quarta-feira, 30 de julho de 2008

Robervaldo e o Passeio Público II

No começo de junho publicamos uma contribuição do nosso amigo Daniel Trein, com as proezas do Robervaldo, atendimento júnior (com idade de sênior) de uma agência de propaganda em que ele trabalhava (deixa a preguiça de lado e vai lá ver). Hoje vai a segunda aventura. Uma característica legal nessa narrativa é o fato de haver um conto dentro de um conto.
Só pra lembrar PASSEIO PÚBLICO é um misto de zoológico e parque no centro de Curitiba, inaugurado em 1886 (sim, no século XIX). É popular, sombrio e ponteado de árvores seculares, e uma marginália peculiar ronda a região.

Mais uma do nosso amigo Robervaldo e seus passeios pela região do Passeio. Estávamos em momento de inspiração publicitária, conversa vai, conversa vem, falando de mulher, óbvio. E não se sabe daonde surgiu o papo de travecos, boiolas e similares. Adivinha quem apareceu com uma história?
— Gente tenho uma experiência triste nesse assunto.
— Nossa, o Robervaldo ficou sério. Que foi que aconteceu?
— Sabe como é, eu era solteiro e fui dar minhas voltas lá pelo passeio público.
— Cara não tinha lugar melhor pra ir? Ou era só lá que você conseguia alguma distração?
— Lá era, e ainda é, um lugar legal pra pegar umas minas.
— Na próxima vez que você for me avisa pra eu dizer que vou não ir.
— Vocês querem ouvir a história ou não?
— Manda ver, Robervaldo, já estamos curiosos.
— Então, estava passeando por lá quando vi uma gata, linda, toda gostosa, sentada num banco. Quando ela me viu deu um sorriso discreto. Dei uma volta e passei por ela de novo, ela me olhou, deu mais um sorrisinho e se insinuou bem de leve.
— Tipo te chamou com o dedo pra perto dela? Deu uma piscada e uma cruzada de pernas? Mandou beijinho e deu aquela mexida do cabelo?
— Não, não, ela só me olhou direto nos olhos.
— Nossa! Mulher fatal. E daí o que você fez?
— Dei mais uma volta. [nota do blogueiro: já ouviram falar em footing?]
— Pô, Robervaldo, pára de enrolar. Você queria que ela te pegasse na mão para conversar?
— Tava fazendo charme.
— Continua aí!!!
— Na outra volta, ao passar por ela fiz um sinal tipo "posso falar com você", e ela no ato balançou a cabeça indicando o seu lado no banco. Imagina cara, uma gata, domingo, sozinha no Passeio... e me convida pra sentar!
— Ih, tem coelho nesta cartola.
— Pois é, fui em direção a ela, todo faceiro. Conversa vai, conversa vem, começamos a nos beijar freneticamente. Quando ela pegou nas minhas coxas a arrastei para um banco mais escondidinho. Comecei a passear minhas mãos por aquele corpo maravilhoso, peitos, coxas, o negocio começou a pegar fogo. Aí ela se atracou no meu dito cujo, sinal para eu encher a mão na perseguida. Só que, cara, o volume que tinha ali era maior que o volume na minha calça. Quando eu pulei para o lado assustado ela me disse com aquela voz de Pato Donald: "Ih, tolinho, pensei que você já tinha percebido".

terça-feira, 29 de julho de 2008

Minha Senhora

Passos se aproximam do meu cativeiro. Viro o rosto para não ver. Ela entra e solta as correntes que me prendem. Manda que eu saia na frente, pega a correia da minha coleira e começa a me puxar. Ordena que eu olhe para o chão e me leva ao Seu quarto, minha Casa de Torturas.

Ambiente iluminado apenas por uma vela, vejo-A sentar numa confortável poltrona com um consolo atado em seu ventre. Deito sobre um móvel vermelho de costas, pernas abertas e elevadas. Alguém coloca uma venda em meus olhos e me suspende. Resta apenas sentir o que está por vir. E o que veio foi a incrível mistura de ansiedade, dor e prazer, meus gritos e uivos abafados, e uma ereção que quase me leva ao gozo. Mas consigo me conter, um orgasmo sem o consentimento Dela seria imperdoável.

Sinto que vou desfalecer de tanta satisfação, aflito por saber que não vou lembrar do que está por vir.


:: 20.02.2004 :: foto do i162.photobucket.com, com tratamento nosso

domingo, 27 de julho de 2008

Tranca forte

- Vem cá.
- Não posso ainda.
- Me chupe então.
- Você está me escondendo alguma coisa? Está com cara de safado hoje.
Da cozinha vem o som ameaçador: ela continua o trabalho de afiar a coleção de facas.

:: 23.02.2006 ::

quinta-feira, 24 de julho de 2008

F.A.Q. do MCP

F.A.Q. vem de frequently asked questions, que significa perguntas mais frequentes. Trata-se de uma compilação das dúvidas mais comuns formuladas pelos clientes/leitores de um website numa tentativa, dos administradores, de reduzir o trabalho de respondê-las. Como o MCP tem suscitado dúvidas recorrentes, cometemos o nosso:


Importante
É sempre bom ressaltar às lindas leitoras e aos camaradas leitores que o MCP é um blog de CONTOS e não um diário ou confessionário, ou seja, o que aqui vai escrito é, a priori, ficção. COMBINADO?



O que é um conto?
Tecnicamente falando, o conto é a forma narrativa, em prosa, de menor extensão (no sentido estrito de tamanho), ainda que contenha os mesmos componentes do romance. No inglês, conto já recebe um nome mais direto: short storie (história curta).
Entre as principais características do conto estão a concisão, a precisão, a densidade, a unidade de efeito ou impressão total — da qual abusavam Poe (1809-1849) e Tchekhov (1860-1904). O conto precisa causar um efeito singular no leitor, muita excitação e emotividade.

O que é um miniconto perverso?
É um conto, só que menor. São histórias bem curtas escritas para mulheres inteligentes, pessoas alteradas e para conquistadores baratos e desastrados. Estão classificados assim nos marcadores dos posts.
Nesse mundo acelerado e cheio de informações em que vivemos — e baseados na experiência da propaganda, em que aprendemos a transmitir todo um conteúdo em 30 segundos ou nas poucas linhas de um impresso — sentimos a necessidade reduzir ainda mais, de enxugar ao máximo os escritos. Daí (e da influência do mestre Dalton Trevisan, e seus personagens esquisitos de uma Curitiba sombria) nasceram os minicontos.
O desafio, nos minicontos, é causar o efeito de um conto num espaço menor, ainda deixando parte da história e uma boa dose de reflexão a cargo do leitor.
Ah, sim, a parte dos "perversos" é por causa dos temas e do enfoque dado. Os acontecimentos medonhos narrados com naturalidade. Mas em perversão perdemos de longe para a mídia de massa.

Quem escreve os contos publicados no MCP?
Quem escreve os contos é este projeto de contista (e administrador do blog) chamado gustavão. Baseado em experiência de vida e muita imaginação. Tem casos em que pessoas contam as histórias pra gente, mas aí somos nós que escrevemos e colocamos nosso (rarefeito) talento em prática para transformá-las em MCP. Portanto, são nossos.
Quando o conto não é de nossa autoria, deixamos bem claro ao apresentar o autor, além de assinalar o marcador do post com contribuição.



Mais de uma pessoa escreve o blog? Por que você sempre se manifesta através da primeira pessoa do plural?
Fomos fortemente influenciados pelo Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto). Temos grande afeição por aquele jeito cínico de escrever, e uma parte evidente desse cinismo está na impessoalidade da primeira pessoa do plural. Além disso, temos uma tendência ao egocentrismo, e escrever assim nos comentários é uma forma de atenuar esse defeito de personalidade.
Pra completar, convenhamos que é demais pinchar toda culpa e vergonha desses assuntos indecentes apresentados nos contos num euzinho só. Concorda?

Em alguns contos você escreve como se fosse uma mulher. Você é mocinha ou viadinho?
Não somos mulher nem homoafetivo (não que tenhamos algo contra). Mas nosso grande exercício é tentar entender a mente, as emoções e as paixões complexas das mulheres. Por isso, em muitos casos vestimos essa pele para tentar expressar com maior fidelidade possível o comportamento e o espírito femininos.

Qual o tamanho exato ou ideal de um MCP?
Não tem um tamanho exato, mas a idéia é que sejam perfeitos para ler no computador, no meio de todas as informações que recebemos a cada minuto, entre um e-mail e outro. Ou seja, tem que ter o tamanho de uma tela ou no máximo um pouco mais.
Diferentemente do que parece, quanto menor o conto, mais difícil para o leitor, porque todo o conteúdo das entrelinhas tem que ser deduzido. Existem contos menores que os MCPs, que tomamos a liberdade de classificar como microcontos. São aqueles formados praticamente por um título e uma frase. Mas nestes casos, toda experiência depende praticamente da interpretação (e do esforço) do leitor.
Para quem quer um referencial de tamanho de fora do mundo cibernético, o MCP ideal é perfeito para ler no trono (ou seja, leva o tempo de uma cagada).

O Zé existe? É o escritor ou um alter-ego dele?
O Zé é uma entidade que revive as histórias de conquistas, festas, porres e experiências com entorpecentes experimentadas por nossos amigos, pelos amigos dos amigos e pelo próprio autor. O Zé é o espelho de toda uma geração de hedonistas botequeiros insensíveis e românticos ao mesmo tempo.

Esse blog é só para mulheres inteligentes, pessoas alteradas e/ou conquistadores baratos? [como está nos marcadores]
Negativo. Todo mundo está convidado para esta experiência de leitura, e mais, para compartilhar seus "causos" e impressões nos comentários. Pense no aprendizado que é, para uma mulher bem resolvida, saber dos truques e desventuras de um conquistador barato. E vice-versa. Quantos tropeços deixaríamos de dar.

Os minicontos perversos são piadinhas?
Não são piadinhas. Nosso foco não é o humor, mas o prazer de proporcionar uma boa leitura e de analisar o comportamento humano. Tanto que evitamos finais surpreendentes e sacadinhas. E nos casos em que pescamos alguma similaridade com anedotas, mandamos o conto para o lixão infinito do besteirol virtual.

Quem é o autor?
Gustavo  Martins é um contista pequeno. Escreveu e lançou dois livros: MiniContos Perversos & Outras Licenciosidades e MiniContos Perversos 2, paridos neste blog. Antes que você pergunte, não são contos curtos porque é um preguiçoso. Segundo os mini e microescritores, os textos curtos têm mais energia. Largado no mundo, o gustavão gosta de saborear a vida em colheradas grandes. E desse jeito de perceber as coisas vieram as histórias. Algumas recebeu de presente, outras vivenciou: sobre duas rodas, acompanhado do rock e do blues, da cerveja com os amigos e principalmente DELAS, razão de toda beleza e delicadeza que há neste mundão sem nexo.


Quais são as influências do autor?
Já citamos alguns autores, mas repetimos: Charles Bukowski, Dalton Trevisan, Rubem Fonseca, Jack Kerouak, John Fante, Bill Waterson (do Calvin), os russos Tchekhov, Dostoiévski e Górki, João Ubaldo Ribeiro, Cristovão Tezza (queríamos ser o Trapo), Ernest Hemingway, Led Zeppelin, Rolling Stones, Jimi Hendrix, Barão Vermelho (com ou sem Cazuza), Charles Bukowski (mais uma vez), entre outros.


Por que o Minicontos Perversos não acompanha nenhum blog? Babaquice?
O gustavão, autor do MiniContos Perversos, acompanha vários blogs. Principalmente aqueles que estão linkados ali no "Links Quase Perversos", mas há outros bem legais também. O facebook, twitter, o feed e os links resolvem a questão. Agora... como essa coisa de redes sociais se complica a cada dia, hein?

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Garçonnière ISO 9001

Grande contribuição, impagável, do amigo Victor Hugo. É por essas e outras que o Zé é o herói dos "conquistadores baratos".

Depois de fazer umas contas o Zé percebeu que alugar um apê ficava mais econômico do que a grana que ele estava torrando em motel. É, os namoros estavam rendendo naquela fase.

Achou um apartamentinho com localização ótima e paredes cobertas de espelho (promessa de prazeres metafísicos). Só que um detalhe intrigou nosso amigo: as gavetas do armário eram todas etiquetadas:
- camisetas
- camisolas
- calcinhas dia-a-dia
- calcinhas de sair (a preferida do Zé)

Alguns dias depois, conversando com o porteiro, o Zé descobriu que antes moravam ali duas moças lindas vindas do interior para estudar. Pouco saíam de casa, mas recebiam muitas visitas. "Nossa Zé", disse o porteiro, "aquelas sim eram para casar!"

Esclarecido o mistério, o Zé pensou com seus botões: "E depois usam a palavra zona para designar bagunça. Esta estava mais para empresa certificada em ISO 9001 de tão organizadinha".

terça-feira, 22 de julho de 2008

Pedacinhos de barbante que não servem pra nada

- Essa história de ter que ficar guardando as coisas, organizar tudo... Isso não é comigo.
- Pois é, faz um ano que me mudei, e tem um quarto que até hoje está bagunçado. E está escrito não sei aonde que é MINHA obrigação arrumar... É isso que ela me diz.
- Minha avó era o contrário, adorava organização. Chegou ao cúmulo de manter uma caixinha com uma etiqueta que dizia PEDAÇOS DE BARBANTE - NÃO SERVEM PARA NADA.
- Então, você quer mais algumas caixas para guardar essa tranqueirada toda que você tem aí?
- Foi por causa desse tipo de arranjo que eu me separei. Hoje, com minha namorada, a gente renova sempre nosso contrato de boa convivência. Assim, até esqueço do tempo de casado.
- Tudo bem, e as coisas boas do casamento?
- Às vezes eu lembro. Daí bebo até esquecer.

:: 18.03.2004 :: história contada por um amigo e mentor, mas é melhor não dizer o nome aqui

segunda-feira, 21 de julho de 2008

O errante e a burguesa

O errante de voz e olhos tristes não se conteve e se aproximou da burguesa com palavras de louvor à vida dela em eterna primavera, à proteção de fortes paredes, ao prazer proporcionado pela porcelana mais fina, "Enquanto o desgraçado aqui, boêmio de meia idade, ensopado pelas chuvas, vago com meu capote roto que mal os ombros me cobre. No instante em que o inverno sopra fora a alma dos comuns, a princesa adormece nua numa estufa dourada."

Ela taxou de zombaria o apelo do errante, "É prisão o conforto em que vivo. Depois da chuva fria o sol brilhará em seu caminho de liberdade. Enquanto eu, nas salas brilhantes, padeço até de experiência de vida." Ao som de uma valsa vertiginosa, a burguesa se percebeu amarrada ao chão: "Você é livre, eu sou escrava!"

:: 07.07.2003 :: baseado no poema O pássaro e a flor, de Castro Alves

sexta-feira, 18 de julho de 2008

B.O.

O projeto era namorar umas quatro ao mesmo tempo. Ele bem que tentava. Tinha que se organizar com os horários e dias da semana para os encontros. E como tudo que é bom na vida de um homem solteiro um dia acaba, ele conheceu a Tati, safada, manhosa e cheia de querer dominar. E aos poucos ela foi conseguindo, com jeitinho e beijos excessivos, fazendo papel de menina recatada na sala enquanto na cama já conhecia de A a Z.

Mas ele não desistiu, quis ser esperto e manter, então, as cinco. Começou a pôr em prática um recurso ilícito. Dava uma bebidinha à namorada que estava na casa dele, ela adormecia, depois ele saía e se encontrava com outra, voltando umas horas depois como se nada tivesse acontecido. Acordava a que tinha ficado dormindo, dando muito carinho... Assim seguiam suas noites, muito corre-corre e algumas doses de diazepam.

Só que a Tati já tinha tomado boleta e percebeu o truque. Uma noite ela trocou a bebidinha e quem dormiu foi ele. Ela levou o que pôde, dinheiro, cartôes e talão de cheques (que jogou no lixo), roupas, bebidas, som, DVD, notebook, colocou tudo no carro dele e foi embora. Claro, antes de sair deu um último beijinho.

:: 29.07.2003 ::

sábado, 12 de julho de 2008

O entregador de pizza

A vida é cheia de concidências. A Silvana conheceu o Silvano no vestibular por causa do ensalamento. Os nomes eram parecidos, papo vai papo vem, se apaixonaram e começaram a namorar. O Silvano era motoboy e queria melhorar de vida. (leia mais)

quinta-feira, 10 de julho de 2008

O cachorro que chupava manga

Tinha um tempo que, como todo mundo, o Zé era inocente. Ele e dois amigos do tempo do Zacarias (primário) eram uns tremendos "bocós", como se dizia na época. A gurizada mais velha, a troco de ensinar "coisas do mundo" para os mais novos, acabavam aprontando. E geralmente ensinavam tudo errado e cheio de preconceitos. Fique bem claro que, naquele caso, o "aprontar" não contemplava viadagens e afins, mas usar o inexperiente, por exemplo, de "vinagrão". Antes que perguntem, vinagrão é cara que tempera para os outros comerem.

O fato é que tinha uma aluna da quarta série que além de linda tinha reprovado uns anos, ou seja, era quase mulher formada começando a se insinuar. É óbvio que isso endoidecia todo mundo. E como ela não dava bola pra ninguém, os mais velhos chamaram o Zezinho e os amigos e contaram que a musa passava leite condensado na xoxota para o cachorro lamber. Literalmente.

Nem precisou estimular. Os bocozinhos ficaram impressionados e multiplicaram o boato no pátio da escola de um jeito que nem essas correntes de e-mail fazem. E óbvio que a bomba chegou nos ouvidos da beldade. Com toda aquela gostosura precoce ela chegou com jeitinho nos fofoqueiros (todo mundo que estava perto vazou) e perguntou o que eles estariam divulgando. E não é que na inocência eles escancararam a historinha para ela? "Contaram pra gente que você passa (...) É verdade? De que raça é seu cachorro?"

Ela não negou nem confirmou, ouviu tudo silenciosa, deu um sorriso maroto pro Zé e os dois camaradinhas, e a partir dali virou amiga e "consultora" dos três, de um jeito carinhoso, mas que na visão da canalhada que via de fora, "tinha coisa". Uma vingancinha discreta e cheia de dignidade. O Zé e os amiguinhos se deliciaram, mas não precisa dizer que nunca rolou nada com a musa, porque nem na fase da punheta eles estavam ainda.

:: 10.07.2007 ::

terça-feira, 8 de julho de 2008

Deférias

Para não dizer que abandonamos os leitores de forma cafajéstica, aproveitamos a ausência para uma sessão "melhores momentos". Selecionamos um continho por mês desses que mais impacto nos causaram ao escrever. Comentem aqui.

Janeiro
Organizadinho

Fevereiro
Tântrica

Março
Ela tocou o puteiro

Abril
Eu amo Garen Muttin

Maio
Estratégia de fim de festa

Junho
Meu primeiro surto patriótico

Deférias - Enquanto isso uma dica aos que aguardam a grande chance de publicar um livro

Pessoal:

Enquanto estamos de férias (são curtas como os MCPs, podem ficar tranqüilos), e deixamos o blog meio abandonado, fica uma tremenda dica pros amigos escritores. Cliquem no link que é auto-explicativo.

http://www.editorabarauna.com.br/loja/produtos_descricao.asp?lang=pt_BR&codigo_produto=16

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Brasileira faz sexo cada vez mais cedo

Pra fechar a semana, uma contribuição/comentário impagável d'A Bruxa. Está hoje como manchetinha na Folha: "Brasileira faz sexo cada vez mais cedo, diz estudo".

Quer dizer que a mulherada está acordando às cinco da madruga pra atiçar os maridões e namorados?

Cara de sorte é o Ari

Mais uma contribuição da fotógrafa Lu Campos (quase pseudônimo). Desta vez com uma foto de autoria dela. Sensaciional! Lu, só tivemos que mudar o nome do rapaz, por eventuais problemas com um amigo leitor (coincidência não explicável).

O Ari namora a Mariazinha, estão há sete anos juntos e eu fico esperando o aniversário de oito anos de namoro só para ver se isso é sério mesmo, ou é macumba do Ari. Porque olha, não é possível!

Mariazinha, a namorada, de “zinha” não tem nada. Sabe mulherão? Bunda grande, coxa grossa, seio farto, boca carnuda e cabelo na cintura, coisa de louco! Ela tem tudo que mulher vive querendo tirar e tudo que homem adora meter a mão... e outras partes também.

O negócio não ia ser tão discrepante se o meu amigo Ari não fosse, com o perdão da expressão, “um espirro de pica”, ou seja , baixinho, feio e magro de doer! Pra piorar, ele ainda tem um tipão do interior. Nada a ver com aquela deusa. Como diz o ditado, é muita areia pro caminhãozinho do Ari! E ele sabe disso, desfila orgulhoso com aquele mulherão de dar inveja, chega a estufar o peito, o malandro!

O engraçado eu vou contar, foi o fato que aconteceu recfentemente. Tô voltando do hospital, fui visitar o Ari. Dia 12 de junho foi dia dos namorados e a gata preparou uma noite inesquecível, e põe inesquecível nisso! Comprou lingerie, gelzinho, além de inúmeros acessórios que só de lembrar deixavam meu amigo emocionado. Segundo o Ari, a Mariazinha “tava pro crime”.

O Ari que não é bobo nem nada, levou a moça para jantar e depois direto pro motel, aproveitar a noitada. Diz que começou com um strip-tease caprichado, depois que o bicho já tava tinindo rolou chantily nos peitos e em retribuição um tal de gelzinho nele, que quando ela metia a boca pegava fogo. O Ari estava nas nuvens, loucurada rolando e foi boca lá, perna aqui, 69, de quatro, de frente, de ladinho, até que a moça resolveu sentar no colo... putz, aí deu cagada!

Lembrando... o Ari baixinho, magrinho, fraquinho e a Mariazinha, uma mulher melancia só que mais alta, aquela loucura. O resultado: o Ari quebrou a bacia! Tá lá no hospital, 40 dias estaleirado, não pode mexer nada da cintura pra baixo, até pra ir ao banheiro, tomar banho, tudo, ela vai ter que ajudar. Ah, detalhe, 40 dias mijando na comadre é de ferrar!!!

Sabe o que é pior? A gozada final quem está dando somos nós... Ê Ari, cara de sorte!

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Motel nem sempre ajuda 2

O Zé trabalhava num setor próximo da Janete. Um dia se encontraram num churrasco de confraternização da empresa (leia-se bebedeira), depois foram a um serv-car à noitinha (lanche depois do churras?) e a coisa rolou. Mas ela era moça direita e ficou com ressaca moral.

Na outra semana o Zé a chamou para sair, para ficarem "mais à vontade num lugar mais discreto". Sim, ele estava namorando e não podia ser visto acompanhado. Não que tenha contado esse detalhe para a Janete.

Ela perguntou que lugar discreto seria esse, disse para ele tirar o cavalinho da chuva com motel que ela não ia transar de novo assim do nada (direito de se valorizar, oras!). O Zé disse que não tinha segundas intenções, que motel era um lugar tranqüilo, bom para conversarem e tomarem umas biritinhas como bons amigos sem serem incomodados. Ela foi enfática: "não vai rolar NADA!" O Zé manteve sua posição, porque é prerrogativa do homem acreditar na fraqueza da carne.

Foram direto do trabalho para o motel e adivinha... ela não deu, não deixou nem ele dar uns amassos direito. Restou ao Zé tomar uns três banhos, fazer bagunça com a água e, pra piorar, a conta ficou alta porque sem nada o que fazer nem muito que falar, eles beberam bastante.

Para coroar a noite, na hora de ir embora o carro não pegou e o Zé teve que pedir ajuda para as arrumadeiras empurrarem até pegar no tranco.

:: 07.04.2008 ::

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Motel nem sempre ajuda

Sempre achei motel o maior anticlímax, ainda mais na primeira vez que um casal sai. No momento de passar pelo portão é como se o luminoso de neon se transformasse num AHAN, QUER DIZER QUE VOCÊS VÃO TREPAR! Acaba com todo mise-en-scène do ritualzinho tenso do que pode ou não acontecer.

Mas tem dia sem opção, como quando eu e uma namoradinha que morava em outro estado nos encontramos na praia, numa cidadezinha sem infraestrutura. Fazia tempo que a gente não se via, queríamos matar saudade e curtir carinho. Cometemos o erro estratégico de não ir logo cedo para algum hotel ou pousada, ficamos nos enrolando no boteco e quando resolvemos você-sabe-o-quê passava da meia-noite, até as portarias estavam fechadas.

O jeito foi ir para um motel meio fuleiro. Entramos ressabiados pelo jeito do lugar, cama redonda revestida com carpete, tv só com canal pornô, enfim, íamos bem devagarinho para criar o clima quando ela olhou para a cabeceira e disse com calma "ih, tem uma barata ali espiando a gente". Custei acreditar, afastei o travesseiro e vi a bicha paradinha mimetizada no carpete bordô. Sem ação, sentei e pensei muito no que fazer. Liguei para a recepção e o atendente sugeriu trocar de quarto "vai ali no cinco, a porta está aberta". Entramos no carro fomos direto para a saída:
"Olha, amigo, não adianta mudar de quarto. Não tem mais clima."
"É, mas vocês ficaram lá quase meia hora. Usaram alguma coisa? Vou ter que cobrar."
"Nem tiramos a roupa. E pode ir lá olhar que a barata está na cabeceira da cama."

O cara foi na maior má vontade, ouvimos barulho de chinelada, ele voltou sem dizer palavra e abriu o portão da saída. Imaginei o próximo casal chegando dali a pouco e o porteiro dizendo: "Pode ir no quatro, a porta está aberta."

:: 07.04.2008 ::

terça-feira, 1 de julho de 2008

Escrava

Depois que minhas algemas se abriram saí feito louca correndo, achando que estava em liberdade. Lembrava que por você aprendi a me despir e me condenei a satisfazer novos senhores. (leia mais)