quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Vatted

Eu a queria. Desejava aquele corpo, aquela boca. Mas a presença constante e intimidadora do namorado dificultava a aproximação.

Passei parte da noite analisando. Nunca subestimem um bom observador. Percebi que ele tomava coquetéis de frutas, daqueles com enfeites coloridos. Ela, uísque. Eis a oportunidade: ele era muito adocicado para o gosto dela. Ela merecia experimentar algo mais forte, amargo, intenso.

Com o intuito de animar a noite me ofereci para preparar drinques diferentes. Saí para comprar as iguarias. Para ele, uma batidinha exclusiva. Para ela, um vatted, mais forte, encorpado e especialmente escolhido. Ambos com um toque a mais, claro.

No dela, guaraná em pó. Um pouco mais que o necessário para alimentar seu entusiasmo. Minha menina ficou incandescente, endiabrada. Às três da manhã mergulhou na piscina, em pleno inverno, pequena demonstração da excitação e calor no seu corpinho. Eu a esperava na borda, de toalha nas mãos.

Sim, eu mesmo. Porque o namorado não conseguia sair do banheiro. Creio que exagerei na dose de laxante. Mas caprichei no detalhe da borda.

:: 21.12.2009 :: vatted ou pure malt é uma mescla de single malts de diferentes destilarias

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Tem coisa que escoteiro não deve fazer num ônibus (parte 3)

A morenaça levantou do banco e se esfregou toda em mim quando foi para o corredor. Faltavam mais três pontos para eu descer. Quando passou a tremedeira automaticamente levantei e parei atrás dela. Na freada dei aquela encoxada. Impassível, a morena desceu. Desci junto, mas para minha surpresa ela começou a andar sem olhar para trás. Fiz um "ssssss", depois um "ei", mas nada dela parar. Se eu estivesse com o apito de escoteiro dava aqueles três silvos seguidos (pri-pri-pri! quem foi escoteiro sabe o que significa). De alguma forma minha intuição já sabia que eu não devia ir atrás. Mesmo que eu não conhecesse o conceito, desde aquela época eu tinha pavor de ser taxado de stalker (a palavra "perseguidor" em português não é tão exata como em inglês).

Talvez eu tenha perdido ali a oportunidade de deixar de ser cabaço mais cedo, mas revendo a situação, foi melhor como aconteceu. Pior seria ela parar e eu não saber o que fazer. O fato é que andei dois quilômetros a mais para chegar em casa, tirei o uniforme de escoteiro e toquei uma bem caprichada no banho.

:: 05.09.2008 :: Publicado originalmente e numa pegada só n'O Coletivo, que expirou (pô, Jean!!!). Aqui foi atualizado e devidamente editado para o formato noveleta

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Tem coisa que escoteiro não deve fazer num ônibus (parte 2 - Um busão chamado desejo)

Eu escoteirinho no ônibus quase vazio sentado do lado daquela morena deliciosa e pré-balzaca. Mal começou o balança-balança delimitei meu espaço abrindo as pernas: encostei nela, evidentemente, e ela não recuou. Não vou entrar nos detalhes do ônibus parar nos pontos, entrar gente, sair gente, porque isso é chato. O que importa é que toquei meu braço no dela, que nem se mexeu. Coloquei a mão na minha perna, discretamente minha mão começou a deslizar pela minha coxa e a tocar a dela.

Como a morena não reagiu, abusei. Ora, escoteiro tem vocação para aventura (aquelas de escalar montanha, acampar, viajar etc.; tudo envolve adrenalina, certo?). Pra resumir, passei bom tempo com a mão lá no quentinho do meio das pernas dela. Não trocamos palavra e eu não me preocupei muito com os passageiros que pudessem perceber o climão. Então ela me olhou nos olhos, levantou e puxou a cordinha da campainha (aquela que avisa que alguém vai descer no próximo ponto). E passou por mim se esfregando toda. Eu só pensei que para o meu ponto faltavam mais três.

(continua)

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Tem coisa que escoteiro não deve fazer num ônibus (parte 1)

A roupa de escoteiro hoje é mais discreta, calça jeans e camisa azul de aviador. Mas no meu tempo era aquele conjunto de brim cáqui com bermuda. Cada grupo escoteiro tinha o lenço (aquilo que os leigos chamam de gravata) de cores diferentes, camisa cheia de distintivos (graduações e especialidades), era uma beleza. E nada tira da cabeça deste perverso que a mulherada sente atração pelo uniforme de escoteiro na mesma proporção que os caras pelo das colegiais.

Eu cresci muito rápido e minhas pernas são naturalmente grossas. E o uniforme de escoteiro não acompanhou o crescimento. Então era um varapau de 13 anos e bermudinha apertada sábado no fim da tarde voltando de ônibus da reunião do grupo escoteiro. Eu morria de vergonha daquele uniforme.

Tá bom que eu era escoteiro, fazia boas ações, mas já tinha muito dessa atração doentia por rabo-de-saia. O ônibus estava bem vazio, eu passei na catraca (coisa que mais odeio na vida, mas isso é outra história) e aquela morena bonita, uma mulher pelos trinta anos, me olhou de cima até embaixo. Não teve jeito, sentei do lado dela. Foda-se o cobrador curioso.

(continua)

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Concurso Fotográfico MCP - resultado

Depois de 47 dias de concurso, 28 fotos recebidas, 326 comentários, chegou a hora de apresentar o resultado final do nosso famigerado #concursofotograficoMCP. Confessamos que foi muito prazeroso pra nós e nossos leitores e leitoras admirar essas mulheres ousadas e suas poses arrasadoras.

Lembramos que o critério de escolha foi o número de leitores que comentaram por candidata, descartando-se os anônimos, e não simplesmente o número de comentários.

Vamos às vencedoras:
3º lugar, empatadas: MCPmate #1 - Mari e MCPmate #6 - Cassiana
2º lugar: MCPmate #4 - Lolita
1º lugar: MCPmate #5 - Lelli Ramz

Não foi coincidência. As que mostraram o rosto/blog levaram vantagem no critério de votação adotado. Entraremos em contato com a Lelli e combinaremos a entrega do livro.

=======>IMPORTANTE LER DAQUI PRA DIANTE

Mas como acreditamos na arte da fotografia e achamos que mesmo as anônimas merecem uma chance, é com grande prazer que concederemos um exemplar do concorridíssimo livro MiniContos Perversos & Outras Licenciosidades às candidatas que foram mais votadas nos comentários desta post. Critérios: um voto por comentário (não vale comentar duas vezes, babôes); só vale comentário identificado (pelo menos um perfil bloger ou aqueles que têm carteirinha de leitor cativo do MCP); as MCPmates podem votar, mas só em outras candidatas.

Claro que todas as fotos tiveram beleza, bom gosto e criatividade, mas neste momento, estes critérios é que devem decidis seu voto.

Observações importantes:
i) a foto deste post é hours concurs por motivos óbvios
ii) às participantes que nao venceram, não fiquem desanimadas; sempre há esta alternativa aqui
iii) de tempos em tempos publicaremos outras fotos que vocês continuarem mandando, bem como algumas que ficaram no acervo -- as "extras" das MCPmates; só que não é concurso, ok? temos certeza que leitoras e leitores vão adorar
iv) como sabemos que são todos brasileiros, que não desistem mas dá uma preguiiiiiça, vai uma mãozinha:
http://tinyurl.com/MCPmate1-Mari (1 voto)
http://tinyurl.com/MCPmate2-Bella (1 voto)
http://tinyurl.com/MCPmate3-aProfessora (4 votos)
http://tinyurl.com/MCPmate4-Lolita
http://tinyurl.com/MCPmate5-LelliRamz
http://tinyurl.com/MCPmate6-Cassiana (5 votos)
http://tinyurl.com/MCPmate7-aExecutiva (1 voto)
http://tinyurl.com/MCPmate8-Chaveirinho (1 voto)
http://tinyurl.com/MCPmate9-MissD (2 votos)
http://tinyurl.com/MCPmate10-MistressY
http://tinyurl.com/MCPmate11-Kim

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Concurso Fotográfico - MCPmate #11

O nome dela é Kim. Ela é ousada e bastante original. Pra nós do MCP, isso é arte refinada.

Reza a lenda que tem mulher que sai vestida assim na balada. Acredita?

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Negação

Achei uns comprimidos no carro da empresa. Seria rebite? Perguntei do que se tratava pro colega que tinha viajado antes de mim. Fez que não era com ele, coisa de drogado em negação. Memorizei o nome (Diasec) e fui pesquisar. Remédio contra diarréia. Esse é o mundo hoje em dia: o cara prefere passar por drogado que confessar que pegou uma caganeira.

:: 23.11.2009 ::

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A propriedade é um fetiche

Essa Maria é muito perversa. Sutil, elegante e PERVERSA. Sim, o conto é dela.

Aos cinco anos de idade a mãe me sentou ao seu colo e me disse meu anjo, você terá uma irmãzinha! É certo que minha cara se retorceu entre o já não bastasse eu perder meu lugar e o ainda por cima uma menina, mas a mãe acabou me convencendo de que eu era o mais velho, o mais importante, e que a menina seria um presente para mim -- um presente do qual eu deveria cuidar e proteger. Eu acreditei. Dezessete anos depois minha menina está sentada na beirada da cama, a pele arrepiada, coberta por pequenas gotas de água, enrolada na toalha. Percorro a língua por seu ombro e ela abaixa a cabeça ainda mais. Deito-a sobre a cama e abro a toalha que envolve seu corpo, ela vira o rosto, fecha os olhos. Toco-lhe as sardas e o bico do seio. Ela arde, imóvel. Abro suas pernas e me penetro nela. Enquanto eu repito você é minha, você é minha, minha menina goza despida de qualquer pudor.

[A frase do título é de Ricardo Lira, um dos maiores nomes de Direito Urbanístico no Brasil, e foi proferida em uma de suas maravilhosas palestras. Obviamente ele se referia à propriedade do solo, mas sua afirmação tomou asas em diversas direções.]

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Concurso Fotográfico - MCPmate #10

Você tem o privilégio de apreciar o coração de Mistress Y. A posição pode ser submissa, mas pisar na sua pele com salto agulha dará muito prazer para ela. E talvez para você. Um tanto BDS&M, outro tanto swinger, não é por isso que Mistress Y deixa de ter um coração grande (como vocês podem ver). Apreciem sem moderação.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Na traseira da Toyota

Teve uma época em que o Zé trabalhava numa empreiteira de obras. O chefe era horrível, o salário uma merreca, tinha de viajar um monte, geralmente no mato, mas tudo era compensado por ter sempre um carro à disposição. Na verdade, uma toyotona bandeirantes daquelas que "guentam" qualquer parada.

O chefe do Zé vivia pedindo para ele fazer serviços particulares. Naquele dia, buscar frutas num sítio das redondezas. O Zé foi se enrolando, pretendia nem voltar pra obra. Serviço feito, fim de tarde, tocou para a cidade em busca de diversão. Encontrou no meio do caminho.

Deu carona para uma caboclinha brejeira que esperava ônibus numa estrada rural. Foram se engraçando e acabaram tomando banho de rio no pôr-do-sol. Saíram da água já no maior amasso, que se estendeu até chegarem no carro, e se embolaram no banco de trás. Quando o Zé apertou a bunda dela sentiu uma coisa gosmenta entre os dedos. Saiu do carro com ânsias e mandou ela embora bradando "cagona! onde já se viu se borrar toda aqui dentro!"

Quando chegou no posto para limpar a sujeira percebeu a injustiça. Na verdade, eles tinham amassado uns abacates maduros que estavam no banco. De raiva, o Zé foi na zona e gastou o salário do mês.

:: 26.02.2004 ::

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Concurso Fotográfico - MCPmate #9

Ela não tem rede pra agitar (se bem que o Orkut dela bomba) principalmente porque preferiu manter o anonimato. Mas deixou um recado aos leitores que quiserem um "alô": deixem ali nos comentários os respectivos e-mails. Ela pode estudar propostas. Com vocês: Miss D.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Escritor marginal itinerante

Quando ficávamos nos botecos perto da faculdade tomando umas e outras com os amigos, de tempo em tempo apareciam uns figuras, meio hippies ou punks (geralmente socialistas ou libertários), com uns livrinhos xerocados que deixavam nas mesas. Aí a gente lia e, se gostasse, ficava com um ou mais exemplares mediante pagamento de uma quantia módica.

No caso da minha turma, isso acontecia quando estávamos no Café do Estudante ou no Café Poesia, ambos perto da reitoria da Universidade Federal, em Curitiba. Mas rolava em qualquer boteco que reunisse estudantes, pensadores, artistas, músicos etc. Eram basicamente livros de poesia e fanzines.

Fazendo uma analogia, o que fazemos aqui (não só no MCP, mas na blogosfera em geral) é bem parecido com o que aqueles caras faziam, mas numa escala planetária. Pensando bem, o trabalho deles era mais difícil, eles tinham que ser atrevidos e mostrar a cara pra vender, enfrentando uma audiência bastante crítica.

Então, quando o contista entre posts divertidos e instrutivos e, recentemente, belas fotos provocantes (por que não dizer anárquicas) recomendar que você clique aqui, desloque o pensamento da imagem "mercado livre" e tente visualizar o artista alternativo que, de mesa em mesa, vai disseminando suas ideias e seu trabalho.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Concurso Fotográfico - MCPmate #7


"Um dia cruzei com ela, disse 'Oi!' e falei meu nome. Ela falou o dela e eu perguntei: 'Você lê MCP?' Ela fez questão de mostrar marcado na pele. Só não vou dizer seu nome. Sei que compreendem. Deixo para cada um(a) o barato de se inspirar e sentir saudade daquela gata que o(a) fez ajoelhar."

Transcrito ipsis literis de como o
Capitão Ócio mandou a contribuição para o concurso. Como sempre, ele tem uma boa história para contar. Da parte velada da mensagem, soubemos que ela é uma executiva, o que mexe ainda mais com nosso imaginário.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

De molhar a calcinha - parte 2

A única coisa que me intrigava era que nas vezes que fizemos isso, ele nunca a beijou na boca.

Meu marido se virou para cima e pediu para que o cavalgasse, o que ela fez, mas não sem antes fazer sexo oral nele, e chupou muito bem. Eu comecei beijar a boca dele freneticamente, e suas mãos se desdobravam em acariciar nossos corpos. Controlei o tesão pra não gozar naquela hora, pois queria o sexo dele dentro de mim. Então ele veio em minha direção, me pôs de quatro e começou a me penetrar. Enquanto isso ela, atrás de nós, chupava o saco dele. Gozei, um dos melhores orgasmos da minha vida.

Ela pediu sexo anal, foi prontamente atendida e aconteceu com uma facilidade que eu nunca havia imaginado. Ele a enrabava e olhava para mim. Passado algum tempo, disse "Gabriela, vem cá, quero comer você novamente". Perguntei se não se importavam que eu ficasse olhando, pois estava adorando a cena. Ela sorriu. E quanto mais ele forçava, mais ela implorava pelo sexo dele.

Não resisti, me masturbei de forma bem tranqüila e num instante gozei de novo. Então eu disse "Bom, pessoas, nossa transa está maravilhosa mas temos que apurar, pois logo tem visita em casa. Guria, faz meu homem gozar que eu vou pro banho". Cinco minutos depois ela chegou toda lambuzada e tomou banho comigo.

:: 19.03.2008 ::

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Concurso Fotográfico - MCPmate #6

Cassiana é poesia. A foto foi inspirada numa passagem aqui do blog: "um desejo estranho, uma vontade... diferente..." [corrigido, viu?] O blog dela é o Eu entre elas. Mas não exagerem nos acessos, senão dá na veneta e ela tira do ar. Do contista aqui, a foto tirou o ar.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

De molhar a calcinha - parte 1

Ela, brincalhona como sempre, não perdeu a oportunidade de tirar uma casquinha de mim, "deixou o maridão vinte dias solteiro por ai, é?" Entre um papo e outro mencionou que tinha trazido um óleo de massagem. Tirou da bolsa e disse pro meu marido, que estava na TV, "vem cá, homem, vou fazer uma massagem em você, posso, né, Gabi?" Ela pediu que ele deitasse de bruços, subiu em suas costas puxando o vestido um pouco acima das coxas.

Meu coração disparou porque percebi o clima. Então fui até a cozinha disfarçar meu tesão e dar um pouco de privacidade para os dois. Quando voltei ele estava só de cueca e alisava os quadris dela, e tirou a calcinha branca e pequenininha. Eu poderia gozar apenas vendo os dois ali trocando carícias e se insinuando para mim.

Ele alternava as mãos nos seios, na bunda, no cabelo, no sexo dela. Ali percebi que tenho um homem bom de cama. Ele disse "Gabi, vem pra cá, vem? Quero comer as duas". Então meio tímida e sem saber o que fazer, tirei minhas roupas e deitei ao lado deles. Ele a possuía por trás e penetrou os dedos em mim, "nossa, você está completamente molhada" e colocou os dedos em minha boca. Timidamente comecei a tocá-la, seios e costas, mas não me senti à vontade e parei.

:: 18.03.2008 ::

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Concurso Fotográfico - MCPmate #5

Lelli Ramz é explosivo de alto poder de combustão, em movimento. É aí que (não) mora o perigo. Alma nômade, sensualidade proeminente. O blog dela leva o nome... dela. Pra que mais?

Sobre as fotos (tem mais, pessoal, mas no concurso entra esta), ela foi criativa. Escreveu no vidro do box (e não na pele) e fotografou-se a caráter. Achamos o máximo e jamais tolheríamos a liberdade criativa da Lelli. Agora é com vocês.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Concurso Fotográfico - MCPmate #4

Esta é a Lolita. Ela tem 24 anos, é estudante de História, mora em Porto Velho (Rondônia) e ama literatura. Além de proporcionar pra gente essa imagem maravilhosa (alguém arrisca dizer se o triangulozinho é verde ou azul?), ainda declara, de letra, que o MCP faz literatuira super bem. Obrigado, Lolita. É por leitoras como você que a gente capricha tanto. O blog dela é o confissoesdelolita.blogspot.com.

domingo, 18 de outubro de 2009

O oral

Sempre sonhou ser bombeiro, astronauta, músico ou escritor. Profissões que atrairiam mulheres, pensava. Apesar disso, seguiu a profissão do pai. O velho, no leito de morte, tentou dizer algo, “oral... pesquisa... prazer...”, mas se esvaiu sem concluir a frase. Ele, no torpor do momento, perdeu-se nas entrelinhas. “Dar o último prazer a meu pai? Seria isso?”, mensagens subliminares nunca foram seu forte. Interpretou simploriamente o vago recado e, resignado, tornou-se dentista.

Os anos passavam de forma lenta e dolorosa. Trabalho por obrigação, não por prazer. Até havia prazer no local do trabalho, mas outro tipo. Seu rosto bem talhado, corpo privilegiado e sorriso largo eram convite ao pecado. Seu consultório vivia cheio, frequentado por 90% de clientes mulheres. “Aqui não sentimos medo do motorzinho”, diziam elas.

Uma "consulta" mais acalorada, um velho arquivo derrubado. Ao arrumar a bagunça, encontrou uma caixa com o título "O ORAL". Pensando se tratar de mais trabalho, quase jogou fora, mas algo chamou sua atenção, reavivou a memória. Abriu então a caixa e, boquiaberto, defrontou-se com anos da pesquisa do pai sobre o oral. Tudo catalogado, com nomes, datas, impressões acerca do tema. Experimentos e observações, dicas e instruções.

Enfim a descoberta: moldes dentais, radiografias de boca inteira — periapical completa, panorâmica — decifrariam segredos. Identificariam as mulheres que, por características anatômicas, carregariam habilidades plenas em propiciar o oral. Finalmente a profissão lhe daria prazer por si só, um prazer certeiro e direcionado.

:: 04.10.2009 :: Historinha relatada pela Dra. Lu (sem mais detalhes)

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Concurso Fotográfico - MCPmate #3

Para que pudéssemos publicar essa delícia de foto ela fez uma exigência: "Me identifique apenas como 'a Professora'..." E tinha que ser hoje, em homenagem ao dia 15. Em homenagem a ela, e a todos os mestres [vocês aprendem um pouquinho aqui também, certo?], esta imagem que vale muito mais que uma maçã. Com vocês, a Professora.

Agora é sério. Temos contos para publicar. Tem gente que vem aqui pra ler e não podemos deixar esses leitores de lado. Foi a coincidência da "efeméride" que nos fez adiar a publicação do conto. E a qualidade da foto. E aqueles pezinhos aparecendo lá no segundo plano...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Concurso Fotográfico - MCPmate #2

Esta é a Bella. Ela quer o livro, caprichou na foto, a natureza caprichou nos atributos, mas prefere ficar anônima. Tudo bem, a gente aprecia do mesmo jeito.

Aos babões de plantão avisamos desde já: o próximo post é conto.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Concurso Fotográfico - MCPmate #1

Mari é como ela quer ser chamada, e o blog dela é o Movimento é o Nome. Ela é de Lençóis Paulista, estuda teatro e não quer passar em branco no futuro (nem deixar o futuro passar em branco). Palavras importantes pra Mari: conhecer e experimentar.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Concurso fotográfico MCP

A ideia é simples, rápida e insinuante, como um MiniConto Perverso (MCP). As regras:

Leitoras:
Escreva Eu leio MCP em alguma parte do seu corpo ou rosto, qualquer parte de PELE, com ou sem roupa em volta. Escreva com caneta, canetinha, pincel, batom, lápis de maquiagem, tatuagem, marcador de retroprojetor, henna, escreva com o que quiser, de um jeito que fique LEGÍVEL. Fotografe bem bonitinho e mande para o e-mail mcp.olivro@gmail.com.

Leitores:
Como ninguém quer ver foto de peludo, faz assim: chame uma amiga, namorada, esposa, amante, escrava, garota de programa, diarista, prima etc., de preferência que seja bonita (isso, pra estimular o imaginário dos nossos leitores), escreva nela Ele lê MCP da mesma forma citada pras leitoras, em qualquer parte de PELE, e mande pro e-mail mcp.olivro@gmail.com. Aproveita e tira uma casquinha depois de fotografar.

As fotos serão selecionadas (não pode ser qualquer barbaridade, ok?) e publicadas, anônimas ou não (quem mandar decide e declara isso no e-mail) aqui no blog.

A foto mais comentada vai ganhar um exemplar do livro "MiniContos Perverasos & Outras Licenciosidades", em casa, de grátis, com todas as despesas pagas e dedicatória especial do autor.

Nem precisa dizer que fotos sensuais, bonitas e originais estarão em GRANDE vantagem. Ah, sim, pode variar no ângulo, distância, enquadramento etc. Não precisa ser close do "escrito".

O concurso não tem prazo definido, ou seja, as 12 primeiras fotos (publicáveis) recebidas irão pro blog e receberão comentários. Valerá o número de leitores que comentarem e não simplesmente o número de comentários (sim, o pessoal pode dialogar, conversar, debater, elogiar, cantar, pedir e-mail etc.). Não serão contados comentários anônimos (no mínimo coloque um nome).

Importante: quem publicar a foto e quiser "votos", pode divulgar no próprio blog, no Twitter, por e-mail etc. Vale tudo!

Enquanto isso, os contos continuam a ir pro ar, como de costume. A ideia não é 100% original, mas nossos leitores e leitoras merecem mostrar (e ver) seu talento.

Esclarecimentos de dúvidas nos comentários.

Como nos demais concursos por aí, quem manda nessa casinha vagabunda é o contista, e é quem vai decidir os casos esquisitos e exceções.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Indicação profissional

Naquele tempo eu trabalhava num depósito perto da BR, e uma das poucas alegrias do local era uma recepcionista, de baixa estatura mas bem fornida de corpo, a Salete. Pois um dia no final do expediente a Salete vem até minha mesa e diz:
- Seu Luiz, hoje eu estou com um desejo estranho, uma vontade... diferente... meio assim de ser “estrupada”.

Pensei evidentemente que podia se tratar de um convite, e até em resolver a situação da moça, mas meu estado civil era, naquela época, um fator restritivo. Então recomendei:
- Olha, Salete, tem aquele ponto de chapa ali perto do posto de gasolina. Vai lá e fala com o Lourenço ou o Manelão, quem sabe eles resolvem...

Alguns dias depois, pela manhã, a Salete chega andando estranho no escritório, meio que mancando. Quando percebeu meu olhar curioso, explicou:
- Ai, seu Luiz, hoje estou realizada!

:: 20.09.2009 ::

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Aquilo que mentaliza na yoga diz muito sobre você

MCP do amigo Victor, que sempre contribui aqui. Dêem uma "catucada" no marcador CONTRIBUIÇÃO que vocês encontrarão algumas pérolas dele, que invariavelmente têm o Zé como protagonista. Publlicamos hoje por pura saudade da cafajestagem inocente do Zé.

Na época que o Zé deu um tempo com as paradas (entenda como quiser) começou a fazer yoga para diminuir a ansiedade. A parte preferida era a mentalização. Segundo o instrutor, quando meditamos sobre os desejos contribuímos para que eles se realizem.

Já fazia três semanas de práticas diárias do yoga e o Zé estava começando a ficar puto. Sabe sobre o que ele mentalizava, né? Foi quando convenceu uma colega da yoga a dar um passeio. Cineminha e, depois de rodar um pouco, embicou no serv-car. Rolaram beijos, abraços e muito carinho, situação distante das aspirações do Zé.

A programação se repetiu sexta e sábado. Haja paciência e mentalização! Na segunda, já pensando em partir pra outra e deixar a yoga de lado, recebeu uma mensagem no celular: “vamos nos ver hoje, zé? bj”. Era a colega. Meio de mau-humor, pegou-a no mesmo horário, mas dessa vez tocou direto pro serv-car.

Em alguns minutos eles já não se dominavam e o vidro embaçou. Na hora do clímax veio a lembrança de que estava sem camisinha. Na tirada espirrou o primeiro jato, seguido de um “Cuidado, meu cabel... [corte súbito] Mmm, mmmm! [agoniado]”. Logo depois o Zé parou com a yoga, mas incluiu as mentalizações na rotina.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Toalha freada

Sabe essas coisas de cuidado de mãe que quando a gente lembra dá a maior vergonha? Pois é. Tinha um amigo que virou chacota na escola por secar o bilau com papel higiênico depois de mijar. Sei que é politicamente incorreto dizer, mas foi pura falta de referência masculina. Imagina o marmanjo insistir no hábito e, num bar ou coisa que o valha, ficar catando papelzinho pra secar o ditocujo na frente dos outros... [pausa para reflexão: uma amiga disse certa vez que largou um namorado por causa desse hábito lamentável, e que pior que isso só homem mijar sentado]

O fato é que toda mãe se preocupa com o filho naquela fase, pelos cinco anos, em que adquire autonomia pra limpar a bunda. A falta de prática e precisão ocasiona assaduras e problemas de cunho olfativo. Em minha casa de infância tinha bidê, e assim foi resolvido o problema (constrangimento). Mas uma tia não tinha bidê ou duchinha, e ensinou meu primo, um pouco mais novo que eu, a usar uma tal "toalhinha". Ele tirava o grosso com PH, depois molhava a toalha (de pano) e passava lá. Deixava tudo limpinho, quer dizer, o cu, porque a toalha ficava nojenta. Mas era só lavar e beleza.

Só que o plano da tia não era infalível. Nem precisa dizer que a estratégia gorou justo numa festa de família, com todo mundo reunido na casa de outra tia, mais abastada e meio fresca. O fato é que meu primo, no afã de mostrar autonomia, foi ao banheiro sozinho, e não encontrando a toalhinha, pegou a primeira de banho que achou, toda branquinha, molhou em certos lugares e mandou ver. A casa caiu quando uma prima nojentinha e adolescente gritou no banheiro. Todo mundo foi ver o que tinha acontecido, e o que se viu foi aquela obra de arte estendida na parede, cheia de freadas de fusca e caloi 10. Diante do rebuliço, o moleque sumiu, e só foi encontrado algum tempo depois debaixo da cama.

:: 24.09.2009 ::

domingo, 20 de setembro de 2009

In video veritas

Esparramado no colo quente depois de uma garrafa e meia de vinho, foi flagrado cochilando duas vezes em meio ao palavrório dela, que fazia menção de ir embora pela “afronta”. Por isso ele tentava, em vão, dizer alguma coisa coerente, mas as palavras saíam desencontradas:
"Não estou dormindo! Olha, vou acordar"
"Você chegou a roncar enquanto eu falava."
"Eu não ronco, quem ronca é você."
"Nunca ninguém disse que me viu roncando."

No meio do transe — agravado por um dia que tinha sido daqueles — ainda confuso, ele pensou que a única forma de provar era filmando, mas soltou um "é só ver o filme..."

Ela levantou de sobressalto, ruborizada: "Você quer dizer que filma o que acontece no seu quarto?"
"Você entendeu errado..."
"Entendi muito bem! Não acredito que você teve coragem de fazer isso comigo!"

Aí ele até despertou. Nem precisa contar que se seguiu uma longa discussão sobre o absurdo que seria uma câmera escondida no quarto. Mas não teve jeito, ela saiu batendo porta. Teria que dormir sozinho naquela noite fria. Fazer o quê? Só restou assistir ao vídeo da loirona da noite anterior.

:: 20.09.2009 ::

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Museu de cera ou trem fantasma

Vagando entre as representações vulgares do museu de cera, sinto um vento frio de mofo, provavelmente encanado de alguma entrada de ar. Impossível conter o arrepio. Algumas das imagens são violentas. Uma pequena placa diz que a roupa rasgada da atriz famosa estupro-assassinada em Bucareste é autêntica. Comprada num leilão antes do tempo do e-Bay, penso. O sangue de tinta barata limita o poder de encantamento.

Ela passa rente a mim e insinua um sorriso malicioso. Não tem medo nos olhos. Aliás, parece que o olho esquerdo é de vidro. Porta do banheiro entreaberta, cinta-liga sob a saia arriada, entro sem pedir permissão.

Textura de cera na pele, temperatura elevada entre as pernas, não estou certo se ela é real, mas cedo a minha tentação de macho. Ela, silenciosa, emite pouco mais que uma respiração pesada. Minha cera se funde à dela.

Ela vem comigo até a saída mas não me acompanha. Nas imediações, numa mesa reservada que permite observar a saída do museu, começo a noite aquecido por conhaque e café.

:: 15.09.2009 ::

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Ódio, o irmão bastardo do amor

Esse conto sensacional é da Maria. Ela deu de presente pro MCP porque, como ela, o Blog da Maria é elegante, e falar dessas coisas de violência perversa não combina. A escrita dela é elegante e bem pensada. Porque a Maria pensa muito e pensa bem. De repente a atração dela pelo MCP está justamente no fato de publicarmos aquilo que muitas vezes é impensável. Aproveitem, porque [o que escreve] a Maria dá prazer.

Dizem que matar alguém a facadas é uma empreitada difícil para o assassino. É necessário força física e estômago resistente. Experimente enfiar uma faca num pedaço de carne comprado no supermercado. Não é o mesmo que enfiá-la num bloco de isopor. Some a isto tendões e ossos que estarão no caminho a cada vez que você perfurar o corpo da pessoa. Não é nem o mesmo do que enfiá-la no pedaço de carne. A vítima sangra, e o sangue inunda o local de cheiro e calor, tornando ainda mais difícil a operação. Dão sorte aqueles que logo nas primeiras estocadas conseguem matar a vítima. Não são raros os cadáveres neste tipo de homicídio virem com 17, 20, 26 perfurações. Geralmente a morte se dá na sétima ou oitava, mas aí o sujeito já está tomado pelo desespero e continua perfurando até dissipar todo o ódio. Sim, matar alguém a facadas é um ato de ódio. Foram uns policiais da homicídios que me contaram essas histórias de gente que morreu e matou com facadas. São histórias impressionantes. E eu até comecei a entender aquele pessoal que diz que o contrário do amor não é o ódio.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Alguém lá dos tops gosta "de nós"

Então estava o contista marginal aqui sapeando no Analytics e descobriu que no domingo 31 de agosto os acessos ao MCP aumentaram uns 300%. E fomos buscar as causas:
aaa) teria sido porque divulgamos num certo grupo de blogueiros que o MCP é um lugar bom pra aprender a "pegar mulher"?
bbb) alguma tuitada nossa com link caiu nas graças desses caras que têm 30 mil seguidores?
ccc) algum blog dos grandes/profissionais citou o MCP?

Investigação feita, descobrimos que 31 de agosto era o BlogDay, e que o
Bem Legaus, um blog supimpa de design, indicou o MCP. O autor é o André -- que é de Curitiba e estudou em nossa fatídica turma de Publicidade & Propaganda da UFPR 1988/1991. O blog é sensacional e autoexplicável, nem precisamos rasgar seda.

Obrigado ao André e aos leitores dele que vieram se chocar aqui com a gente (ainda bem que o conto que estava no ar era dos mais levinhos, hehe).

A nossa panela de leitores/amigos e perversettes perguntamos: ninguém se ligou que era BlogDay ou estamos (o contista aqui) efetivamente no cúmulo da alienação?

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Sopa com as amigas

Noite fria, fui tomar sopa no Baviera com minhas amigas balzacas. Mesmo que o encontro fosse só entre mulheres não deixei de me arrumar bonita e sexy. O Baviera é um restaurante tradicional e funciona num casarão antigo do Largo da Ordem. Fazia tempo que eu não ia lá.

Parei no estacionamento da casa e entrei por um acesso nos fundos, mais fácil para quem deixava o carro ali. Na porta um rapaz bem vestido perguntou se alguém me aguardava. Respondi "Sim, minhas amigas!"

Enquanto a recepcionista pedia meu telefone, notei que a porta estava almofadada por dentro em couro sintético. Passei os olhos pelo recinto, comentando como havia mudado, "Puxa, agora é estilo barzinho!" Tinha mesas pequenas com casais conversando. Novamente veio a pergunta "Alguém a espera?", eu disse "Sim, minhas amigas já estão jantando!", ao que a recepcionista respondeu "Mas aqui não é restaurante".

Explico: depois da reforma a entrada do Baviera tinha ficado exclusiva pela outra rua que contornava o sobrado de esquina. Na parte de baixo, onde eu estava, funcionava uma sauna vip. Troquei uma risadinha cúmplice com o segurança na saída quando ouvi "É, bem que achei estranho mesmo." Perguntei se não dava para deixar o carro al. Infelizmente não. Estacionei fora e fui ao encontro das balzacas e das sopas, com assunto para o resto da noite.

:: 19.08.2003 :: Historinha contada por uma amiga que, sabe-se lá porque, não quis se identificar

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Manteiga verde

Os vizinhos ligaram pra minha mulher dizendo que a diarista estava passando mal. A coitada achava que ia morrer, isso que ela é super gente fina. A patroa foi de carro levá-la no hospital e ainda deu uma passada aqui no trabalho. Imagina a preocupação. E lá foram as duas.

Eu só saquei quando cheguei em casa e vi dois papeizinhos de brigadeiro no lixo. Como eles estavam há um tempão no congelador eu nem lembrava mais. Mas ai já era tarde. E deve ter batido de uma vez só, porque a diarista largou tudo aberto, as coisas esparramadas...

O médico ainda perguntou se a diarista tinha tomado alguma droga, mas como ninguém sabia, o diagnóstico foi stress e ficou por isso mesmo.

O tal brigadeiro com manteiga verde bate bonito. Vale a pena tentar, mas convém comer aos poucos, pois demora uns quarenta minutos pra bater, dependendo se o estômago está vazio.

O foda foi que só descobri o motivo do "surto" bem depois. Se soubesse antes, eu comprava uma coca dois litros, uns pacotes de salgadinhos e bolacha recheada e deixava a diarista vendo desenho animado, que ficava tudo certo.

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A RECEITA

Em geral as receitas da internet cficam só no refogar o "capim" e usar a gordura que sobra do refogado. Funciona, mas não fica tão bom por dois motivos:
- as impurezas dos insumos são invariavelmente comidas
- a quantidade de "reagenTHCe" é reduzida (o reagente começa a desmanchar quando submetido a uma temperatira superior a 120 graus)

Como o capim paraguaio standard que se consegue por aqui não é um primor de higiene e pureza, o melhor método é o da panela de pressão.

Coloque uns cinco copos de água, uns 30 g de chá paraguaio prensado e 150 g de manteiga numa panela de pressão. Põe tudo pra cozinhar e deixe na panela 20 minutos depois que começar a ferver. Cuidado nessa parte: sai um cheiro bem característico!

Depois é só coar tudo num pano (pra tirar os galhos) e deixar o líquido que sobra do processo descansando em um recipiente. Em pouco tempo a manteiga (mais leve) irá se juntar na parte de cima e o resultado final será uma água bem suja (que deve ser jogada fora) por baixo e uma manteiga verde (um tom bem bonito até) por cima, que pode ser usada pra qualquer receita.

Você usa pra fazer brownie, nega-maluca, brigadeiro, o que quiser. A seguir uma receita de caramelo, bem interessante (porque usa bastante manteiga):

Ingredientes
- 400 g de glucose de milho
- 1 lata de leite condensado
- 180 g de manteiga
- 350 g de açúcar
Modo de preparo: leve ao fogo baixo todos os ingredientes e mexa sem parar até dar o ponto de bala. Teste o ponto em água fria. Untar um tabuleiro (30 x 21 cm) com manteiga. Colocar o caramelo. Esperar esfriar e cortar. Cortar com tesoura as tiras e em seguida, na transversal, os pequenos caramelos.

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Então... foi isso que "me contaram". No mais, não sei de nada, não vi nada, não escutei nada. E mais uma vez: cuidado pra ninguém comer por engano (mesmo engraçada, a situação é complicada). E nada de fazer biscoitinho e deixar no chá da tarde da vovó e das tias, hein?

A mesma coisa já tinha acontecido com uns colegas na facul, que moravam numa república. Mas pra eles foi pior. A diarista ficou bem louca, começou a dançar... e acabou apanhando do marido quando chegou doidona em casa.

Classificar este relato como conto (ou não) fica para os literatos. Estruturamos a partir de uma conversa num "fórum" com um camarada que, por motivos óbvios, preferiu não se identificar. Ficou mais longo que os MCPs tradicionais, mas não dava pra publicar sem a (impagável) receita. O fato é que a narrativa em recordação e a revelação do "objeto" aos poucos ficaram bem interessantes... Se mudar de idéia, caro colaborador, avisa que lincamos seu blog aqui,com todo o crédito, ok?

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Uma noite qualquer

Esta noite, em Bangladesh, um homem acordará com espanto daquele que julgava ser seu último sono. Enquanto Eros segue desatento, em um casebre miserável uma menina conhecerá a dor e o prazer. Jamais saberá distingui-los.

Esta noite, numa cidade qualquer, uma mulher incendiará as vestes com seu próprio fogo... e assim se consumirá. Aqui ao lado, um homem vai se afogar em seu copo. Estranhamente, ninguém ao redor perceberá.

A Indesejada das Gentes arrastará seu longo manto lentamente, senhora do tempo.

:: 21.02.2007 :: Soprado por Lani, a contadora de histórias desaparecida

terça-feira, 11 de agosto de 2009

A menina mais bonita é bem aquela que gosta de bichos esquisitos

Eu já tinha colocado a viola no saco, a despeito da beleza cristalina e dos 18 anos dela, quando falou que ia trabalhar de bartender numa boate de baixa categoria na Cruz Machado (ops). Tudo bem que ia fazer drinks e não necessariamente programa, mas acredito piamente que o meio faz o homem.

Foi aí que lembrou que ia ganhar do pai um esquilo, mas que queria na verdade uma cobra (ops). Comentou que um amigo tinha uma caranguejeira, e que ele gostava de andar com a bichinha pela rua, amarrada numa cordinha “tipow” coleira, e que um dia, numa distração, um transeunte tacou o pé na peluda. O amigo e ela choraram aos cântaros.

Quando perguntei se não servia eu de estimação, ela disse que era meio ruim com os bichinhos, que um dia tinha jogado a tartaruguinha na parede (ops) e que gostava de alisar os peixinhos por longos períodos fora do aquário, na mão, até quase pararem de se mexer (ops! ops! ops!).

Ela tinha um sorriso lindo, um conjunto perfeito e até que brincava bem “no ninho”, mas de manhã a deixei em casa e disse que estava de partida pra Nova Zelândia.

:: 11.08.2009 ::

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Trabalho em equipe [ou o diálogo que entrou pra mitologia da agência de propaganda]

Mais um continho sensacional do Victor Hugo, que aqui dispensa apresentações -- ao leitor novo, é só clicar ali embaixo no marcador CONTRIBUIÇÃO que várias dele aparecem. O conto tem uns jargõezinhos de agência de propaganda (atendimento, dupla de criação, apresentar etc.). Em caso de dificildade, pergunta nos comentários que a gente contextualiza E especialmente pro autor: quase linc(ç)amos a empresa em que esse conto se deu ou foi concebido...

A menina do atendimento conversando com a dupla de criação que fez de última hora o anúncio que ela vai apresentar assim que terminar a impressão.
- Ai, não sei mais o que faço, ele não liga pra mim.
Redator meio puto:
- Que foda! (não se sabe se pelo assunto ou pela situação)
- Sabe o que é? Eu sou doida por ele e bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla faria qualquer coisa para ele me valorizar.
O diretor de arte e o redator se olham, ambos de ressaca e no pior mau humor da vida, e soltam em uníssono:
- Dá o cu pra ele!
Ela pega a peça que terminou de ser impressa e sai batendo a porta.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Barata nojenta

Minha mãe tagarelava com as tias e comentou, entre goles de chá, que o pavor que eu tenho de barata é trauma de infância. Retruquei que todas as mulheres têm medo de barata, mas ela continuou, e explicou que quando eu começava a engatinhar me surpreendeu comendo uma barata, a metade na mãozinha e aquela coisa branca escorrendo no canto da boca — o que traumatizou foi o grito que ela deu.

Mãe é especialista em lembrar coisas que a consciência nos abençoa ao apagar.

De noite levanto e vou ao banheiro, faço xixizinho tranquila, olho para baixo e vejo uma daquelas do tamanho de uma bolacha champanhe. Grito inevitável. No desespero arremesso o tubo de desinfetante. A nojenta aparentemente morre, mas devagar começa a mexer a antena, passos trôpegos em meio à poça azul de desinfetante que começa a se formar. Meu pânico aumenta e o dela também, fugir é a salvação de ambas. Calcinha entrepernas, procuro a maçaneta mas a porta está trancada. Grito de novo. A barata corre pra lá e pra cá provavelmente me achando maluca. Tento "desbaratinar" e analiso uma possível rota de fuga ou enfrentar o inevitável: esmagá-la com pé descalço. Então, do nada, um impulso toma conta de mim, pego a barata com as pontas dos dedos, coloco na boca e mastigo. O líquido branco me escorre entre os lábios...

Acordo assustada e vou ao banheiro, mas deixo a porta aberta.

:: 13.06.2003 :: Ilustração do cartunista Bennet (http://www.bennet.com.br/)

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Auto-Ajuda vs Auto-Desajuste

Uma homenagem ao MCP publicada no blog de um amigo, o escritor César Duque, nos fez refletir sobre missão.

Não que a gente seja totalmente do mal, mas o fato é que o Duque é um cara do bem. Ele escreveu o livro Seu último dia, todos os dias com o propósito de difundir uma linha de pensamento em que acredita. É assumidamente uma obra de auto-ajuda, mas essa é bem intencionada. É auto-ajuda mas recomendamos.

Pois acreditem. Quando escrevemos essas barbaridades aqui, temos também um propósito além da diversão (nossa e sua): combater a hipocrisia, divulgar a liberdade de pensamento e ação... Mas de certa forma parece que isso acaba corrompendo um pouco vocês, leitoras e leitores.

O "vs" lá do título não quer incitar a uma contrariedade ou disputa, mas levantar uma reflexão. Ao escrever para vocês, estamos incentivando um processo de desajuste social, moral, sexual, intelectual? É claro que normalmente não nos preocupamos com isso, mas será que a coisa não repercute em suas mentes (por mais privilegiadas que sejam)?

Sexta-feira triste e fria em Curitiba. Se todo mundo parasse para refletir sobre o que acontece em volta, ia faltar prédio pra neguinho pular. Não sei como está o inverno aí na sua terra, mas fica o convite para um desajuste coletivo nas páginas e páginas de contos e comentários do MCP. Aí você nos diz: desajustou?

Ilustra by gustavão

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Equívocos da vida que podem ser facilmente remitidos

Antes de mais nada, vá ao dicionário ou ao "oráculo" e descubra o significado do verbo remitir. Uma dica? "... a remissão dos pecados, a vida eterna..."

1) Eu dei de presente um livro do "Pauno Cuelho"

Tudo bem. Seu amigo nem jogou fora o embrulho. Colou outro durex e deu no primeiro amigo secreto da empresa. A dedicatória? Se ele não era tosco demais, arrancou a página com jeitinho.

COMO ME REDIMIR: nos próximos eventos, aniversários, bodas etc. em que tiver que presentear, não fique na dúvida: clique aqui. Não tem erro. É o presente perfeito, também, praquele cara difícil de agradar, que já tem tudo, tipo seu chefe.

2) Eu enchi a caixa de entrada dos amigos com e-mails do tipo "Foto de uma sereia encontrada na Venezuela - não é montagem não"

COMO ME REDIMIR: faça um spam pra TODOS os seus amigos, de uma coisa que é IMPRESSIONANTE e de verdade: basta copiar no Assunto o título deste post e, no conteúdo, o link que vc encontra no título. Diz que o autor é amigo seu, nós confirmamos se precisar. Seus destinatários não chamarão mais você de "mala-sem-alça" e vão começar a achar que evoluiu intelectualmente.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Genealogia desregrada de um messias chamado Rock

Era uma vez um cara muito bacana, mas meio grosso, bruto, chamado blues. Ele gostava de tudo que é básico na vida: mulher, jogo, bebida, dinheiro, superstição.

Um dia o velho blues conheceu num boteco barato uma vedete chamada country. Não teve jeito. Era mulher, passou o sarrafo e se apaixonou.

Todo mundo pensa que o primeiro filho do casal era um branquelo ítaloamericano, o Elvis. Estão enganados. Antes eles tiveram dois filhos pretinhos e semibastardos chamados Little Richard e Chuck Berry.

Bem, mas o Elvis foi o filho querido e popular. Ele começou a impregnar o mundo com a essência do amor desse casal improvável. Depois vieram os netos, uma família prolífica e cheia de loucos como Beatles, Rolling Stones, Led Zeppelin, Lynyrd Skynyrd, AC/DC e muitos outros.

Esse amor se chamava rock'n'roll. E quer saber, podem taxar de popular, pagão, demoníaco, alienante, perversor, mas não tem jeito: eu vendi minha alma pro rock’n’roll.

:: 13.07.2005 :: já imaginou as festas de fim de ano e de casamento dessa família? digamos que a de hoje seja um... aniversário; não vá pra cama sem brindar.

domingo, 5 de julho de 2009

Vou dar para o primeiro que encontrar na rua

O pai da Nandinha era um repressor esclarecido (lembra do conceito "despota esclarecido"? é por aí), o pior tipo que existe. E pela impossibilidade de levar uma vida normal como suas colegas, ela soltava o verbo: dizia no colégio, pra quem quisesse ouvir, que no dia em que completasse 18 anos ia sair de casa e dar para o primeiro homem que encontrasse na rua.

A gurizada ficava elétrica e fazia planos de ficar de vigília na porta da casa dela de véspera. Porque Nanda, mesmo com seu jeito destrambelhado, era muito da gostosa.

Ela morava no centro, e no dia do aniversário de 18 anos, na hora em que saía de casa pro Terceirão, às sete da manhã, deu de cara com o Ademir Plá. O plano da Nandinha naufragou.

:: 11.06.09 ::

terça-feira, 30 de junho de 2009

À espera de um milagre

O pessoal que acompanha o blog mais a fundo já leu esta pérola nos comentários do conto Pequenas perversidades do destino. Mas não dava pra deixar de publicar esta contribuição da amiga e ousada Sweet Tox como post. A imaginação dela vai longe quando desafiada. E foi o caso. Uma delícia de réplica.

Minha última viagem de férias trouxe-me uma esperança recheada com uma desilusão.
Resolvi passear em Aracaju, devido às propagandas de quem foi e gostou. Não me sentiria uma estranha no local, devido à minha pele morena, cabelos que denotam minha herança indígena. Estranha eu me sinto é aqui em São Paulo.
Pois bem. Eis que estou no ônibus que leva os passageiros até o aeroporto, e noto ao meu lado um rapaz de beleza exótica. Cabelos ondulados, médio comprimento, peitoral que dá pra imaginar pelo desenho que faz na camiseta. Notei que ele me olhava, fiquei esperando que fizesse alguma aproximação. Não fez. Chegamos ao aeroporto, distraí-me olhando uns folhetos, então quando percebi, poucos metros à minha frente estava este rapaz na mesma fila em que eu estava para o check in. Ficou me olhando disfarçadamente, mas tão disfarçadamente que não consegui identificar se estava interessado. Continuei aguardando. Para infortúnio da esperança que eu tinha de encontrá-lo dentro do avião (visto que ele ia também para Aracaju), o seu bilhete fora emitido com um nome diferente, e perdemos a chance.
Passei meu tempo em Aracaju procurando por ele enquanto visitava os pontos turísticos, e para minha surpresa o encontro novamente no aeroporto também voltando para São Paulo. Desta vez o bilhete estava correto. Vejo-o no avião umas poltronas à frente, do lado do corredor. Dou um jeitinho de passar por perto, ele está cochilando. Coloco um bilhetinho com meu telefone e volto para meu lugar.
Chegando a São Paulo, então ele me nota. Lanço um olhar provocador e saio rapidamente.
Agora torço para que ele tenha encontrado o bilhete e, ao menos, coragem de me ligar, já que não teve de se aproximar.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Pequenas perversidades do destino

O amigo Azec Sarmint (não é de origem da Ásia ocidental não, é pseudônimo isso) sempre teve resistência a obras de ficção. O lance dele sempre foram livros técnicos e documentários. O resto achava que era meio que perda de tempo. Mas tudo muda, e agora ele se arrisca na ficção (ficção? tá parecendo bem real essa história!). Está aí a contribuição do nosso amigo, para vocês verem se ele tem talento.

Voar é bom.
O ônibus especial para transporte de passageiros ao aeroporto sai quase lotado.
Vou nele. Eu e mais algumas dezenas de outros brasileiros e estrangeiros rumo a tantos destinos possíveis.
E eis que a graça divina me contempla com a companhia de uma morenaça, mui a meu gosto.
Cabelos pretíssimos tocando os ombros, olhos amendoados. A ausência de qualquer maquiagem só fez bem à morenice daquela pele de um acetinado irreparável.
Talvez ainda influenciado por minha recente viagem ao Mato Grosso do Sul, vejo nela uma estonteante e selvagem, porém doce, beleza pantaneira.
Pernas torneadíssimas e um discreto balançar do seios, no compasso dos movimentos do ônibus, dão-lhe aquele toque de atratividade que, por um momento, nos faz querer ajoelhar e pedir-lhe a mão. E suplicar todo o resto."Para onde vai a diva monumental?", pergunto-me em silêncio angustiado.
O ônibus chega ao aeroporto. Descemos e dispersamos.
Aeroporto vai, aeroporto vem, não dá meia hora e já estou na fila do check-in.
E quem comigo, uns poucos passageiros atrás na mesma fila?
Ela.
Tá bom, a fila é única e seria pouco provável tê-la em meu vôo. Mesmo assim, nutro alguma ingênua esperança de manter sua beleza ao alcance dos olhos, ainda que apenas de soslaio, e sob a envergadura de um sonho fugaz e tão passageiro quanto eu mesmo estava por ser.
Esperança que se calienta quando o funcionário da companhia aérea repassa a fila, indagando destinos, no afã de apressar os embarques.
- Aracaju, vôo 3511 - diz ela.
- Jesus! - pensei. - É o meu! Alguém lá em cima vai mesmo com a minha cara!
A fila anda e a funcionária do check-in me chama. E-ticket, localizador e RG em mãos, apresento-me prontamente.
- Senhor, não vejo sua reserva no sistema.
- Não é possível! A empresa que me contratou enviou a passagem por e-mail. Olha aqui!
- Senhor, estou vendo. O seu nome é Azec?
- Sim... quer dizer, não! Meu nome é José; Azec é o apelido.
- Senhor, não posso autorizar o embarque porque a passagem foi emitida contra seu apelido, não seu nome.
- Bem, olha... - Tentei argumentar, mas não havia argumentos. Por haver trabalhado em aviação na juventude, eu sabia que essas normas são rígidas e que não adiantaria querer argumentar, por maior que fosse o brilho dos meus raciocínios.
- (Nããão! Não é possível! Isto não está acontecendo!) Ok, senhorita, você tem razão...

Três dias depois...

Estou na saleta de internet do hotel em Aracaju. Por três dias, olhei para todo lado, até para dentro dos carros que passavam na rua.
Nada. Não mais a vi.
Daqui a pouco, vou para o aeroporto. Hora de voltar para casa.
Muita coincidência encontrá-la novamente numa fila de embarque, com destino a São Paulo. Se isso acontecer -- e será ganhar na loteria -- ao menos sei que minha passagem estará válida, desta vez.
E que a sorte nos acompanhe.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Demarcação de terreno

Deitou a cabeça no colo dela, que começou a fazer cafuné com calma e delicadeza.
"Tá vendo? Não precisa de cachorro. Você tem eu."

:: 18.03.2009 ::

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Dia dos Namorados Macabro III - A vida imita a arte

Tá bom que a idéia não era tão inédita assim, mas a coincidência (aconteceu cinco dias depois de publicado o conto) foi interessante. Se a notícia tivesse saído antes vocês iam achar que nos inspiramos nela, certo? E se os moleques fossem leitores do MCP, sabem daonde iam dizer que saiu a ideia, né?

A história só apitou um pouquinho na mídia porque trata-se de um condomínio de luxo na Barra da Tijuca. Se fosse na Baixada Fluminense ou no Boqueirão aqui em CWB, ninguém nem ia dar bola.

O link está aí pra quem quiser se enojar:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u582900.shtml

Obrigado à Maria pelo toque.

domingo, 14 de junho de 2009

"Sensacional, incrível, nunca peguei na mão um livro tão significativo desde a bíblia"

Frase atribuída a um pastor evangélico desconvertido depois de ler o inacreditável e obsceno MiniContos Perversos & Outras Licenciosidades, do gustavo Martins. Quem conhece o blog já pode imaginar o conteúdo. Para adquirir o seu, clique aqui.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Dia dos namorados macabro III

Silvinha tinha um grupo de amigos descolado. Saíam, bebiam todas, viajavam, muita música e dança, curtição na praia e no campo, baladas. De mulher tinha só ela, mas eles se tratavam como camaradas, muita sintonia. Algumas brincadeiras quentes eram normais, mas Silvinha sabia manter a distância segura. Às vezes ela exagerava na bebida e dava umas apagadas, mas nada que não desse pra administrar. No final de semana do dia dos namorados, Silvinha foi com a turma num sítio, a "festa dos encalhados". Na noite da véspera de Santo Antônio, sentiu um solavanco e acordou do transe. Percebeu que estava sendo estuprada pelos amigos, ficou lúcida do susto e começou a gritar. Sua voz foi sufocada com violência, o último presente de Silvinha. O freezer da churrasqueira nunca mais foi o mesmo.

:: 09.06.2009 :: Tudo diferente a partir de segunda-feira - AGUARDEM

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Dia dos namorados macabro II

Ciúme até que é normal, mas César era obsessivo. Monitorava celular, espreitava na rua, interrogava, inclusive as amigas (amigo homem não podia mais). Às vezes ela cansava, mas gostava da atenção e do cuidado, pois ele era bom pra ela, homem assim não se encontra por aí. Mas o César apertava o cerco. Um dia ela acordou sufocada. Tomou um banho, ficou linda, e telefonou para o melhor amigo dele, aquele charmosão que o namorado acusava de "galinha". Recebeu o convidado no quarto, fez tudo que mulher direita não faz, deixou-se fotografar, inclusive, sob juras, do amante, de que jamais mostraria a ninguém. Em 12 de junho as fotos aparecem na internet, causando estardalhaço na cidade. Quem publicou, anonimamente, foi ela. As fotos do César enforcado saíram num jornal popular.

:: 09.06.2009 :: Vinheta emprestada do falecido "naosaiacomele.com"; o(a) designer, cujo(a) não conhecemos, foi genial

terça-feira, 9 de junho de 2009

Dia dos namorados macabro I

Sedutor incorrigível, encontrou sossego na elegância e segurança de Odeth. Os sentimentos estreitaram a relação, ele se sentia pleno. Aos poucos, pequenas sutilezas e manipulações começaram a tolher as iniciativas dele, num crescendo incessante. Até a mobilidade perdeu... Quando a impotência chegou a um nível insuportável (impotência propriamente dita), deu a Odeth de presente, numa caixa bonita e decorada, aquilo em que ela tanto almejava mandar. Arrancou a faca, embalou, deixou com bilhete sobre a mesa e sangrou até o hospital.

:: 09.06.2009 :: Vinheta emprestada do falecido "naosaiacomele.com"; o(a) designer, cujo(a) não conhecemos, foi genial

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Eu beijei uma vaca porque não sei me controlar

Exercício criativo-literário cometido tardiamente pelo amigo Bemjamim Ventura, baseado no Jogo MCP 1. Logo o blog dele vai pro ar e a gente divulga. Concordam comigo que não dava pra segurar, né? Um catucão desses não (piada interna pranquem acompanhou/participou o[do] jogo) - GAME OVER

Minha falta de controle é item de comentário entre meus amigos. No tempo em que usava drogas (procedimento que adotei por não saber me controlar), estava sem grana um dia — melhor, uma noite —, quando vi uma mocinha que parecia muito simpática e caridosa, e gentilmente solicitei a ela uma breve contribuição para meu intento de encher uma lata que carregava comigo. Ela não precisava saber o conteúdo. E não faria falta pra ela, eu só queria um trocado. Diante de sua recusa, fui obrigado a ensinar-lhe umas verdades sobre caridade e ajuda a seus semelhantes. Tomei uma voadora que até hoje faz doer meu cotovelo esquerdo em dias frios. De certo que, se ela andou espalhando essa história por aí, ela jura que a história acaba aí. Mentira. Mentira da gorda. Aquela vaca me olhava com tanto nojo que julguei que o que pior que poderia fazer para retrucar sua admoestação seria beijá-la. Ficou se fazendo de difícil no começo, mas na semana passada batizamos nosso segundo bacuri.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Ressaca moral

Quando o cara acorda e dá um tapa na testa, ou matou um pernilongo ou aprontou uma bela cagada na noite anterior. Naquela manhã infelizmente fiquei com a segunda opção. Abri a carteira e, pelo estrago, aos poucos vieram as recordações.

Fim de mês, mesmo apertado de grana cedi aos apelos do Marquinho e debandei com namorada e tudo pro Bar do Tareco, que ficava ali perto do Bosque João Paulo — uma tentativa de resgatar o underground Tuba's, que bombava ali na vizinhança na década passada. Birita vai, birita vem, quando a Ana foi ao banheiro uma doidinha baixou pra conversar sobre produção de vídeo. Tá bom que eu tava cheio de más intenções, mas até que me comportei. Duro foi que na volta a Ana pegou a menina me entregando o telefone num papelzinho (única coisa que sobrava na minha carteira). No acerto da conta deixei metade do valor que tinha guardado pro condomínio.

Sentamos no Bar do Altair para a esperada DR, que durou bastante, tanto que a dolorosa devorou o dim-dim da conta de luz. Namorada (quase ex) devidamente despejada na casa dos pais, eu, muito puto, parei no posto da esquina de casa pra beber a saideira e pensar na vida. Foi-se o almoço de hoje.

Levantei procurando o despertador pra ver as horas, mas mal conseguia abrir os olhos. Lavei o rosto e... mais um tapa na testa. Eu estava perdidamente atrasado pro trabalho. A quarta começou muito mal.

:: 22.05.2009 ::

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Copo

Era paixão das fortes. Ela combinava com ele em tudo: gostos, humores, pele. Desde as primeiras transas concordaram que aquilo era fazer amor.

Então uma "coisinha" começou a incomodar. Ele já tinha namorado bastante, podia até se considerar experiente, e com as outras sempre foi a mesma pressão sensorial agradável de "acolhimento". Mas com ela, gradativamente, seu membro começou a ficar meio solto lá dentro. Conversar sobre isso, nem pensar, mas como ela não notava?

Numa transa mais quente ele tentou colocar um dedo junto, depois outro. Aos poucos foi acrescentando dedos, preenchendo aquele oco e se aconchegando mais. Em outras ocasiões, até os dedinhos dela entravam na brincadeira.

Era divertida aquela alternância de dedos e buracos, mas ela tinha só vinte e poucos... Como isso ia se resolver? Exercícios de fortalecimento? Pompoarismo? Cirurgia de reparação?

Como toda história tem dois lados, um dia ele chegou à doce conclusão de que ao invés de um defeito isso podia ser o aviso de uma grande qualidade: ele estava diante de uma parideira perfeita. Depois da primeira gestação, aí sim a relação deles tomaria o rumo da verdade.

:: 16.01.2009 ::

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Eu comi padre Marcelo porque eu não sei me controlar

Tudo bem, a gente tinha encerrado, mas essa contribuição de um amigo anônimo (este, especificamente, sabemos quem é, mas preferiu o anonimado) ficou GENIAL. Poética, rápida, cínica. Esse, sim, gostaríamos de ter escrito. Compartilhamos com vicês mais um exercício criativo-literário baseado no Jogo MCP 1

Saia.
Não posso ver.
Comprida, curta, mini.
Canelas, joelhos, coxas.
Saia.
No corpo. No chão.
Descontrolo.
Que era padre, só soube depois.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Comi meu avô porque odeio minha família

Exercício criativo-literário do amigo Fernando Ramos, baseado no Jogo MCP 1

Qual o meu caso? Bom, meu caso foi assim, um tanto esdrúxulo, porque tudo começou quando fui violentado pelo meu avô paterno quando tinha uns onze anos. Ficou estarrecido, né? Pois é verdade. Uma baita de uma veadagem a do desgraçado do meu avô, que o diabo o tenha. Mas porra, além de gay, precisava ter sido pedófilo? Digo, ele tinha que querer comer justo o caçula?

Já faz quinze anos do acontecido, mas é claro que coisas desse tipo são traumáticas. Escondi de todos o fato e guardei uma raiva do velho tão grande, mas tão grande, que era até gostoso sentir aquele sentimento. Sei lá, uma espécie de poder, que me fazia viver melhor, entende? Porque me movia pra que um dia eu o fizesse pagar por isso. Mas o tempo quase – eu disse quase – cicatrizou essa dor, pois me distanciei, nunca gostei de família, depois dessa então, não queria notícia do veado do meu avô nem a pau.

Dia desses, a contragosto, fui com eles, familiares, visitá-lo no asilo. Sabe como é família, né? Não se toca que tem algo de errado, tem que jogar na cara coisas desnecessárias e assim, me convenceram a ir junto. E vou te contar, que estado deplorável o do puto. Ele, com seus oitenta e dois anos e pela idade avançada, já não se locomovia muito bem sem um andador e usava uma fralda geriátrica devido sua incontinência fecal e urinária. Foi olhando-o daquele jeito que tive um estalo: aquele era momento ideal pra dar o troco.

Assim que os demais parentes foram embora e fiquei sozinho com o bastardo, senti nele uma certa aflição. Estávamos ali, frente a frente, vítima e algoz. E ele sentiu que não era mais o algoz. Sem pestanejar, fui desafivelando o cinto e caminhando em sua direção. Ele tentou clamar por socorro, mas como mal tem conseguido falar, foi moleza enfiar no rabo do velho.

Na sétima bombada o filho da puta morreu, teve um infarto. Confesso que foi nojento. Ahn? Se acho nojento porque comi um velho, de oitenta e dois anos, que por acaso era meu avô? Francamente, não. Foi nojento porque, afinal, a enfermeira ainda não havia passado pra trocar sua fralda. Ah, o que tem a ver a história com esse coquetel? É que obviamente fui preso em flagrante. E na hora de fazerem os exames de corpo de delito etc, constataram que sim, eu havia comido meu avô. Mas que ele conseguira me foder mais uma vez: o desgraçado era soropositivo.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Dei uma voadora em um mendigo porque eu não sei me controlar

Exercício criativo-literário da amiga Sweet Toxicant, baseado no Jogo MCP 1

Era tarde da noite, tinha trabalhado demais e resolvi ficar pra um happy hour com uns colegas. Quando saímos do bar, levemente alegres, notei que já eram 23h30. Despedi-me do pessoal e comecei andar apressada para a estação do metrô.

Assim que dobrei a esquina, um mendigo de aparência incômoda me abordou pedindo dinheiro. Eu, apressada e impaciente, o ignorei e continuei andando. Ele veio atrás de mim, insistindo. Disse-lhe que não tinha trocado, e não tinha mesmo. O mendigo então começou a passar-me um sermão daqueles, de como as pessoas não têm compaixão pelos necessitados etc... Aquilo começou a me subir o sangue, porque notei que o safado não tinha fome: ele carregava uma latinha de cola e queria dinheiro pra conseguir mais.

Como ele não parava de dirigir impropérios a mim, não consegui me controlar, como sempre, e lasquei uma voadora que acertou o braço do mendigo e mandou sua latinha longe.

Eu maltratei o Jack Estripador porque o Papai Noel mandou

Exercício criativo-literário da amiga Vampiradea, baseado no Jogo MCP 1

Sabe, andei um tempo estudando sobre a inquisição. Será que em outra vida eu fui um torturador, daqueles de capuz na cabeça? Hum...

Foi no final do séc. XIX (sou uma vampira!!!). Eeu estava em Londres passeando por ruas sombrias quando deparei com ele, Jack, sujeitinho meio asqueroso. Estava com um canivete cego e cheio de dentes, com o qual havia destrinchado uma mulher desavisada. Ele partiu então com a faquinha para fazer o mesmo comigo.

Nesse momento o Papai Noel apareceu com um macacão colant vermelho e uma cueca branca por cima, e me ordenou, maltrate o Jack!!!! Eu estava meio atordoada com o susto, nem era Natal!

Mas de pronto atendi a ordem do herói preguiçoso, já que ele deveria me salvar. Saquei minha peixera da bolsa e comecei a cortar Jack pelas articulações, enquanto ele cantava, "me corte devagarzinho que me dói, dói, dói". Aí eu cortei mais miudinho, temperei com limão, pimenta coco e azeite de dendê enquanto ele dizia, "me tempere devargarinho que me dói, dói, dói!!!". Fiz uma moquequinha ali mesmo na esquina, com um foguinho de papel e as roupinhas dele. E o filhadaputa continuava a cantar "me cozinha devagarinho que me dói, dói, dói!".

Comemos a moqueca, eu e o herói Papai Noel!! Preguiça, e ele com a mesma musiquinha "dói, dói, dói" e só depois eu lembrei, entre um delicado arroto... Era só pra maltratar... O pior de tudo foi que ele, Noel, cantou quando saiu!!!!