terça-feira, 24 de agosto de 2010

Reprodutor

Prestes a chegar no momento da "linha de corte", aquele em que os especialistas consideram todas as gestações de risco devido à idade (ainda mais por ser a primeira), Isabel começou a fazer uma lista dos "ex" e amigos, para saber quais seriam recomendáveis para sua produção independente. Aliás, qual seria o reprodutor ideal.

Não era só a lista. A cada nome associou vantagens e desvantagens, em fatores estéticos, genéticos, comportamentais e, não dá pra esconder: econômicos.

E não é que o amigo de tempos (tudo bem, a relação começou como um tórrido affair, mas evoluiu para uma amizade de coração) estava entre os tops da lista? E pelo carinho e admiração que nutria por ela, cogitou a ideia. Mas ele não podia suportar mais uma eventual pensão, então consultou um advogado, que foi taxativo: "Esqueça. Não existe um contrato, por mais amarrado que seja, que impeça um juiz de imputar a você o pagamento de alimentos. Na ótica da lei, o menor é que tem que ser protegido. E não tem mulher no mundo que, depois de um atrito, não te bote no pau. Ademais, ad probationem, existe o teste de DNA. Ou seja: é uma fórmula jurídica sem solução".

Informada a respeito, Isabel pensou num banco de esperma. Mas pediu aos "tops" da lista que fossem lá e doassem. Vai que...

:: 24.08.2010 ::

12 comentários:

Gustavo Martins disse...

Quidquid latine dictum sit, altum sonatur.

Anônimo disse...

Banco de esperma... seriam aquelas poltronas do extinto Cine São João???

Anônimo, porque "ars est celare artem".

Vampira Dea disse...

Seria bom poder escolher friamente quem seria o pai de uma produção independente, já que na produção independente a última coisa que se quer é alguém para dividir.Dê um copinho pra um adolescente, seria uma boa alternativa.

Anônimo disse...

Foi-se o tempo que a palavra valia mais; hoje nem um contrato é válido, haja medo!!!

Eu queria algo assim, quando tinha 21 anos.

bjos, ú&e =***

M.M. disse...

Gosto de polêmicas mas, pra não deturpar o conto lindo, vou esperar que alguém levante a bola.

Muito bom.

Beijo

MeninaMisteriosa

Pâmela disse...

Adotar não é mais fácil, não?

Enquanto não inventam algo mais romântico que o banco de esperma, é uma boa solução.

Unknown disse...

Esperta ela, né? É o não pagamento da pensão é uma das raras coisas que ainda levam um sujeito pra cadeia no Brasil. é a saída mais inteligente.

Gustavo Martins disse...

Anönimo - As poltronas do Cine São João eram sim uma espécie de banco de esperma e de alguns tipos de DSTs

E, sim, é uma gracinha você escondidinha(o) aí, nõa deixa de ser um tipo de arte

Vampiradea - Sem falar na agilidade no fornecimento

Ú&E - Ano passado né?

Menina Misteriosa - Ah.... levanta você

Pâmela - Muito legal isso de adoção; eu tava pensando em adotar uma escandinava de 18...

Rick - Sempre tendemos a ver situações como essa numa ótima misógina

Agora...sabe o que nos salvou do apredrejamento? Termos sutilmente escrito o conto em terceira pessoa.

Anônimo disse...

Nem mais registro de nascimento, com pai desconhecido, pode... Pai, por mais divertido que seja, é coisa séria.

Anônimo disse...

http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:Op0niP_87aYJ:rjtv.globo.com/Jornalismo/RJTV/0,,MUL1443379-9106,00.html+pai+desconhecido&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br

Gustavo Martins disse...

Pois é, anônimo. O assunto é sério sim. Tanto que abordamos neste jogo literário aqui. Perceba a data. É de bem antes do assunto da lei entrar na mídia. Só acho que a mídia exagerou no número. 30% de certidões sem pai achamos demais.

Gustavo Martins disse...

A propósito, achamos que o assunto do "Reprodutor" polemizaria mais. O twitter realmente detonou com os comentários dos blogs. E o que é pior: o povo fica lá papagaiando o centebnário do Corinthians e a cor da calcinha da Ana Maria Brega.