quinta-feira, 28 de abril de 2011

O grau máximo de permissividade de um Estado

Sarg. Zargonel, militar e homem religioso. Desde o terceiro ano em que o país entrou em estado de sítio foi incumbido de obter informações dos guerrilheiros presos. Criava bravatas homéricas quando ouvia a palavra tortura. "TEDCs, Técnicas de Extração de Depoimentos Confiáveis", dizia.

Guerrilheiro 2746, codinome Marimbondo, fugitivo de presídio de segurança máxima. Recapturado depois de um ano e sete meses na selva, foi submetido às técnicas do sarg. Zargonel. "Choque no saco é colírio para mim seu puto velho, sua família está na mira do movimento", gritou num momento de desespero.

Enfermeira Edelweiss, responsável pela reabilitação dos submetidos às TEDCs. Com poucos recursos disponíveis, fazia o que podia, e se permitia abusar um pouco dos que chegavam desacordados. "Basicamente manipulo membros moles e penetro com os dedos, sabe onde, mas só dos pacientes homens, das presas não porque sinto nojo. Judiam demais delas", confessou.

Não se trata necessariamente de um país latinoamericano e nem o caso de um suposto guerrilheiro empossado ministro.

:: 29.11.2008 ::

9 comentários:

M.M. disse...

Um certo menino assustado, reprimido, "com dificuldade até para achar as nádegas na hora de fazer as necessidades maiores" tornou-se inspetor pela lei do galho. E um dos torturadores mais temidos da história. Era o filho do "Unicolhão".
Não introduzia revólver na boca do prisioneiro. Melhor, sabia ele, seria explodi-lo por dentro, como uma fruta madura, metendo o cano do revólver, sabe onde; não sem antes macerar e esbrasear o corpo do pobre diabo, pendurado em posição de morcego.
Durante, vinha-lhe à mente a roupa de marinheiro "castradora", apertada no meio das pernas, que sua mãe, que como melancia morreu, o obrigava a usar e a lembrança de não sentir nada, além do tédio das coisas ou partes mortas.

Vampira Dea disse...

Resta saber se ao serem reanimados, ficavam animados ou pediam um pouco mais de tortura, vá saber.

Gustavo Martins disse...

Menina - Ajude o minicontista ignorante: quem é exatamente o torturador?

Em tempo: você gostou da Edelweiss, né?

Vampiradea - Depende dos dotes da Edelweiss

Luciano disse...

Ótima narrativa. Deixou aquela vontade boa de ler mais...
Abração, tchê.

Anônimo disse...

Não vi graça nenhuma nesse papo:

Art. 1º. Constitui Crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental; a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; c) em razão de discriminação racial ou religiosa.

II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.

Pena: reclusão, de dois a oito anos.

Vampira Dea disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
miKroPOESIAS disse...

Tenho a impressão de que se está falando das fantasias inconfessáveis do pai desconhecido do bonequinho sado-masoquista de umbigo peludo que fica no alto do site com aquele sorriso de filho temporão da não menos pervertida enfermeira Edelweiss, concebido por auto inseminação...

Mauro Mueller disse...

Olá... dei uma peasseada no seu blog e estou lendo o livro...
Mauro Mueller...
também tenho meu blog e é bem acessado... www.mauromueller.blogspot.com são poemas e mini-contos, desde 2007... se tiver um tempo e quiser, hoje mesmo postei um mini-conto que escrevi no mês passado...

Sr. Apêndice disse...

"Técnicas de Extração de Depoimentos Confiáveis". Gostei do eufemismo... ;)