- O que você mais gosta em mim? – perguntou ele, com olhar de quem via além do olhar.
- Hum... Sua boca. – respondeu ela, quase ingenuamente.
- Por que a boca? Por que sempre a boca? – pego de surpresa pela resposta. Realmente não era isso que ele queria.
- Porque é o que sempre vejo. – respondeu ela, com olhar de riso – Eu só vejo o seu rosto!
Ele torce a boca.
- Mas eu imagino o resto... – completou ela, com o olhar de riso passando a malicioso.
Ele enxergou e se animou.
- E como é sua imaginação? – arriscou ele.
- Ah... Mas na minha imaginação eu não vejo só você... – provocou ela.
Ele arregala os olhos, mais surpreendido, sem entender a malícia.
- Vejo eu e você... – esclarece, lentamente, os olhos, sempre os olhos, dando o tom da conversa.
Ele respira fundo, aliviado, esperando. Sempre podia esperar de tudo. Nunca saberia o que viria.
- Eu vejo você me beijando... – começa ela – Não um beijo qualquer, não um beijo delicado, mas um beijo de posse.
- Posse? – estranhou – Beijo de posse?
- É o beijo em que não se pergunta se quer ou se está na hora. É o beijo que se quer dar. Sem perguntas. Que me pega de surpresa. Um beijo seco e de quem quer muito mais que um beijo...
Neste momento, eu sei, já sou sua, como se um clic dentro de mim tivesse desligado todas as minhas defesas, porque na verdade, eu esperava e desejava isso.
Todos os meus gestos se tornam supérfluos, e na verdade nem os percebo, porque o que sinto é o seu corpo junto ao meu – quente, ardente, desejo que me faz desejar, pudor que se desfaz em insensatez... aliás, para que ser sensato nessas horas?
(continua...)
3 comentários:
Explicações explicadas...
Amei o conto da Miriam.
Bjo
Lo
Você sempre me faz sentir menos "Bruxa"...;) Acho que vou fazer os filhotes lerem os seus comentários... Só os comentários.
Porra, mandou muito bem no texto "a Bruxa". Gustavão, mandou muito bem no post.
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