terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

As desventuras de Maçarico, o palhaço erótico III (parte 2)

A inocência de Rosineide

A cachaça rolou solta na festinha de criança. Enquanto D. Rosineide conversava sobre a indecência da novela das oito, Maçarico, com pretexto de "fazer o acerto" com a mãe do aniversariante, combinou com Dalvinha que faria uma mágica de desaparecer, e que nessa hora ela deveria esperá-lo, no quarto do filho, pronta para o abate.

E como de bobo Maçarico não tinha nada (o que ele menos queria era Maçaneta conspurcando aquelas alvas carnes), combinou tudo em detalhes com o amigo.

Depois de brincadeiras muito animadas com as crianças e os adultos, Maçarico anunciou a mágica. Os dois palhaços saíram na lavanderia para pegar a caixa de papelão e aproveitaram para trocar os macacões. Então Maçaneta (vestido de Maçarico), anunciou, depois de uma talagada de cachaça, que faria Maçaneta (Maçarico) desaparecer. Foi tudo muito rápido, palhaço entra na caixa, simsalabimbimbim, palhaço entra no quarto da criança, traça Dalvinha, palhaço destrói a caixa onde o outro deveria estar, o povo faz óóóóóóóóh e o palhaço desaparecido entra histrionicamente pela porta da frente (saiu do quarto pela janela).

Então Maçaneta (vestido de Maçarico) entra no banheiro esperando o amigo para desfazer a troca. Mas D. Rosineide, sob olhar atônico do Maçarico original e forte embalo etílico, entra no banheiro junto. Maçarico imaginou o barraco que ia se seguir, mas cinco minutos depois a mulher sai do banheiro afobadinha.

Não se falou mais a respeito. Maçaneta nunca contou ao amigo o que aconteceu entre as paredes de azulejo barato. Mas os demais da turma do boteco ficaram sabendo que "Rosineidinha" tirou a dentadura e se atracou até o fim na maçaneta (não a da porta). O palhaço assistente confessou ter sido um dos melhores boquetes de sua existência.

Ah, sim, não se pode deixar de relatar que D. Rosineide, dengosa que estava, quando no decorrer da festa encontrou o marido descaracterizado, beijou-lhe várias vezes a boca. De língua.

:: 10.02.2010 :: Baseado em personagem e contexto criados pelo amigo Alta

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Meu melanoma Dagmar

Discreto porque desgraçadamente nasceu entremeio à tatuagem que cobre meu ombro esquerdo. Quando percebi já estava volumoso e invasivo. O motivo de dar um nome eu já explico, mas Dagmar é porque não tem como saber se a natureza de um melanoma é masculina ou feminina.

As bordas vermelhas denunciaram ao dermatologista que realmente se tratava de um "maligno". Ele requisitou uma biópsia há quatro meses, mas me abstive de fazer. Não faz diferença saber, não há motivo para extirpar Dagmar. Isso me abre grandes perspectivas, principalmente a de não ter mais medo e a de deixar de lado minha avareza. Traduzindo, Dagmar será meu grande companheiro na nova aventura de fazer tudo que der na telha e aproveitar em grande estilo até meu último centavo.

Tem muita lógica nisso. Tenho vários amigos, mas eles todos andam tão pacatos e inertes ("Estão amadurecendo, coisa que você devia fazer", já me disseram), numa linha de conforto absurda que os afunda justamente na tendência natural do ser humano ao descanso eterno. Ou seja, o corpo pede e eles aceitam se acomodar em direção ao "leito de morte". Aí entra Dagmar como companhia fiel. Porque deixar o melanoma se espalhar e passar tardes ensolaradas de sábado na frente de uma televisão são atitudes muito parecidas, mais do que você possa pressupor.

:: 27.01.2010 ::

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

As desventuras de Maçarico, o palhaço erótico III (parte 1)

Maçarico vivia arrastando asa pra cima da Dalvinha, a moça do café mais jovem e suculenta da repartição. Inocente que só ela, descerrou o decote sobre o balcão e propôs ao colega palhaço que animasse a festinha de três anos do filhote, e deixou bem claro que ele seria recompensado pelo feito (não financeiramente). Tudo combinado para o sábado festivo, na manhã de véspera o sexto sentido de Dona Rosineide, mulher do Maçarico, tocou o alarme e ela se dispôs a acopmpanhá-lo ao evento.

Ele entrou em desespero. Dalvinha era uma beldade temperamental, não haveria outra chance. Então formulou um plano mirabolante tendo como espinha dorsal contar com a participação de outro palhaço na animação. E o camarada mais parecido (tinha que ter o mesmo tipo físico, para permitir um revezamento estratégico) era o amigo de boemia Maçaneta.

Maçaneta tinha essa alcunha por permitir que qualquer um colocasse a mão — independentemente de gênero, etnia [olha o politicamente correto bombando aqui no MCP!!], religião, orientação sexual, idade e até mesmo espécie. Tanto que comparavam "a" maçaneta do camarada àquelas meio rengas, que de tanto uso mal se sustentam à porta.

Tudo combinado, os dois palhaços chegaram à festa (escoltados por D. Rosineide) devidamente caracterizados, com maquiagem idêntica, só se diferenciando pela cor do macacão. As sete crianças presentes foram à loucura. Para esquentar, como os demais convidados adultos, os três se afogaram na cachaça.

(continua... CLARO!)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

MCPmate - A Leitora

Sim, ela lê. Nem precisa escrever. Você devia fazer o mesmo.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

As desventuras de Maçarico, o palhaço erótico II

Episódio II da saga criada pelo amigo Alta, e que, para surpresa dele, terá um terceiro episódio.

Como narrado no episódio anterior, Maçarico era um palhaço de festas infantis que no dia-a-dia perdia tempo como funcionário público. E foi no trabalho que passou a ser assediado por uma vendedora, a qual ele apelidou carinhosamente de Véia. Era até mais jovem do que ele, mas aparentava mais idade.

Para conquistar o palhaço, a Véia lançou mão de dotes culinários, e convidou-o para um jantar em seu apartamento — bebidas e pratos afrodisíacos cuidadosamente preparados por ela.

Não obstante ser adepto do matrimônio (ver episódio I), nosso herói aceitou o convite. Depois de comer e beber muito, era chegada a hora de entrar em ação. Contudo, após dar várias arremetidas e já com dor na cabeça de baixo, Maçarico acabou por desistir de romper o lacre da Véia. “Seria virgem?”, pensou. Na manhã seguinte, ela liga toda consternada: “Desculpe querido, mas no calor da emoção esqueci de tirar o Tampax.” Nunca mais voltaram a se ver.

Mas o auge foi quando numa festa de fim de ano da repartição, Maçarico resolveu uniu as duas profissões: animaria a festa e os colegas de trabalho. Lá pelas tantas, mais chumbado que o normal, ouviu algum gaiato sugerindo striptease. Não se fez de rogado e, dançando freneticamente, logo desceu o macacão colorido. Só que não percebeu que uma das bolas do saco tinha escapado, e balançava pendurada pela lateral da cueca. Como muitos filmaram e fotografaram, a performance passou a fazer parte do folclore da repartição.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

As desventuras de Maçarico, o palhaço erótico I

Esse continho é do amigo Alta, que dispensa apresentação no MCP. Já o personagem que ele nos apresenta, esse merece destaque. O fato é que nos divertimos muito quando recebemos essas pérolas dos leitores-colaboradores!

Maçarico era um palhaço de festas infantis, que nas "horas ocupadas" se travestia de funcionário público municipal. Quando estava à paisana, trabalhava de segunda a sexta no setor de compras da repartição.

Apesar de casado e já beirando os 50, aparentava 20 anos menos e se valia de sua espontaneidade, alegria e vigor físico para conquistar todas as mulheres que considerava apetitosas, principalmente as vendedoras com quem mantinha contatos comerciais de trabalho.

A alcunha "Maçarico" lhe fora dada pelos amigos, pois costumava animar as festas com altas dosagens etílicas no sangue. Supunham que bastaria acender um fósforo perto do palhaço para que ele lançasse chamas pela boca.

Dentre suas façanhas, contam que, certa vez, confundiu o aniversariante a festa toda, e só ao final foi alertado do equívoco pela mãe do garoto, pois passara o tempo todo paparicando o menino errado, que era apenas um convidado. Menos pior, pois era comum, durante as festas, dar chutes e beliscões disfarçados nos malcriados que o tivessem provocado ou ofendido.

Outra característica era sua facilidade para armar a lona do circo na roupa de palhaço. Bastava ver uma mãe ou convidada gostosa, que o Maçarico já ficava todo assanhado pra cima dela.