A ruiva entrou na minha vida faz tempo. Éramos amigas até o dia em que resolvemos tomar um sol no quintal e eu pensei: que gostosa. E a safada queria é saber da minha vida entre quatro paredes, e eu contando tudo. O problema é que a ruiva é de poucas coisas, e eu sou é de todas as coisa. Deixe-me explicar: a ruiva só gostava de homens. Eu? Bom. Eu gosto é de sexo com gente gostosa.
Mas a danada estava um pouco a me provocar, eu notei e pensei: comigo não se brinca. Inventei de armar uma pra ela. E uma bem armada, em que eu ia me dar bem, mais do que já me dei nessa vida.
Chamei a ruiva pra uma balada, ela topou. Começamos na cerveja, depois veio a caipirinha e ela querendo saber dos meus detalhes, aquelas coisas. Eu eu só instigando os dela. E foi aí que passou na nossa frente o moreno. Alto, sorriso de derreter o coração, minha gente. A ruiva gamou e eu senti: mordeu a isca. Ajeitei os peitos na blusinha, armei-me toda e fui lá, eu com minha morenice, me mostrar ao lado do moreno. “Ele tem que me querer”. E ele quis. Dei um jeito de ficarmos as duas, eu e a ruiva, na frente do moreno, que era pra ele ficar confuso e desejoso de uma e de outra.
A festa acabou e eu ofereci carona para o moreno. A ruiva estava lesada, bêbada e sorridente. O moreno sentou no banco da frente, e a ruiva, antes de pular pra trás, falou no meu ouvido “que que você tá fazendo?”. Eu ri. “Deixa comigo”.
Inventei que era cedo, que ainda era tempo de encher a cara e paramos num posto. Comprei vinho e toquei pra um lugar onde, mais tarde, dava pra ver o sol nascer, jurei.
O moreno abriu a garrafa, “mãos grandes”, eu pensei. Depois do primeiro gole, ele chegou pra perto de mim e eu só sussurei no ouvido (a ruiva atrás, curiosa) “é com as duas, você topa?”. É claro que ele topou. Aceitou mostrando aquele sorriso que ai meu deus. Só homem bem burro é que não topa uma coisa dessas.
A ruiva, atrás, apreensiva. Ainda vi a cara dela quando ele me tascou um beijo. De língua, segurando a minha nuca e com a outra mão já nas minhas coxas, me segura!
Ela já ia desanimando, pensando que estava numa roubada, quando eu chamei, com aquela cara de safada: vem cá. Lembrei que quem estava no banco da frente eramos nós, e então pulamos pro banco de trás, cercando a ruiva, sem dar tempo de ela responder se queria. Mas ela quis. E como quis! Depois de meia hora de pura sacanagem, desistimos de esperar o sol nascer e partimos prum quarto de motel. Ninguém reclamou.
Às vezes, minha gente, o que falta é só um empurrãozinho.
14 comentários:
Comentários ao nosso post de chamada da "Semana da Contribuição". Tem mais alguns to twitter. O post foi autodestruído:
C.Antonholi disse...
Então pode ir lá no meu blog e escolher um para publicar:
www.microcontos180.blogspot.com
saudações literárias,
Carlos Antonholi
19 de julho de 2010 20:31
Luna Sanchez disse...
Bora! =)
Beijo.
ℓυηα
20 de julho de 2010 01:09
Vampira Dea disse...
Voltei de Miami e agora posso ler tranquila meu blog predileto, começa sim, demorou.
20 de julho de 2010 10:48
Ragas disse...
Gustavão, escrevi um só para o seu site... Não lembro como faz para passar para cá... Publico aqui nos comentários ou você copia lá e cola no seu blog?
Abrazzo Ragazzo
20 de julho de 2010 10:54
Victor Hugo Domingues disse...
Prega o pau!
20 de julho de 2010 12:27
A pessoa conta uma história dessas e pede anonimato? Que mundo injusto!
Realmente,ás vezes só falta um empurrãozinho,outras nem empurrando...muito bom!
A vida é feita de empurrões/ruivas/morenas/motel/vinho. kkkkkk
Bjos ú&e =**
#L.O.
amores, preciso me preservar. ;)
de qualquer forma, agradeço os comentários.
O cara ganhou na mega sena...
Pistache: na hora, ele disse a mesma coisa. e repete isso até hoje ;)
vc podia pelo menos dar um codinome né? para quando ela mandar mais, saberemos quem foi.
Cerveja + caipirinha + vinho + puladinha para o banco de trás = empurrãozinho.
Assim, até eu que sou mais bobinha...ehehehehe
Beijo, beijo.
ℓυηα
Antonholi - Amigo, manda um inédito que entra na próxima!
Luna - BORA!
VampiraDea - Miami? Tá cada dia mais chique, hein?
Ragas - já estávam fechados os quatro. Seu conto (sensacional) já tá guardado pra próxima!
Abrazzo Ragazzo!
Vitão - bem que podia nos mandar mais uma daquelas pérolas que tanto inspiram o Zé!!!
Anônimo - podemos chamar de JORNALISTA PRESERVADA
Como ela mesmo diz no tuínter
Ainda bem que o 'empurrãozinho' não foi a base de tequila!
Muito bom o texto. Participação mais que especial!!!!
p.s.: esse é o típico exemplo de uma surpresa boa! [nos dois sentidos!]
MeninaMisteriosa
Luna: mas oh, ela gostou e depois até quis mais. haha
Menina: obrigada, gatan.
meu codinome pode ser, sei lá, o nome de ma vodka. rs
ok, jornalista stolichnaya
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