segunda-feira, 18 de maio de 2009

Comi meu avô porque odeio minha família

Exercício criativo-literário do amigo Fernando Ramos, baseado no Jogo MCP 1

Qual o meu caso? Bom, meu caso foi assim, um tanto esdrúxulo, porque tudo começou quando fui violentado pelo meu avô paterno quando tinha uns onze anos. Ficou estarrecido, né? Pois é verdade. Uma baita de uma veadagem a do desgraçado do meu avô, que o diabo o tenha. Mas porra, além de gay, precisava ter sido pedófilo? Digo, ele tinha que querer comer justo o caçula?

Já faz quinze anos do acontecido, mas é claro que coisas desse tipo são traumáticas. Escondi de todos o fato e guardei uma raiva do velho tão grande, mas tão grande, que era até gostoso sentir aquele sentimento. Sei lá, uma espécie de poder, que me fazia viver melhor, entende? Porque me movia pra que um dia eu o fizesse pagar por isso. Mas o tempo quase – eu disse quase – cicatrizou essa dor, pois me distanciei, nunca gostei de família, depois dessa então, não queria notícia do veado do meu avô nem a pau.

Dia desses, a contragosto, fui com eles, familiares, visitá-lo no asilo. Sabe como é família, né? Não se toca que tem algo de errado, tem que jogar na cara coisas desnecessárias e assim, me convenceram a ir junto. E vou te contar, que estado deplorável o do puto. Ele, com seus oitenta e dois anos e pela idade avançada, já não se locomovia muito bem sem um andador e usava uma fralda geriátrica devido sua incontinência fecal e urinária. Foi olhando-o daquele jeito que tive um estalo: aquele era momento ideal pra dar o troco.

Assim que os demais parentes foram embora e fiquei sozinho com o bastardo, senti nele uma certa aflição. Estávamos ali, frente a frente, vítima e algoz. E ele sentiu que não era mais o algoz. Sem pestanejar, fui desafivelando o cinto e caminhando em sua direção. Ele tentou clamar por socorro, mas como mal tem conseguido falar, foi moleza enfiar no rabo do velho.

Na sétima bombada o filho da puta morreu, teve um infarto. Confesso que foi nojento. Ahn? Se acho nojento porque comi um velho, de oitenta e dois anos, que por acaso era meu avô? Francamente, não. Foi nojento porque, afinal, a enfermeira ainda não havia passado pra trocar sua fralda. Ah, o que tem a ver a história com esse coquetel? É que obviamente fui preso em flagrante. E na hora de fazerem os exames de corpo de delito etc, constataram que sim, eu havia comido meu avô. Mas que ele conseguira me foder mais uma vez: o desgraçado era soropositivo.

23 comentários:

Sweet Toxicant disse...

Nossa!!!! Hahahahahaha!!

Muito criativo, mas extremamente nojento!!

Blehhh!!

Anônimo disse...

Olha, depois daquele afogamento e a justa tristeza do cãozinho, tudo é possível com você. kkkkkkkkkkkkkk
Eca!

bjs

Gustavo Martins disse...

O Fernando dá banho de perversidade na gente

Nem Freud explica...

Valeu, bro!

Alessandro disse...

Haja secreção.
Escatologicamente criativo, literalmente.

Vampira Dea disse...

Vixe se lenhou ao quadrado!

Ragas disse...

ahahaha... os seres humanos são fantástico! Como uma estória dessas pode surgir numa mente equilibrada? ahahahaha...

Gustavão, Freud não precisa explicar nada, quem precisa explicar alguma coisa são os pais do Fernando... AHAHAHAHA!!

Muito bom conto... o final é sublime!

Anônimo disse...

Vai ser perverso³ lá no MCP, ops, ele já está no lugar certo!!! rs

Ngm pode explicar se não o próprio autor onde vem tanta criatividade.

Bjos aos 2[dono da budega e da história], ú&e

Fernando Ramos disse...

Sweet: também achei. Mas o nojo sutil, my Sweet toxicant, não é ter comido velho, avô ou ele estar defecado e urinado, mas ter conseguido uma ereção pra dar cabo da vingança. :)

Bruxinha: mas sei ser sutil e próximo conto sobre Janette te mostrará isso no GT! Hehehehe.

Gustavão: para com essa mania de falar que sou mais pervertido que "vocês"? Fico extremamente envergonhado, porque precisaria ser muito, mas muito pervertido. Hehehe.

A propósito, Gustavão, sem querer ser chato, sendo essa uma característica imperativa de moi, mas o último e o penúltimo parágrafo são o mesmo. Pode arrumar?

Alessandro: pois é. imagine tudo que já tinha na fralda misturado com o que o cara ainda fez? Por falar em secreção, aconselho a todos, inclusive ao Gustavão, se é que ele já não leu, o "Excereções, secreções e desatinos", do Rubem Fonscea. Ele mata a pau nese livro!

Vampiradea: antes tivesse perdido apenas a virgindade perpétua, né não?

Ragas: sou publicitário, pisciano e vascaíno. Logo, nada equilibrado. E obrigado pelo lisojeio acerca do final.

Obs: mainha mandou dizer que é evangélica, que isso deve ser culpa do desvirtuado que é painho. kkkkkk.

U&E: linda, obrigado pelo lisonjeio e pela beijoca. A qual retribuo com carinho.

E a criatividade vem da fonte: os comentários do MCP são de dar inveja de tão estimulantes. E fazem qualquer um comer o avô! :)

Gustavo Martins disse...

Opa!

Mas sabe o que é? TOmamos uma vaca pra acertar a diagramação por causa de algum código fonte que... perdemos até o fio da meada.

Corrigido.

Gustavo Martins disse...

Perguntamos aos leitores, colaboradores, amigos e afins...


Depois de oito contos de contribuição e um postezinho divertido desses recebidos por e-mail (cartoon da gripe suína), e agora vamos tomar a liberdade de usar a primeira do singular, porque a coisa é séria:

POSSO VOLTAR A MANDAR NO PUTEIRO?

Brincadeiras à parte, o jogo foi sensacional, os contos e esforços criativos de todos vocês foram maravilhosos, e entre hoje à tarde e amanhã tem continho do autor

F. Reoli disse...

Caraca....cabe bem o ditado: miséria pouca, é bobagem!!!
Abração

Fernando Ramos disse...

Contanto que reserva a melhor dama pra mim, pode sim, Gustavão. :)

Unknown disse...

huahuhauh...
humor negro é pouco perto disso...

olha Gustavão se a idéia era movimentar o MCP tu conseguiu... já repassei pra uma galera hehe...

bjus

Vampira Dea disse...

Putzs, vcs ainda me matam de rir ou deixam desempregada, pq tenho que vir aqui sempre, tá demais isso aqui.

Toninho Moura disse...

Tu podias ter comido a tua avó!

nin@ disse...

Caraca!!! Essa mente é totalmente pervertida e anda entre nós, meros mortais??? KKK vc foi fantástico, olha acho q de longe o mais perverso!!! cuidado Gu(mentirinha, tô sentindo sua falta).

Anônimo disse...

Pervertido, criativo, genial... e com detalhes surpreendentes... quando a gente acha que já não haveria mais espanto, vem o final e... Uau!!!!!
Adorei!
Fernando, você está de parabéns!
Beijos

Altavolt disse...

O Fernandão matou a pau! Muita criatividade e perversidade!

Fernando Ramos disse...

Jils: eu diria como alguém disse por aqui, humo escatológico. Hehehe.

Vampira Dea: se ficar desempregada, o personagem do conto precisa de um guarda-costas na prisão. No sentido ambíguo, já que lá não gostaram muito do que ele fez com o velho.

Toninho Moura: se a avó do rapaz tivesse usando um narigudo de borracha e o violentasse quando menino, certamente ele a teria comido.

nin@: mulher, obrigado pelo lisonjeio, não caia na pilha do Gustavão. Ele é, de longe, o mais perverso.

Carol: obrigado, mulher. Agora, depois de tantos elogios, por favor, puxe minha cordinha, que a lâmpada está muito quente. :)

Altavolt: obrigado pelo lisonjeio também, Alta. E acho que a tal da perversidade, esta pecha que o Gustavo me pôs, já pegou. rs.

Vampira Dea disse...

Eu como vampira, acho uma boa escolha de guarda costa, rsss.

Eli Carlos Vieira disse...

Impressionante ao extremo!

Anônimo disse...

nossa que bobeira mais tosca

Gustavo Martins disse...

Justamente. Exercício literário, né, fia!