quinta-feira, 30 de abril de 2009

Frase para reflexão


Um gato no deserto do Saara se sente como você se sentiria no maior banheiro do Universo

Sim, é do gustavão

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Descompressão

Sou homem do povo. Mesmo que meu trabalho exigisse uma reconhecida carga intelectual e a convivência com pessoas lapidadas, eu mantive meus hábitos. Enquanto eles falavam de música erudita e enologia eu pensava em AD/DC e na pinga que aprendi a beber com meu pai. Não que fosse excluído, mas a diferença era gritante.

Fora isso eu vivia a rotina e ganhava até que bem (devido à vida semi-reclusa e aos poucos luxos), mas a pressão era muita. Quantas vezes naquelas reuniões intermináveis eu olhava para uma nesga da janela e via na luz do sol a vida sendo desperdiçada lá fora. Doía profundamente. O trabalho incessante e a saudade de algo desconhecido atormentavam.

Um dia, num final de expediente chuvoso em que todo mundo do setor já tinha ido embora, bati o ponto, sentei na cadeira giratória e tirei as botas, a camisa, a calça, as meias, a cueca e saí da sala. As poucas pessoas no hall da empresa me olharam como assombração. No pátio do estacionamento, nu sob a chuva, percebi meu andar imponente como nunca havia antes. Ninguém me dirigiu palavra, mas senti um movimento a uma certa distância, uma pequena multidão me seguia. Antes que eu passasse pela guarita os guardas da segurança me cercaram. Não ofereci resistência.

Acredita que a firma ficou com medo de me dar justa-causa? Hoje estou em outro setor e trabalho bem menos.

:: 21.01.2009 :: Inspirado em cena de um conto do amigo Ragas

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Retiro espiritual de Carnaval

É isso aí, pessoal, o Altamir deu sua "catucada" no formato MCP, e como sabemos das desventuras dele e dos amigos como "rollinbund", tínhamos plena certeza de que ali havia muitas histórias boas pra serem contadas. Sem falar na habilidade do amigo de escrever, que está patente lá no blog Altavolt. Agora vamos parar com os confetes e partir pro que é importante.

Lá pelos idos de 1993, os dois sujeitos já a caminho dos trinta ainda continuavam solteiros. Tímidos, tudo o que queriam era fornicar, mas não sabiam como. Foi aí que um deles conheceu uma garota pertencente a um grupo intitulado Humanistas. Foram convidados para alguns eventos da trupe, e como viram um grande índice de participantes mulheres, e ainda por cima, bonitas, foram se achegando. Estava se aproximando o Carnaval e os dois “pastéis” foram chamados para um retiro espiritual com o grupo. Imaginando tudo o que poderia rolar com a mulherada, aceitaram de bate-pronto. Na sexta-feira marcada para a viagem, se reuniram na sede do Movimento, no centro de São Paulo, e a ansiedade dos dois era tanta que foram os primeiros a chegar ao local. Um deles, muito prevenido e otimista, levava umas 30 camisinhas no bolso da jaqueta. As bagagens dos participantes do retiro formaram uma montanha de malas e mochilas na entrada da sede e, como os dois haviam sido os primeiros, as bolsas deles estavam por baixo de tudo. Foi aí que perceberam que a predominância era masculina e, pior do que isso, de gays. As poucas mulheres já chegavam trazendo os sanduíches e bolos para a festa. Desesperados, os dois incautos começaram a maquinar como sairiam do imbróglio. Estavam apenas aguardando as Kombis que os transportariam. Nisso, um membro do grupo informa que já havia uma perua estacionada lá embaixo. Um dos dois mergulhou na montanha de bagagens, pegou a sua e a do comparsa e saiu correndo, avisando a todos que iria garantir o lugar na “kombosa”. O outro se tocou e também saiu em disparada pelas escadarias do prédio antigo. Ganharam a rua e correram ainda por uns cinco minutos até se sentirem livres do “perigo”. Chegaram esbaforidos ao Metrô. O das camisinhas notou que as tinha perdido na correria. Só aí se deram conta de que ainda eram dez horas da sexta de Carnaval. Como ficaria ridículo voltar para casa, deixaram as bolsas no guarda-volumes da rodoviária e passaram a noite toda enfiados num inferninho chamado Love Story.


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terça-feira, 14 de abril de 2009

No cinema não tem problema IV

De tanto ir ao cinema, o Zé e a turma aprenderam que aos domingos sempre tinham duas filas enormes, uma "para comprar" e outra "para entrar". Não que reclamassem das filas, que era o ambiente perfeito para fazer gracinha e conhecer as meninas. O detalhe é que na época os cinemas não ficavam nos shoppings.

Aprenderam também que os ingressos dos filmes pornôs eram bem mais baratos. E que a molecada só era barrada na Entrada (venda liberada por motivos óbvios). Para fechar, os bilhetes dos cines pornôs eram idênticos aos dos cines "familiares". Acompanhou o raciocínio?

As famílias chegavam bem cedo (muitos direto de Santa Felicidade) para garantir lugar nas sessões. Naquele dia o Zé e os amigos chegaram ao Cine Condor (familiar) meio atrasados para a sessão das quatro de domingo, e as duas filas estavam virando o quarteirão. O Zé teve a idéia por acaso e passou direto pela fila "de comprar".
"Ei! Aonde vamos?", perguntou o Polaco.
"Ao cine pornô ali na Tiradentes", respondeu o Zé.
"Mas hoje é domingo, eles não deixam a gente entrar", reclamou o Massa.
"A gente não vai entrar", respondeu o Zé com os olhos brilhantes.

O Polaco entendeu a mensagem e voltou para guardar lugar na fila "de entrar". Os outros compraram os ingressos no cine pornô (500 metros dali). Encontraram o Polaco e entraram na fila ao lado dele sob protestos dos que estavam atrás.

Perceberam então uma família que não estava com cara de que enfrentaria a fila "de comprar", e o Zé, cara de pau, ofereceu os ingressos ao pai. Negócio feito, foram gastar o lucro de 100% na lanchonete (fase pré-cerveja). A adrenalina foi maior que a do filme, que eles assistiram depois no meio da semana (ninguém trabalhava mesmo).

:: 26.01.2009 ::

sábado, 11 de abril de 2009

De outras formas

Você não entende que meu lance é te imaginar. Não me importo quem você seja, seu rosto, seu corpo, quero ser corrompida de outras formas, escravizada, quero ser sua das formas mais doloridas. Gosto de sofrer pelo teu amor impossível, esperar por você em vão, sentir ciúmes. Sou viciada em gozar pelas suas palavras. Essa foto que me mandou foi para a lixeira. No dia em que você ceder eu não serei mais sua. Talvez até sinta nojo.

Posso pirar completamente e ficar te ligando e ligando sem parar a noite toda, dias a fio, estilo desesperada. Nas raras vezes em que atende fico muda, que assunto puxar? Perguntar como você vai? Melhor te xingar, te culpar, mas nunca falar da minha paixão louca. Mentir que vou te mandar muitos presentes, te comprar como uma puta barata. Talvez isso traduza o que sinto por você.

Declaração de amor, nem pensar. Não acredito nisso. Nas noites tristes, quando não penso em você, fico com medo dos barulhos e dos falsos passos na escada. Então me entorpeço, me perco, saio pela rua. Queria ter coragem de dar para o primeiro que aparece. Mas tenho nojo. Eu vomito e quero a sua boca. Sim, eu seria sua.

:: 10.08.2004 ::

terça-feira, 7 de abril de 2009

Dói, inflama

Entre uma ligação e um impulso de ligar de novo, uma mensagem aparentemente sem pretensão e mais uma ligação não atendida por ela, ele olhou a lua, tomou mais um gole, pegou um guardanapo e rabiscou:

você é como um corte no meu corpo
que esqueço e desaparece
como se nunca estivesse ali
mas às vezes não sei por que
esfrego com os dedos
até o sangue fluir

e sobre você me desdenhar
tenho, sim, uma coisa a dizer
até parece que seria sua a escolha
cheio de despeito, eu sei,
mas eu é que não ia querer

:: 20.01.2009 :: sobre poema de 26.03.2003

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Cantor porto-riquenho é pego se masturbando em voo

Tem dia que a gente joga a toalha. É covardia. A notícia veio da EFE/Yahoo, reproduzimos para o caso de o link falhar, mas lá tem até foto do SEM NOÇÃO. Alguém arrisca tentar explicar o que aconteceu? Esse post definitivamente se encaixa na série HISTÓRIAS DA VIDA REAL QUE SUPERAM A FICÇÃO (link e link!!!). Será que o cara é roqueiro?

Miami, 25 mar (EFE).- O cantor porto-riquenho Elvis Crespo teve que prestar declarações ao FBI (Polícia federal americana) no aeroporto internacional de Miami supostamente por se masturbar a bordo de um avião procedente de Houston, Texas, de acordo com um relatório policial.

"Não me lembro de ter feito isso", disse aos agentes do FBI que o interrogaram na quinta-feira passada, após o voo 190 da companhia aérea Continental no qual viajava aterrissar em Miami.
O caso veio a público hoje e, até agora, não foram apresentadas acusações contra o cantor porto-riquenho.


O relatório da Polícia do condado Miami-Dade, ao qual a Agência Efe teve acesso, informa que Patricia Perea, que estava sentada ao lado do cantor, "observou" o artista se masturbando, debaixo de um cobertor, por "aproximadamente 15 minutos depois que o avião decolou". "Ele (Crespo) começou a se masturbar e, enquanto fazia isso, retirou o cobertor e expôs" as partes íntimas, afirmou a passageira no relatório da Polícia.

Funcionários da linha aérea também afirmaram ter visto Crespo se masturbar durante o voo ("com as calças arriadas e o pênis de fora") e exigiram que parasse de fazer isso, uma ordem que "ele obedeceu", acrescenta o relatório.

Crespo se casou na semana passada com a namorada e representante, Maribel Vega, com quem se relaciona há mais de um ano.

PS: adendo ao título: viram que bacana, "voo" não tem mais acento -- aquele de sentar tem, não tem mais o da palavra
PS 2: Alguém conhece a piada do "Me abaixei pensando que era a o jato de porra, mas era a porra de um jato!!"?

PS 3: Já pensou se a moda pega?