quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O potinho da discórdia (parte 1)

No começo o namoro do Zé com a Aninha era só festa. Se divertiam muito e levavam a vida com leveza. Uns meses depois ela começou a tirar as asinhas para fora e ficou bem claro que o objetivo era "casar e ter filhos". E tinha pressa a danada. Ele percebeu a pequena obsessão, mas como se amavam foi empurrando com a barriga.

Só que um dia o Zé não se aguentou e para dar uma cutucada, resolveu brincar. No meio de uma conversa, como que distraído, soltou um "então, antes de eu fazer a vasectomia..." Coitada da Aninha, ficou lívida, chorou muito e pra desgraça do Zé não teve "era brincadeira" que resolvesse. Meteu-lhe um pé na bunda e só voltava a namorar se ele fizesse um espermograma.

O Zé ficou arrasado e deu o braço a torcer. Perguntou três vezes no telefone, pra moça do laboratório, se não tinha como fazer em casa. A atendente foi taxativa e afirmou que não, que no percurso "a coleta" perderia as características. Então o Zé se guardou os três dias exigidos "por lei" e foi no laboratório para o sacrifício.

(continua)

21 comentários:

Valéria disse...

Acabar com a alegria das Aninhas é a cara do Zé. O Zé tem um guia de esquerda - um espírito de porco que baixa às vezes - que sobe só pra acabar com a alegria de Aninhas, Marias, Berenices e afins. Bem feito pra ele! hehehe

Vampira Dea disse...

Bem meu anti-herói preferido não poderia ser diferente. Que mania essa que tem essas moças de querer casar com o patrimônio Zé. Zé é pra usar, ser usado e tirar sarro.

o amor da sua vida disse...

Mulher que trata homem, como a Xuxa fez com o Szafir, apenas como um bom espécime reprodutor premiado, é a mesma que reclama de ser tratada apenas como objeto sexual. Daquelas que levam tudo na bolsa - alfinete para furar camisinha, bolinhas de pompoarismo, algemas, gel que esquenta, gel que esfria, venda, calcinha reserva, menos coerência.
[Não quero generalizar, só exemplificar]
Tá, a maioria dos homens só quer sexo. E uma boa parte das mulheres só quer casar e ter filhos. Nos dois casos, tratam o outro como um ser inanimado, descartável.
A Aninha poderia engravidar do Zé, do João, do Alberto. Assim como o Zé poderia comer a Aninha, a Berenice ou a Clarice.
Sabendo moldar e treinar direitinho serve qualquer um ou qualquer uma, o nome nem importa. E, se se comportar bem, ainda ganha um torrãozinho de açúcar no final.

...

Vai me trazer mil rosas roubadas?

Gustavo Martins disse...

Valéria / Vamdea - vocês é que nos têm estimulado a prospectar novas e cabulosas histórias do Zé

amor da minha vida - à parte do estudo antropológico, que deixamos para os demais leitores confabularem a respeito, não podemos nos furtar de responder

. . .

pra desculpar minhas mentiras? ou minhas mancadas?

Gustavo Martins disse...

Em tempo: lembrem que isso é uma noveleta, ou seja, o enredo tende a dar GRANDES GUINADAS.

Vampira Dea disse...

Amor da sua vida concordo em parte e da outra discordo totalmente. Concordo que realmente existem mulheres que querem descolar um casamento lucrativo a toda prova, ou outras que querem prender um homem a todo custo. Já vi mulheres fingirem gravidez, e já soube de mulheres que se aproveitaram de homens bêbados, ou que deram um jeito de furar a camisinha( homens tremam isto é fato).
Agora o que vc tem contra mulheres que carregam seus brinquedinhos para uma eventualidade? Mulheres têm tanto direito ao prazer quanto o homem, te digo mais: existem muitos homens certinhos e casadoiros por aí procurando direitinho acha, mas só é certo quem casa? existem tantas formas de amar e ser amado, segue padrão quem quer nos dias de hj.

Valéria disse...

Déa tá virando minha ídola...rsss
Mas interessante tanto quanto os contos, é analisar os comentários. Há 3 tipos de mulheres que lêem MCP: o tipo que mal consegue entender a realidade das Aninhas, de tão distante que está da realidade delas. O tipo que quer parecer alguma coisa, mas parece que não é e nunca será. E o tipo "peixe fora d"água" que fala muito e disserta 3 horas sobre coisas banais achando que é física quântica e que tá abafando. E o que é pior: acha que vai ganhar o autor nessa! É uma comédia.

o amor da sua vida disse...

Vampira Dea,

Nada contra mulheres terem, usarem ou carregarem seus brinquedinhos. Pelo contrário! Eu mesma a-d-o-r-o, principalmente para usar junto!
Fiz uma analogia: carregamos tanta coisa e esquecemos a coerência. Não só nos mulheres, os homens também.
(eu poderia mencionar batom, chicletes, absorvente, chaves, rímel, máquina fotográfica, etc... mas o contexto permitia uma boa provocada)
Certo ou errado? Esse nem é o ponto. Que case ou não; que dê (ou coma) muito, quem quiser, onde e como quiser ou não... o que me cansa e o que mencionei é a hipocrisia, o cinismo, a incoerência: pessoas - homens e mulheres - que não bancam o que são ou o que dizem, tratam os outros como objetos e reclamam quando da mesma forma são tratados.

Vampira Dea disse...

Entendo Amor da sua vida mas já reparou que tem pessoas que gostam de serem usadas também? Há lugar pra tudo nessa vida e se o assunto é relacionamento, quatro paredes sempre , pq o que se passa fora é a pontinha do iceberg, desde que seja uma escolha das duas partes. Agora enganar tá por fora.
Beijo Val e aqui no MCP tem lugar pra todo mundo. Né Gustavão?

o amor da sua vida... disse...

Vampira Dea,

Exatamente! Que a pessoa use, seja usada, seja libidinosa, santa, uma mistura de tudo... seja o que quiser. Ninguém tem nada a ver com isso. Só que hipocrisia, dissimulação e falta de coerência são de doer.
Se usa alguém, não reclame de ser usada (o). Se quer passar uma imagem do que não é, não reclame depois; assuma, se não o que disse, as consequências.

Uma das coisas boas do MCP - além de ter lugar para todo mundo, como você disse, Vampira Dea - é poder incitar deliciosas observações e "conversas". =)

Valéria disse...

hehehehihihaiheohaiuhushua ploft!

Gustavo Martins disse...

Que saudades que a gente estava desses debates. Só que a história continua, e quem sabe as opiniões mudam...

Rainha Profana disse...

Estou boquiaberta,é impressionante como é tendencioso este debate.Tende a fuzilar a Aninha e banalizar as infantilidades do Zé.Que mal ha em uma pessoas estar coerente com sua natureza procriativa?Porque o zé dissemina espermas por ai?Por que ele é o Garanhão da hora ou porque ele é apenas um joguete da natureza?Como diz o mestre Schopenhauer "tudo é vontade"(da natureza) e o resto é representação, neste caso a Aninha desconstruiu o A onipotência do Zé. Agora ja pensou se o Zé descobrir no exame que não pode ter filhos?

Valéria disse...

Sabe que achei interessante a colocação da Rainha Profana? Tá certo que nosso foco é o Zé... mas a Aninha não pode ser desconsiderada assim como estamos fazendo.

o amor da sua vida... disse...

Eu não puxei as outras histórias do Zé para esse comentário. E, nesse conto, pelo menos até agora, o Zé não fez infantilidade nenhuma, só uma pequena brincadeira, por enquanto, inocente! ;) Como o autor bem disse, no decorrer da novelinha, tudo pode mudar.
Mal nenhum! A pessoa pode querer procriar - ou não - ou casar - ou não - o quanto quiser. Meu comentário foi sobre: "no começo... era só festa... depois, começou a tirar as asinhas para fora".
Daí, levanto a bola: se ela amasse mesmo o Zé, terminaria com ele por ele não poder ter filhos (seja pela vasectomia ou por ter espermatozoides fraquinhos?)

Anônimo disse...

O VERDADEIRO AMOR DA SUA VIDA...

está ficando realmente meio sem nexo essa discussão hein!!!

Anônimo disse...

O VERDADEIRO AMOR DA SUA VIDA

"Sabendo moldar e treinar direitinho serve qualquer um ou qualquer uma, o nome nem importa. E, se se comportar bem"

Está parecendo que estão querendo moldar alguém... algo relacionado com o autor?

o amor da sua vida... disse...

Anônimo,

Eu não estou discutindo com ninguém!
E estou falando do Zé e não do autor. O personagem do conto, até onde sei, é o Zé.

Sobre a frase que você destacou, explico, de novo: se ela, a Aninha, só quer um reprodutor (veja bem, eu disse se), pode ser o Zé, o João, o Alberto. Quando a pessoa quer usar a outra, pode pegar qualquer um que aceite e ir treinando-o, moldando-o como quiser, nem se importa com o quem e sim com o que quer.
E, de novo, ressalto, cada um usa ou não, faz ou não o que quiser. Isso não impede que tenhamos opiniões.

Anônimo disse...

Eu quero ser usada pelo Zé. ;) [Coerente e descarada!]

M*

o amor da sua vida... disse...

Isso aí, M*, gostei!
Coerência é isso: quer ser usada e pronto!, sem reclamações, cobranças indevidas ou mimimimi depois!

Vampira Dea disse...

Agora sim , o MCP tá do jeito que eu gosto, vale tudo, diversidade de opiniões rsrsr