III Semana da Contribuição MCP. Dela.
Lucinha terminara o colegial diferente de todas as amigas — ainda era virgem. Mas naquela época ainda não pensava muito nessa sua condição diferente, afinal, o que era importante mesmo era dormir sonhando com aquele baixista da banda de rock de que colecionava posteres.
Mas já era o terceiro ano da faculdade e sua condição se mantinha. Não por falta de vontade sua, nem dos outros, afinal era bonita e desejada, mas o sexo em sua vida era daquelas coisas que simplesmente não aconteciam e ninguém sabia exatamente porque.
Então um dia resolveu ser bem prática e numa noite dessas em que a turma toda ia para o campo de aviação com uma garrafa de vinho para ver as estrelas, deixou-se ser comida por um calouro, no banco de trás do carro de alguém, numa daquelas trepadas onde mal se tira a roupa, mal se sente, nem se goza...
Não foi exatamente o que estava no seus planos, mas também não foi ruim. Bom mesmo foi finalmente estar liberta de seu pior fantasma: desde a época do colegial o que a atormentava não era a sensação de peixe fora d'água em relação as suas amigas sexualmente experientes, mas sim um sonho recorrente — seu próprio funeral, o caixão branco, a roupa branca, as flores brancas... a sepultura violada e a virgem deflorada por algum pervertido necrófilo. Não. Isso, nunca mais.
3 comentários:
Rs...eu ri alto, aqui. Muito bom, isso!
Antes trepar "a meio pau" com o primeiro que aparecer, espremida no carro, e nem gozar do que ser velada em caixão branco. Isso acabaria com a moral de qualquer mulher, mesmo.
Beijo.
ℓυηα
É meio mal escritinho, mas conta uma história da vida real que dá razão ao medo de Lucinha
Luna - acabar com a moral depois de falecida não faz muita diferença, né? ou faz? bom saber a resposta, pra conhecer os labirintos da blogueira aí
A propósito, e como a autora (do conto), que rompeu laços com o MCP por motivos impublicáveis não se manifestou nem deu as caras, fica por isso mesmo.
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