terça-feira, 23 de agosto de 2011

Onze da manhã num hotel barato

Não pense que tenho vergonha de ter morado no bairro da zona. O único problema era a marcação cerrada da família. Eu quase não podia sair do quintal. Meus irmãos fugiam, mas nunca me levavam junto. Meu pai me fechava dentro de casa e colocava talco no chão. Se eu escapasse, deixava pegadas e apanhava feio.

Depois me mandaram para um colégio interno caríssimo. Meu pai estava errado. Qualquer menina filha de puta do nosso bairro era mais comportada que as meninas da escola particular. Um dia deixei vazar em casa as coisas que eu via por lá, foi um escândalo.

Voltei a estudar na cidade e um dia aconteceu o que a família temia. Só não caí em desgraça porque não contei a ninguém. Foi um cara mais velho que ficava na porta de um hotel barato no meu caminho da escola. Sempre, quando eu voltava pra casa, ele me convidava para entrar. Eu podia mudar o caminho, mas alguma coisa me impelia a passar por ali. Um dia não tive aula depois do recreio e decidi matar a curiosidade. Aceitei o convite.

:: 29.10.2004 ::

12 comentários:

Anônimo disse...

Fala que vai ter continuidade, plis rsrs.

Noh

Gustavo Martins disse...

Noh, linda. Que tal continuar vc?

Maria disse...

quero a noh de mcpmate!

[campanha]

Chandall disse...

A maioria das minhas amigas lésbicas , saiu de colégio de freira só para moças...quem não tem cão, caça com as gatas mesmo...rsss

Proibir algo é a melhor forma de promover o caos...

Anônimo disse...

Eu quero saber o que ela descobriu.

ú&e

Chandall disse...

vai lá no velho hotel que vc descobre o que ela descobriu...

DIZDIZENDO disse...

Gustavinho!
Pra mim, termina por aí!
Pra passar horas espiando o que se passa lá dentro!!!

Vampira Dea disse...

Esse continho tem algo assim retrô, quando os meninos iniciavam sua vida sexual quase sempre nesses ambientes.As priminhas iam até a metade do caminho e os garotinhos chegavam aos finalmentes nestes escritórios de profissão antiga.
Eu morava ao lado de um inferninho no inicio da minha adolescência e para o desespero de minha família vivia morrendo de curiosidade e adorava espiar da minha janela as noites de festa e bebedeira...A dona do inferninho tinha um filho e eu me apaixonei por ele, foi o rapaz mais respeitador que já fiquei, bah! Expectativas X realidade.
Adoro seus continhos mais curtos.
Beijão rapaz.

Anônimo disse...

Vc sabe o endereço Chandall? Poderia me acompanhar!

ú&e

Valéria disse...

Adorei o conto. É assim que as coisas são mesmo. E não é porque o Zé tá ausente que alguma coisa necrosou aqui, fique sussi! Beijos fraternos.

Luna Sanchez disse...

No meio do caminho tinha um hotel. Na porta do hotel tinha um cara.

É a vida.

Flavinha Mel disse...

Ah, tava querendo continuidade tb...
Ficou a curiosidade...