PERFEITO. Um voyeur se locupletaria com o grau de excelência.

Isso, sem saber DA particularidade. Minha ousadia glorificou o momento. Para o prazer a três não induzi uma desconhecida, amiga ou prima, mas minha irmã caçula.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

MCPmate - Relatos de um veraneio praiano

Ela passa incógnita aqui no blog, pelos motivos dela, vai saber. Já assinou como Kim, comenta com alguns pseudônimos e, como podem ver, ela realmente... lê o MCP. Moça de bom gosto. E não pensem que para por aí: ela vai nos brindar duplamente: hoje com a foto e, na semana que vem, com o conto de abertura da V Semana da Contribuição MCP.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Relatos de um veraneio praiano VIII

O caso do catchup - parte 2

O pessoal foi todo para a praia, restando o Zé e o Renatão com duas irmãs meigas ("mei galinhas", como dizia o Bessa). O Zé se esforçava no quarto com a primeira-taquígrafa do estado, enquanto o Renatão se batia com a outra na rede, até que ela derrubou o copo de cerveja no chão e ele deixou escapar um estrondoso "burra!". O affair esfriou e foram para a praia, não sem os sacanas também entrarem no quarto e "avisarem" o casal.

Então o Zé se sentiu no paraíso. A casa só pra eles, a mocinha já desprovida de ambas as peças do biquíni e encharcada (não de suor), tudo se encaminhava para o final feliz quando ele sentiu uma coisa na coxa, olhou e viu um enorme e vermelho coágulo. Então ela travou de vez e o que se seguiu foi o insistente tentando a convencer de que o chico não é fator impeditivo, que pode até ser estimulante, que os índios praticam mais nesse período... O que fizeram não foi exatamente transar, pois ela mal abriu as pernas. Mas deu pro Zé aliviar a tensão litorânea.

Trabalhos concluídos, deram uma lavada geral juntinhos na água gelada do chuveiro do lado de fora da casa, o Zé escorregou para a praia e a moça foi em casa "se arrumar" para depois encontrar o pessoal.

Como a rapaziada não estava na época de se conter verbalmente ("Cara, menstruou de tanto tesão!"), quando ela chegou na praia toda arrumada (era bonita, a maldita!) a palavra que mais se ouvia na rodinha era catchup. E o Zé nem ficava vermelho.

:: 28.01.2011 ::