quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O herói

Nosso personagem e anti-herói preferido contextualizado pelo @Heru_Sa.

Lá pelo meio dos anos 90 o Zé ainda tava na faculdade e claro que a grana era curta, contada no dia a dia para as prioridades. Festa definitivamente não era prioridade, o que na turma festeira o deixara com fama de mão-de-vaca.

Acontece que o Tonhão, amigão do Zé, ia casar, e convidou os mais chegados prum bota-fora numa chácara ali na saída para as praias, atrás do último motel da estrada, contorna e buzina no portão, "bebidas por minha conta, mas comida cada um paga a sua".

Não tinha como não ir, e no dia combinado a turma de uns sete, o Zé de carona, se mandou pra tal chácara. Pela ansiedade, acabaram chegando tão cedo que tiveram que esperar uma meia hora na frente do portão, que só abriu quando chegou a kombi com as meninas.

No meio de uma vila operária, o lugar era surpreendentemente bacana, e em volta da piscina coberta, perto do bar, tinha dessas confortáveis cadeiras de varanda, onde a turma se acomodou e passou a consumir uísque paraguaio e fumar os charutos que o Alfredinho tinha levado, mais a pipoca da casa, numa saborosa conversação que só terminou uns cinco litros e duas horas depois, quando enfim as meninas se juntaram a eles, semivestidas a rigor.

Depois de mais meia hora de putaria, o Tonhão já tinha escolhido a mais jeitosa, a colegial. Logo ela pulou do colo dele e chamou a todos para o salão, onde desempenhou um belo strip, deixando ao final o Tonhão só de cuecas. Peladinha, a jeitosa puxou o noivo pela mão até uma hidro e acabou convencendo-o a também tirar a última peça de roupa, na presença de toda a rapaziada, revelando pra turma o que só desconfiavam, a razão de ser ele "O Tonhão".

O Zé percebeu então que cada um já tinha se ajeitado com alguma servidora da casa, e antes que a mais trubufu sobrasse pra ele, ou que ficasse sozinho vendo a jeitosa desfrutar dos atributos do noivo na banheira, se acertou com a penúltima na ordem de feiúra, 100 reals uma hora.

Lá pelos 15 minutos no quarto, misturou tudo. A feia, o uísque ruim, o charuto com pipoca, a memória da visão do Tonhão e a idéia de estar jogando cenzão no lixo, e o Zé brochou irremediavelmente.

Pra não ficar marcado, combinou com a menina que ficariam conversando o resto do tempo. E que pagaria 50 em dinheiro ainda no quarto, e lá fora, na presença de todos, daria mais um cheque de 50. E assim o Zé foi o herói da noite, o único que conseguiu fazer a farra pela metade do preço.

9 comentários:

Vampira Dea disse...

Adoro o Zé e suas histórias, Zé é lenda! Confesso que tenho que lutar para não me apaixonar por ele.
Quanto ao misterioso escritor, tem blog? Gostei da versão e fiquei curiosa.

Gustavo Martins disse...

Pra mim, esse "charuto" tá com jeito de baseado.

Luna Sanchez disse...

Mas por que não o cheque no quarto e o dinheiro na sala? Tá certo isso?

ℓυηα

Anônimo disse...

"Caba" esperto, quero um Zé na minha vida, só assim, eu aprendo a ser menos "tapada", rá.

bjos, ú&e =*

Nanda disse...

Gente! mas que mundo essa menina vive que não levou com ela uma maquininha do VISA? Poucas chances de calote... Bom, mas esperto que só como o Zé é ele diria que não trabalha com cartão de crédito...

Delícia de ler!

beijo!

Heru_sa disse...

Vampira Dea: Toda lenda tem seu fundamento.
Respondendo: tenho mais algumas coisas no quase virgem "Contices", aqui: http://herusa@wordpress.com.
É pra funcionar assim: as pessoas me inspiram, e eu conto lá em outras palavras.

MCP: Do bom.

Luna: Pagar puta com cheque, não se faz. A menos que pretenda sustar.

Única e Exclusiva: Olhe bem, o que não falta por aí são Zés.

Nanda: Eram os anos 90, que eu lembre essas maquininhas ainda não eram tão portáteis.

vinícius disse...

ehehehe

Raoni Moura e Carolina Abed disse...

Genial!

Raoni Moura e Carolina Abed disse...

Aproveitando: Como faço para participar da IV SEMANA DA CONTRIBUIÇÃO MCP???