terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

No chão do ônibus e sem almofadas

o zé pegou um busão pro interior de são paulo, viagem de nove horas com muitas paradas. indiferente à torcida do rapazote para sentar uma mulher bonita do seu lado, o destino acabou, como sempre, colocando um velhote falante.

numa das paradas uma moça lindinha e meio riponga entrou e não tinha onde sentar. viajaria em pé ou no chão até vagar poltrona (antigamente tinha dessas coisas). o zé, muito cavalheiro, ofereceu o lugar para ela. o problema é que havia também uma velhinha em pé, e a lindinha declinou por causa da velha.

o zé, com seu espírito altruísta, cedeu o lugar para a senhora, e ficou sentadão no chão perto da moça. ela se chamava mariá. quer dizer, a mãe pôs o nome maria, mas para ser diferente ela deve ter acrescentado a mão, na certidão de nascimento, um acentozinho no "a".

conversa vai, conversa vem, beijinhos demorados, na outra parada vagou um banco. ela sentou rapidinho e, depois de alguns monossílabos trocados e nenhum beijo, "mariá" esqueceu o zé no chão, dormiu e só acordou de manhãzinha no ponto final. na despedida anotou o telefone na mão do zé. quando ele ligou, caiu num açougue.

:: 26.01.2009 ::

35 comentários:

Anônimo disse...

ai, Gustavo, vc me mata!! hahahaha

Vanessa Gonçalves disse...

Hahahahahahahahaha!

Mulheres.. ahhhhh as mulheres. Todo mundo tem uma história de onibus trágica né? Uma vez indo a São Paulo na casa de uma amiga, um cara casado de uns 50 anos ficava tentando me bulinar quando eu dormia. O que aconteceu? Viagem mais longa da história, 7 horas sem pregar o olho e completamente grudada no vidro. No final, ganhei um cartão de visita com a seguinte frase: "Qualquer coisa, me liga". Me poupa Brasil.

Sweet Toxicant disse...

Hahahaha ótima!!!
Eu também já tive infortúnios com viagens de ônibus... aliás, sempre tenho!!
Sempre que vejo rapazes bonitos na plataforma antes de entrar no ônibus, fico torcendo pra que algum deles tenha comprado o lugar ao lado do meu, mas que nada...

Certa vez, indo para Vitória - ES, eu peguei o banco do corredor, e do meu lado uma senhora que estava com vários parentes, nos bancos da frente, de trás, do outro lado... e eu ali no meio, eles passando comidas e confusões entre si... foi um tremendo sufoco!

Bem Resolvida disse...

uhauahuaahuahauahauahuahau
ela deu o telefone do açougue e deixa eu adivinhar...a vaca não estava lá, né??
rs

Bem Resolvida disse...

gostou do trocadilho?? :P

Anônimo disse...

Isso lembrou meu pai, na época dos bondes em São Paulo. Foi ser cavalheiro com uma moça e ela sentou, mas ridicularizou o cavalheirismo dele. Ele, na hora, fez que havia perdido o pente (todos usavam pentes no bolso traseiro da calça!) e disse que ela havia sentado sobre ele. Tão logo ela se levantou, ele voltou a tomar o lugar... :)

Mas o seu Zé... Tadinho... rss Pelo menos conseguiu uns beijinhos, né?

bjs, querido.

Branca disse...

Já fiquei cercada por uma família esfomeada passando coxa de frango pro banco de tras, do lado, e eu no meio nauseada com aquele cheiro de fritura...foi um horror!


Ótima semana pra vc,
bjo carinhoso.

Anônimo disse...

Cruzes, e eu achando que o inferno foi o percurso de uma certa viagem a Tiradentes uns meses atrás. Suas leitoras ganham!

Mas o seu Zé... Tadinho... rss Pelo menos conseguiu uns beijinhos, né? [2]

Téia disse...

Ou o Zé não beijava bem, ou então esqueceu-se de escovar os dentes em uma das paradas, depois de comer um pastel de três dias com café pingado.

Anônimo disse...

é isso aí td mundo tem suas historinhas de busão, mas as minhas vc já ficou sabendo né? Bj

Gustavo Martins disse...

louise - a gente tenta, bela

kf - devia convidar o cara pra ir no banheiro e depois prender ele lá dentro

sweet tox - devia pedir pra trocar de lugar com quem tava do lado do um dos bonitinhos

br - adoramos o trocadilho; segundo a zé, a vaca não estava e o açougueiro foi grosso quando ele ligou pela quarta vez

mirian - seu pai era um cavalheiro e um cínico ao mesmo tempo

branca - porque não pediu uma coxinha?

mirian / maria - pelo menos uns beijinhos; daqaueles noturnos aludidos pela renatinha ali embaixo

renatinha - segundo o zé, o bafinho era recíproco; e lembra, a menina era riponga...

nin@ - ah, sim, vc nos contou pelo MSN

Toninho Moura disse...

Melhor do que ficar com o telefone da velhinha!

Tata disse...

Bom, complementando "BR"... Vai saber se depois da ligação do Zé pro açougueiro, se a vaca ñ foi pra faca... vai que ela que ela já tinha brinco... daih ficaria impossível de o Zé falar com ela já que estava na sua quarta ligação...

Téia disse...

Havia me esquecido do detalhe "riponga". Imagine os cabelos emaranhados cheios de 'dreads'... pés sujos nos calcanhares em chinelas de couro. Vestidinho hippie solto e amarrotado. Unhas roídas. Axilas peludas estilo Baby Consuelo. Os dentes então... creeedo. Só o Zé mesmo para encarar (esculachei a mocinha para dar uma força para o pobre do Zé).

Unknown disse...

é por isso que só compro passagem em cima da hora do embarque só pra me certificar de que vou sozinha sem ninguém ao lado... antes só do que mal acompanhada hehe

Júlia Ourique disse...

Caramba, a Renatinha ali acima esculachou a Hippie... tadinha da Hippie, e este Zé? devia ser um Zé mesmo =P daquele tipo de cara que fica contando miséria esperando que alguém o aguente... pronto Hippie, te defendi.. você é legal \o Bom conto cara, é sempre melhor quando alguem se ferra no final xD

Luciene de Morais disse...

Normal! O que é que o Zé queria? Que ela ficasse no chão com ele? O nome dela era Mariá, não Ameliá, hehe.
Já tinha até ganhado uns beijinhos, ué! Não está bom?

Altavolt disse...

Beleza de texto, Gustavão! Nós, Zés e Rollinbunds, já vivemos muito essa expectativa de viajar sozinho e aguardar ansiosamente qual seria a nossa companhia de viagem. Invariavelmente, ou era gente que falava demais, ou gorda demais... As tetéias iam entrando e caprichosamente se distribuindo nas outras poltronas. Ao lado, na frente, atrás...E nós, chupando o dedo mais uma vez! Em certa viagem que fiz para o interior, notei a plataforma de embarque cheia de mulheres, proporção 10 X 1, pensei comigo: Hoje não falha! Ao entrar no ônibus, como um dos primeiros, para ter o gostinho de aguardar a deusa, noto um baita negão de 2 m e 120 kg sentado em umas das janelas. Bingo! O negão era o meu companheiro de viagem. Bêbado, falando abobrinha e tomando praticamente os dois assentos! Definitivamente, vida de Rollinbunds não é fácil. O Zé, pelo menos, trocou uns beijinhos! Abraço!

Téia disse...

Altamir, meu querido... não pense que as 'tetéias'(aliás, meu apelido de infância) também não se dão mal... já peguei cada freak de dar dó... o último foi um carola evangélico que cantarolou 'Jesus tem poder/Faz um milagre em mim' a viagem inteira...

Altavolt disse...

Renatinha, minha linda, as tetéias, como você, são as que mais devem se dar mal estatisticamente falando. A probabilidade de sentarem ao lado de um bonitão compatível e interessante é mínima. Olhe o exemplo da Kátia Flávia lá em cima, ficou com o cinquentão querendo boliná-la a viagem toda. Também, resisti-la quem há de? Grande beijo!

Gustavo Martins disse...

toninho - vai que a velhinha usa dentadura e tem certos talentos?

a propósito, recebemos "a oferenda"; linda. obra de arte!!!! obrigado mesmo!

táta - surtamos agora; explica? onde o brinco se enquadra? se fosse aliança...

renata - o zé agradeceu de coração a força, mas disse que a moça era só estilinho riponga; se fosse um naipe desses, até o zé dispensava

jils - tem bus~ao em que o pessoal vai embarcando no caminho; já ouviu falar em "cata-jeca"?

bitter sweet - sabe que a gente tem uma leitora queridíssima chamada sweeet toxicant? vcs são parentes?

então, o zé não é desse tipo não; ele é um romântico

luciene - os beijos são só o começo, vc sabe...

e muitos beijos seguidos de uma não-continuidade resultam em certas dores, que nos homens odeiam; ou seja, a questão é de saúde

alta - não tem ser humano no mundo, nem as almas mais santas, que não pensam um pouquinho nisso quando estão sozinhos no poltronão; seja de "expressão", seja na primeira classe dos boings; é fantasia impregnada no DNA

renatinha tetéia [2] - vc se converteu depois da cantiria do evangélioco? ou achou melhor acabar de vez com a vocação dele?

alta [2] - e quem há de resistir, amigo; com essas belas não tem como resistir

VAMOS MONTAR UM EXCURSÃO-LABORATÓRIO COM AS LEITORAS DO MCP PRA VER SE ALGUÉM RESISTE? ÔNIBUS DE DOIS ANDARES...

os amigos leitores (alguns poucos fiéis e selecionados) também serão convidados!!

Gustavo Martins disse...

ah, sim, só vimos depois quando lemos com mais detalhamento (este micrinho tem ujma telinha minúscula):

ótimo o trocadilho da luciene:
mariá / ameliá

Anônimo disse...

Por falar em trocadinho da Luciene, mal sabe ela tadinha... eu na qualidade de mariá e ameliá posso afirmar que as ameliás são osso duro de roer. Tudo que tem de ruim em mim é da ameliá. Se a ripanga fosse ameliá nem tinha olhado na cara do Zé!

(aliás, pobre zé, estão acabando com ele dessa vez!)

Tata disse...

Sabe que o brinco de certa forma é como se fosse uma aliança... (explicando) vacas que tem brinco = tem dono, no brinco tem seu número de registro de quem eh seu proprietário...
Como se fosse uma aliança com o nome do noivo, marido... enfim, gostei do trocadilho da "BR", então como vaca ñ usa aliança, vai o brinco mesmo...

Téia disse...

Maria... também estou morrendo de pena do Zé... Zé, dá um chego lá em casa uma hora dessas... vamos levantar essa tua auto-estima... tenho certeza de que tu nem vais ligar se for "no chão e sem almofadas"... passa teu telefone por e-mail que EU te ligo.

Luciene de Morais disse...

Maria
Hehe! Como bem sei todas termos nosso lado "tadinha"... e outros inhas. (Pensando bem, acho que todas/os sabemos)...
Além de Mariás, todas somos um pouco Ameliás também... o que varia é a gradação, apenas.
Difícil fazer afirmações categóricas que sejam universais, então.
Apenas penso que isso é um engano... apesar das chatices, possessividades e manipulações (duro de roer!), o lado Améliá não é só ruim não: o encantamento, a doçura, o cuidado, e a consequente atração que isso exerce (para o sexo oposto!) também está aí... neste lado.

Unknown disse...

Eu atraio malucos, seja em bar ou em ônibus. Sempre! Não adianta fazer cara de mau humor, se estirar no banco ou colocar a mochila sentada ao meu lado.

Esse fato inusitado com o zé me lembrou aquele velho trote:

- Alô, é do açougue?
- Não.
- Então por que tem uma vaca falando?

Abs!

A Lobba! disse...

AHAHAAHAHAHA!!!Zé, Mariás, andar de onibus sempre foi e será loteria, no RJ então, vc concorre a um assalto a mão armada, ou então uma fogueirinha básica!!
Tb tem o lado do cara que pára atras de vc e passa a ralar aquele bicho morto a décadas, que não come ninguem na boa, na sua bunda cansada do batente...foda!!!
Enfim...trabalhe em casa ou vá e bike e diga que aderiu a onda verde, seja pobre mais chik bem!!!
Lambidas da lobba!!!
PS: Obrigada por me visitar, quanto a chegar já com barraco é bom, vc já pegou a temperatura em alta!rsrsrs

Édyson . Brandão disse...

Muito bom, cara!

Hehehehe!

Primeira vez aqui.
Quero repetir as visitas!

Abração!

Gustavo Martins disse...

maria - pô, mariáméliá! por que ser ruim assim? tadinho do zé... e de todos nós!

táta - e como é que vc acha que nós, urbanos até as cucuias, íamos saber dessas coisas? fica tirando vantagem da sua sabedoria rural, né?

de qualquer modo, se aquela vaca usasse brinco, o namorado dela devia ser um boi mesmo (chifrudo)

renatinha - nós falamos pro zé acompanhar o blog com mais frequencia, mas nosso amigo é um baita de um tratante

portanto, pode ser que ele perca essa oportunidade... bem feito pra ele!

luciene - traçado o perfil psicológico de todas as amélias

dudu - isso de atrair maluco acontece com a gente também; e bem lembrado o trotinho

- Alô, é do açougue?
- Sim.
- Você tem orelha de porco?
- Sim.
- Tem pé de porco?
- Sim.
- Então chama o açougueiro aí que porco não fala.
(é assim que termina?)

lobba - sensacional sua descrição da tradicional ENCOXADA; seja bem-vinda, bela, venha sempre aqui e não hesite em armar uns barracos!

edyson - seja bem-vindo, amigo! a casa é de pobre mas tem muita moça limpinha

Maria Eduarda disse...

Ahh gostei!

Anônimo disse...

Ei, pq este conto está todo em minúsculas?
:P
(Comentariozinho mais inútil, não?)

Adoro seus contos.
Bjos!

Leo Mandoki, Jr. disse...

...não deve ter sido coincidencia...com certeza ela era freguesa desse açougue...eu teria ido lá..no açougue...pesquisar...vai ver o marido dela é o açougueiro..heheheheh
até daria pra outra estoria sua....a do menage...cortando aos pedacinhos..

Gustavo Martins disse...

mari - vc sempre gosta como a gente faz, né?

tutti - preguiça de pensar onde deveriam entrar as caixas altas... na real é exercício literário, influência do velho Buk

e nenhum comentário é inútil, babe, seja sempre bem vinda

léo - só que no caso, dada a profissão do cara, o cortado em pedacinhos seria o zé; melhor poupar o rapaz dessa e ouvir mais de suas histórias, não acha?

Maria Eduarda disse...

Sim, porque o guapo sempre se sai bem.