segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Tudo pode terminar bem

A luz matinal me acordou e tive a sensação de uma lâmina atravessada na cabeça. Como percebi o sol que entrava muito forte e alto, estremeci por achar que estivesse atrasado. Então lembrei da grande festa de ontem, que era sábado.

Virei para espreguiçar tranquilo e percebi que não estava sozinho. Sensação sempre desconfortável. Quem será? Por que será?

Abri os olhos com dificuldade e me virei tenso como quem não lembra como terminou a noite. A luz incidia sobre ela valorizando cada traço delicado do rosto. Ela abriu os olhos meio borrados e sorriu. Como alguém pode acordar linda desse jeito?

Segundo momento de desconforto nem um pouco amenizado pela dor e pressão na cabeça. Qual o nome dela? O que fizemos juntos noite a dentro? Mexi o corpo no lençol, percebi que estava nu. E ela? Me abraçou como quem estava ali não porque me queria, nem como quem queria alguma coisa de mim, abraçou simplesmente por estar feliz: “Bom dia, lindo!”

Cabelos longos e alinhados, pele macia, olhos brilhantes, calcinha pequena de algodão, os seios apontados roçando meu peito. Sensações agradáveis que me fizeram esquecer um pouco a ressaca. Admirei aquele momento como quem, perdido em dívidas, sorve um objeto do desejo inalcançável. Eu tinha dúvidas, e algumas dívidas, mas que deixaram de importar.

:: 08.01.2014 ::

5 comentários:

Guilherme Krug disse...

Num momento como esse nada mais importa.

Excelente texto! :D

Vampira Dea disse...

Nunca fiz um comentário como esse aqui rsrsr
Achei lindo.

Unknown disse...

Bons contos, belos, apesar de perversos.

Valéria disse...

Sim, esse foi um lindo conto mesmo! :)

Valéria disse...

Sim, esse foi um lindo conto mesmo! :)