segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Aquilo que mentaliza na yoga diz muito sobre você

MCP do amigo Victor, que sempre contribui aqui. Dêem uma "catucada" no marcador CONTRIBUIÇÃO que vocês encontrarão algumas pérolas dele, que invariavelmente têm o Zé como protagonista. Publlicamos hoje por pura saudade da cafajestagem inocente do Zé.

Na época que o Zé deu um tempo com as paradas (entenda como quiser) começou a fazer yoga para diminuir a ansiedade. A parte preferida era a mentalização. Segundo o instrutor, quando meditamos sobre os desejos contribuímos para que eles se realizem.

Já fazia três semanas de práticas diárias do yoga e o Zé estava começando a ficar puto. Sabe sobre o que ele mentalizava, né? Foi quando convenceu uma colega da yoga a dar um passeio. Cineminha e, depois de rodar um pouco, embicou no serv-car. Rolaram beijos, abraços e muito carinho, situação distante das aspirações do Zé.

A programação se repetiu sexta e sábado. Haja paciência e mentalização! Na segunda, já pensando em partir pra outra e deixar a yoga de lado, recebeu uma mensagem no celular: “vamos nos ver hoje, zé? bj”. Era a colega. Meio de mau-humor, pegou-a no mesmo horário, mas dessa vez tocou direto pro serv-car.

Em alguns minutos eles já não se dominavam e o vidro embaçou. Na hora do clímax veio a lembrança de que estava sem camisinha. Na tirada espirrou o primeiro jato, seguido de um “Cuidado, meu cabel... [corte súbito] Mmm, mmmm! [agoniado]”. Logo depois o Zé parou com a yoga, mas incluiu as mentalizações na rotina.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Toalha freada

Sabe essas coisas de cuidado de mãe que quando a gente lembra dá a maior vergonha? Pois é. Tinha um amigo que virou chacota na escola por secar o bilau com papel higiênico depois de mijar. Sei que é politicamente incorreto dizer, mas foi pura falta de referência masculina. Imagina o marmanjo insistir no hábito e, num bar ou coisa que o valha, ficar catando papelzinho pra secar o ditocujo na frente dos outros... [pausa para reflexão: uma amiga disse certa vez que largou um namorado por causa desse hábito lamentável, e que pior que isso só homem mijar sentado]

O fato é que toda mãe se preocupa com o filho naquela fase, pelos cinco anos, em que adquire autonomia pra limpar a bunda. A falta de prática e precisão ocasiona assaduras e problemas de cunho olfativo. Em minha casa de infância tinha bidê, e assim foi resolvido o problema (constrangimento). Mas uma tia não tinha bidê ou duchinha, e ensinou meu primo, um pouco mais novo que eu, a usar uma tal "toalhinha". Ele tirava o grosso com PH, depois molhava a toalha (de pano) e passava lá. Deixava tudo limpinho, quer dizer, o cu, porque a toalha ficava nojenta. Mas era só lavar e beleza.

Só que o plano da tia não era infalível. Nem precisa dizer que a estratégia gorou justo numa festa de família, com todo mundo reunido na casa de outra tia, mais abastada e meio fresca. O fato é que meu primo, no afã de mostrar autonomia, foi ao banheiro sozinho, e não encontrando a toalhinha, pegou a primeira de banho que achou, toda branquinha, molhou em certos lugares e mandou ver. A casa caiu quando uma prima nojentinha e adolescente gritou no banheiro. Todo mundo foi ver o que tinha acontecido, e o que se viu foi aquela obra de arte estendida na parede, cheia de freadas de fusca e caloi 10. Diante do rebuliço, o moleque sumiu, e só foi encontrado algum tempo depois debaixo da cama.

:: 24.09.2009 ::

domingo, 20 de setembro de 2009

In video veritas

Esparramado no colo quente depois de uma garrafa e meia de vinho, foi flagrado cochilando duas vezes em meio ao palavrório dela, que fazia menção de ir embora pela “afronta”. Por isso ele tentava, em vão, dizer alguma coisa coerente, mas as palavras saíam desencontradas:
"Não estou dormindo! Olha, vou acordar"
"Você chegou a roncar enquanto eu falava."
"Eu não ronco, quem ronca é você."
"Nunca ninguém disse que me viu roncando."

No meio do transe — agravado por um dia que tinha sido daqueles — ainda confuso, ele pensou que a única forma de provar era filmando, mas soltou um "é só ver o filme..."

Ela levantou de sobressalto, ruborizada: "Você quer dizer que filma o que acontece no seu quarto?"
"Você entendeu errado..."
"Entendi muito bem! Não acredito que você teve coragem de fazer isso comigo!"

Aí ele até despertou. Nem precisa contar que se seguiu uma longa discussão sobre o absurdo que seria uma câmera escondida no quarto. Mas não teve jeito, ela saiu batendo porta. Teria que dormir sozinho naquela noite fria. Fazer o quê? Só restou assistir ao vídeo da loirona da noite anterior.

:: 20.09.2009 ::

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Museu de cera ou trem fantasma

Vagando entre as representações vulgares do museu de cera, sinto um vento frio de mofo, provavelmente encanado de alguma entrada de ar. Impossível conter o arrepio. Algumas das imagens são violentas. Uma pequena placa diz que a roupa rasgada da atriz famosa estupro-assassinada em Bucareste é autêntica. Comprada num leilão antes do tempo do e-Bay, penso. O sangue de tinta barata limita o poder de encantamento.

Ela passa rente a mim e insinua um sorriso malicioso. Não tem medo nos olhos. Aliás, parece que o olho esquerdo é de vidro. Porta do banheiro entreaberta, cinta-liga sob a saia arriada, entro sem pedir permissão.

Textura de cera na pele, temperatura elevada entre as pernas, não estou certo se ela é real, mas cedo a minha tentação de macho. Ela, silenciosa, emite pouco mais que uma respiração pesada. Minha cera se funde à dela.

Ela vem comigo até a saída mas não me acompanha. Nas imediações, numa mesa reservada que permite observar a saída do museu, começo a noite aquecido por conhaque e café.

:: 15.09.2009 ::

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Ódio, o irmão bastardo do amor

Esse conto sensacional é da Maria. Ela deu de presente pro MCP porque, como ela, o Blog da Maria é elegante, e falar dessas coisas de violência perversa não combina. A escrita dela é elegante e bem pensada. Porque a Maria pensa muito e pensa bem. De repente a atração dela pelo MCP está justamente no fato de publicarmos aquilo que muitas vezes é impensável. Aproveitem, porque [o que escreve] a Maria dá prazer.

Dizem que matar alguém a facadas é uma empreitada difícil para o assassino. É necessário força física e estômago resistente. Experimente enfiar uma faca num pedaço de carne comprado no supermercado. Não é o mesmo que enfiá-la num bloco de isopor. Some a isto tendões e ossos que estarão no caminho a cada vez que você perfurar o corpo da pessoa. Não é nem o mesmo do que enfiá-la no pedaço de carne. A vítima sangra, e o sangue inunda o local de cheiro e calor, tornando ainda mais difícil a operação. Dão sorte aqueles que logo nas primeiras estocadas conseguem matar a vítima. Não são raros os cadáveres neste tipo de homicídio virem com 17, 20, 26 perfurações. Geralmente a morte se dá na sétima ou oitava, mas aí o sujeito já está tomado pelo desespero e continua perfurando até dissipar todo o ódio. Sim, matar alguém a facadas é um ato de ódio. Foram uns policiais da homicídios que me contaram essas histórias de gente que morreu e matou com facadas. São histórias impressionantes. E eu até comecei a entender aquele pessoal que diz que o contrário do amor não é o ódio.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Alguém lá dos tops gosta "de nós"

Então estava o contista marginal aqui sapeando no Analytics e descobriu que no domingo 31 de agosto os acessos ao MCP aumentaram uns 300%. E fomos buscar as causas:
aaa) teria sido porque divulgamos num certo grupo de blogueiros que o MCP é um lugar bom pra aprender a "pegar mulher"?
bbb) alguma tuitada nossa com link caiu nas graças desses caras que têm 30 mil seguidores?
ccc) algum blog dos grandes/profissionais citou o MCP?

Investigação feita, descobrimos que 31 de agosto era o BlogDay, e que o
Bem Legaus, um blog supimpa de design, indicou o MCP. O autor é o André -- que é de Curitiba e estudou em nossa fatídica turma de Publicidade & Propaganda da UFPR 1988/1991. O blog é sensacional e autoexplicável, nem precisamos rasgar seda.

Obrigado ao André e aos leitores dele que vieram se chocar aqui com a gente (ainda bem que o conto que estava no ar era dos mais levinhos, hehe).

A nossa panela de leitores/amigos e perversettes perguntamos: ninguém se ligou que era BlogDay ou estamos (o contista aqui) efetivamente no cúmulo da alienação?

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Sopa com as amigas

Noite fria, fui tomar sopa no Baviera com minhas amigas balzacas. Mesmo que o encontro fosse só entre mulheres não deixei de me arrumar bonita e sexy. O Baviera é um restaurante tradicional e funciona num casarão antigo do Largo da Ordem. Fazia tempo que eu não ia lá.

Parei no estacionamento da casa e entrei por um acesso nos fundos, mais fácil para quem deixava o carro ali. Na porta um rapaz bem vestido perguntou se alguém me aguardava. Respondi "Sim, minhas amigas!"

Enquanto a recepcionista pedia meu telefone, notei que a porta estava almofadada por dentro em couro sintético. Passei os olhos pelo recinto, comentando como havia mudado, "Puxa, agora é estilo barzinho!" Tinha mesas pequenas com casais conversando. Novamente veio a pergunta "Alguém a espera?", eu disse "Sim, minhas amigas já estão jantando!", ao que a recepcionista respondeu "Mas aqui não é restaurante".

Explico: depois da reforma a entrada do Baviera tinha ficado exclusiva pela outra rua que contornava o sobrado de esquina. Na parte de baixo, onde eu estava, funcionava uma sauna vip. Troquei uma risadinha cúmplice com o segurança na saída quando ouvi "É, bem que achei estranho mesmo." Perguntei se não dava para deixar o carro al. Infelizmente não. Estacionei fora e fui ao encontro das balzacas e das sopas, com assunto para o resto da noite.

:: 19.08.2003 :: Historinha contada por uma amiga que, sabe-se lá porque, não quis se identificar