quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Opala vermelho (parte 2)

Eu e minha namorava curtíamos a vida no meu opalão vermelho. Então um dia resolvi ensiná-la a dirigir. Ela sempre foi meio burrinha para pegar as coisas. Íamos no estacionamento do parque Barigui, que ficava vazio nos dias de semana. Um susto pra cá, uma morrida ali, aos poucos ela foi se adaptando. No dia que aprendeu pra valer a gente estourou uma champanhe e comemorou vendo o por do sol, num lugar secreto que só eu conhecia.

Minha namorada ficava linda dirigindo o opala. Tiramos várias fotos dentro e fora do carro, em cada lugar que a gente ia. No meu aniversário ela me deu um toca-fitas dos mais caros. Fiquei emburrada pra saber onde é que conseguiu dinheiro. Ela me disse que estava há tempos guardando, só para me comprar um presente legal. Era mentira mas eu fiz que acreditei. "Se a gente ama, tem que fechar um olho" minha mãezinha dizia. Na verdade ela deve ter pedido o toca-fitas para um ex-namorado dela, o Vaguinho. Ladrãozinho barato de carros. Com certeza ele não entregou o som de mão beijada. Provavelmente ela teve que dormir com ele. Tudo bem, certas coisas eu não posso dar a uma mulher.

(continua)

3 comentários:

Maria disse...

não resistiu né? [a publicar hoje]

Flavinha Mel disse...

Cara, tem coisas que nem um homem só pode dar a uma mulher...precisa de mais um...

M.M. disse...

Pela forma como a parte 1 terminou, achei que a 2 viria coroando o clima quente.
Mas, se bem entendi a pegada, fui ingênua de pensar em quente, vai é ferver, isso sim.

E essa aceitação, hein?