quarta-feira, 25 de maio de 2016

Convergência: a única salvação dos perversos

Tomou o que era talvez a última dose do destilado de agave, se ajeitou na cama e ficou pensando nela, deitada a seu lado. Desejava a mulher, mas de um jeito diferente. A ereção lhe fez tremer o corpo, porém a combustão não era por estimular a lasciva num coito tradicional. Não era isso. O desejo primitivo era por se masturbar olhando para ela, mas de modo que toda atenção dela estivesse dedicada ao vai-vem frenético.
“Quem é o mestre?”
“Como assim?”, ela levantou a cabeça com olhos curiosos.
“Quem é o mestre, ele ou eu?”, apontando para ela sua virilidade inchada.
“Você. A atração é sempre pela cabeça de cima.”

Com receio de intenções divergentes, ele ameaçou se recolher. Mas como lhe tivesse lido o pensamento, ela se abriu em flor e começou o trabalho.
“Quero você fazendo que nem um macaquinho tarado.” E se fartaram um do outro.

Para alguns tipos de gente, essa não seria uma madrugada feliz.

:: 25.05.2016 :: o início, rabiscado num guardanapo numa viagem sabática reveladora em março/2011; concluído só agora