segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Relatos de um veraneio praiano V

Fim de tarde, quase escurecendo, estávamos os dois calouros na praia conversando com duas mocinhas de trajes escandalosamente sumários. É notório que nas abordagens duplas cada um vai se ajeitando com quem tem mais afinidade. Mas as garotas eram tão soltinhas ("Na nossa cidade lançamos a minissaia que deixa metade da bunda de fora") que a situação ficou meio confusa.

Então fomos os quatro caminhando pela praia em direção à casa delas, que era longe, justamente na região onde a praia fica deserta. E na conversa a loirinha contou que iria buscar o namorado (marombeiro) na rodoviária às dez. Nisso meu camarada, esperto, debandou pro lado da morena, e os casais buscaram privacidade — na praia.
 
O cenário sem quatro paredes fez com que a loirinha se contivesse. Assim, mesmo com as cortininhas repeliu as bolinadas e dedadas, e a dança se limitou ao amasso arfejante. Meia hora depois meu amigo passou e falou, meio desanimado, que ia para casa se preparar pra noitada, e que me encontraria depois. Sinal de que não rolou. Pô, como podem se oferecer tanto e proporcionar tão pouco?

Mas eu ainda tinha chances, embora o tempo fosse curto. Então parti pra cima da moça, literalmente. Ocorre que, voltando ao episódio anterior, ela "tinha corpo de fisiculturista". Depois do terceiro "não" me suspendeu pelos ombros como num supino, e me deitou ao lado. O que me arrefeceu bastante os ânimos. Então ficamos ali namorandinho até que a morena se aproximou e disse: "É bom vocês terminarem logo, que daqui a pouco o babaca do meu irmão vai chegar". Até hoje não sei se a situação foi de corporativismo entre cunhadas ou de ódio fraternal, mas aquilo me deu um tesão até hoje não resolvido.

:: 10.01.2011 ::

8 comentários:

Thai Nascimento disse...

Kkkkk, caramba, cara, o teu blog, os teus textos, tudo incrível! Li os cinco últimos e já estou ansiosa pra voltar e encontrar novidades.
Você tem razão, contos curtos são mais dinâmicos, mas nem todos conseguem fazer com que sejam dinâmicos e digam tudo o que tem pra ser dito. Você consegue!!

Definitivamente, te sigo!

Gustavo Martins disse...

Molhou tudo aqui.

Obrigado!

Vai lá no Twitter, se gostar.

Camila Fontenele disse...

Eu dei risada.

A cada conto que leio é uma coisa nova e esse lado seu é diferente, não é escrever "sacanagens" porque querendo ou não muitas vezes é assim que funciona.

Um beijo

Vampira Dea disse...

Poxa frustração das brabas isso sim.Pois é, realmente mulheres não são fáceis e os homens ainda acham que fazem o que querem, doce ilusão. Tá aí uma prova.

Casanova disse...

Nobre escritor...

Passando para desejar um feliz e emocionante ano de 2011, repleto de contos e demais fantasias que se fazem necessárias para viver!

Neste ultimo Relato de Veraneio Praiano V, senti um enorme inveja, mas ao mesmo tempo uma vontade de voltar a praia, com uma idade de 18 - 19 anos.. há um tempinho atrás e vivenciar todas essas festinhas e farras que são inesquecíveis.

Em minha humilde opinião e vontade, tentaria dar encima das duas "gracinhas" para ver se não rolava alguma luxúria à trois. Embora não seja nada fácil, porém quem não arrisca não petisca, e também é uma delícia sem igual...

Sem mais aproveito a desejar a todos um excelente ano de 2011, e fico no aguardo dos próximos post´s.

Abraços aos marmanjos e Beijos as Princesas..


Att.

Gustavo Martins disse...

Nossos leitores estão cada vez melhores. Nem tanta quantidade, mas muita qualidade.

Thai - pra você respondemos aí em cima, de tão bonitinho, não deu pra conter

Camila - sabe que a primeira tentação é sempre contar pelo lado da sacanagem, mas aí fica igual ao que todo mundo diz/pensa; sem falar que quando dá tesão ao escritor o conto fica comprometido

de qualquer forma, se você pesquisar um popuco no blog, encontrará umas historinhas mais "picantes"; procure por "amigos amigos... sexo à parte"

Vampiradea - calouros, em geral, são cabaços; muitas vezes não fisicamente, mas na abordagem sim

Casanova - excelente comentário, hein? esperamos que seu 2011 seja bastante produtivo em todos os aspectos, em particular nos hedonísticos; no final das contas é isso que vale

sim, escrevemos todos esses episódios da sére com MUITA saudade; em particular o IV

infelizmente não temos talento/palavras para descrever a delícia que foi admirar aquelas duas mocinhas com tudo de fora na praia

não tem arte no mundo que traga de volta essa sensação, pois era tudo muito casual e natural

apareça sempre, você é mais que benvindo, inclusive para contribuir no blog!

Sr. Apêndice disse...

Esse MiniConto foi perversamente genial. "Como podem se oferecer tanto e proporcionar tão pouco?" Triste sina, triste verdade do mundo... aheiuhaiuehiuaeh... Abraços

Gustavo Martins disse...

Sr. Apêndice - isso é filosofia de velhos carnavais; as excessivamente histéricas costumam ser amantes (no sentido do verbo) complicadas